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Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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4 de janeiro de 2022

2021 Nunca Mais (A.K.A. Lista de Melhores do Ano)

Escrever sobre 2021 nesse momento é uma experiência diferente do que seria se tivesse escrito cinco dias atrás. Pela primeira vez em praticamente dois anos, viajamos em família para fora de nosso casulo protetor, livres de demandas de trabalho ou escola, uma merecida pausa de um ano que pareceu uma década, de um par de anos que pareceram uma vida. Apesar do medo pairar no ar, com o uso constante de máscara e álcool em gel, sentimos que havia vida lá fora, que havia esperanças fortes para 2022.

Em contrapartida, soube do relato de um amigo que passou a virada do ano em família e, das 22 pessoas presentes na casa alugada, 16 testaram positivo para Covid-19. Não há consequências mais graves por enquanto, mas o sinal para eles (e para todos nós) é de que 2020 (sim, 2020) é um ano que não terminou ainda. A variante ômicron se espalha, países fecham fronteiras, quarentenas são implementadas e torço para que o primeiro parágrafo desse texto, não o segundo, dite a tônica de 2022.

Para o bem ou para o mal esse foi um ano mais distanciado de jogos completos  por aqui. Senti uma certa fadiga, para não chamar de apatia. Títulos foram largados pelo meio do caminho ou empurrados com a barriga, enquanto buscava refúgio no conforto da jogabilidade de Warframe, de novo e de novo, ou abria meu horizonte para uma grande quantidade de demos. O próprio blog ficou meio largado de lado, enquanto afundava minha rotina em inúmeros projetos, engordava minha conta bancária e esvaziava minhas energias.

Minha parceria com o Gamerview entrou em seu quinto ano, porém com uma reviravolta: afastei-me das notícias do dia a dia para assumir a newsletter do Código Fonte. Saiu o Aquino jornalista de jogos voluntário, retornou o Aquino jornalista de tecnologia remunerado. Não me arrependo da troca, mas a saudade bate. Enquanto analista do Gamerview, experimentei:

paint-the-town-red

Por iniciativa própria, passei somente por:

fish

Agora com quatorze anos, meu filho de peixe segue sendo meu maior parceiro, seja em tela, seja nas extensas conversas com esse potencial designer de jogos. Juntos, compartilhamos:

desolate

Em 2021, meu filho revelou querer gravar conteúdo para o canal do YouTube. Com essa injeção de novos vídeos, passamos a abastecer a plataforma com material novo de segunda a sábado, um vídeo inédito por dia. Ao mesmo tempo, no final do ano, adquiri um microfone profissional para gravar análise e outros vídeos. Isso renderá algum fruto em 2022? Difícil dizer. No canal, passaram com exclusividade:

sable

Fazendo a soma, de alguma forma testei ou completei 60, uma saudável redução dos 72 títulos, o recorde absoluto, do ano anterior. O número desse ano é claramente inflado pelo volume de demos e títulos que não cheguei ao fim, mas computei assim mesmo. Não irei avaliar agora, mas certamente 2021 foi o ano em que menos vi a tela final e os créditos, na última década.

Não ouso prever minha rotina para 2022, apenas espero retornar ao ritmo de 2019, com menos preocupação no trabalho e na vida, mais tempo para relaxar e curtir. Desejo também um ano eleitoral o mais suave possível e uma transição democrática, um desejo por si, desnecessário e garantido até tempos atrás e, agora, incerto. Copa do Mundo? BBB? Não poderia me importar menos.

Os Melhores de 2021

chernobylite

Se o ano anterior foi marcado pela hegemonia de Warframe, não posso afirmar que me afastei totalmente do jogo em 2021. Houve retornos (ou seriam recaídas) e a mais recente me trouxe a magnífica Nova Guerra. Entretanto, não seria possível e nem necessário que Warframe repetisse o pódio: no ano que passou, dois títulos entraram para a minha Lista de Favoritos, um acontecimento raro e bem-vindo.

Para eleger o melhor do ano, meu coração ficou dividido entre essas duas obras, cada uma primorosa em seu respectivo cenário. Lost Words: Beyond the Page fala ao coração e expande o que é possível de ser conquistado com um jogo eletrônico, mesclando narrativa e jogabilidade de formas inéditas e impossíveis de se obter com outras mídias. Matematicamente falando (já que conseguiu a nota 10 em minha analise no Gamerview), o mérito deveria ser dele. Entretanto, Chernobylite é surpreendente em todos os seus aspectos, como um sucessor espiritual de S.T.A.L.K.E.R. que consegue ir além de sua fonte de inspiração em vários momentos e também apresenta estruturas narrativas inéditas e bem casadas com a jogabilidade. Então, esse é o primeiro empate na história do blog:

  • Melhor Jogo: Lost Words: Beyond the Page e Chernobylite
  • Maior Surpresa: Paint the Town Red
  • Maior Decepção: Risen 2
  • Pior Jogo: Base One
  • Melhor Título Cooperativo: Desolate

(recapitulando os anos anteriores: 2008 | 2009 | 2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | 2019 | 2020

Para 2022, aguardo tempos de paz, tempos de glória. Há muitos títulos em meu backlog com nome e peso que merecem sair para a luz do dia, mas ainda posso sonhar com Half-Life 3, talvez?

Ouvindo: Machinae Supremacy - Winterstorm

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