Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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18 de agosto de 2014

Arquitetura do Tédio

ArcheAge

Não me considero um especialista em MMOs. Não me deixo enganar por duas centenas de horas em DC Universe Online, ou por algumas dezenas de horas em Guild Wars 2 ou Warhammer Online. Apesar de expandir meu horizonte com algumas visitas a Meridian 59 ou ter experimentado World of Warcraft. Não, não sou um especialista.

Mas sei reconhecer quando um título não engaja. Quando o tédio e um vago dever de reportar o que vi são os únicos motores de minha jornada.

ArcheAge vem cercado de muito hype e já foi descrito como um jogo com "TradeRun como o Silkroad, PvP em massa como o RF". Na página oficial, temos ainda batalhas navais, asa deltas, julgamentos e cerco a castelos.

archeage-ships

Não vi nada disso.

Em três horas de jogatina durante o Closed Beta 3, cheguei ao Nível 8 do personagem e o mais legal que experimentei foi comprar um filhote de montaria e fazê-lo se desenvolver. De resto, batalhas sem sal, gráficos de 5 anos atrás, um universo frágil de lore, uma ausência de sentido maior para tantas missões que se completam em pouquíssimos minutos, monstros risíveis, uma interface atravancada, falta de senso de evolução e a estranha sensação de que ajudar outro jogador não dá nem XP, nem loot.

ArcheAge - Servidores

Muitos servidores cheios: em alguns momentos havia até fila para entrar

Três horas não dão para avaliar corretamente um jogo com tantas promessas. Em contrapartida, os desenvolvedores não deveriam deixar o impacto inicial no jogador ser tão frustrante. Em uma hora de DCUO, eu já estava lutando ao lado de Superman. Em uma hora de Warhammer Online, eu já tinha enfrentado um monstro que era maior que uma árvore e testemunhado a melancolia e o desespero que cercavam aquele mundo. Em meia hora de Guild Wars 2, tinha enfrentado um monstro duas vezes maior que uma árvore, em uma noite de tempestade com música épica tocando ao fundo...

Em três horas de ArcheAge, eu estava apanhando de Mandrágoras, uma criaturinha do tamanho de um cachorro vira-lata, sem me lembrar do motivo e fazendo uma coleção de Poções. Metade das missões dão como prêmio Poções de Saúde. A outra metade dá Poções de Mana. Não estava usando nenhuma delas.

De pontos positivos, eu destacaria apenas a trilha sonora, cativante e que pedia por um jogo mais rico. Para um Closed Beta, também é de se impressionar a ausência de bugs: tirando um NPC que falava em coreano, não encontrei mais nada de errado ou fora do lugar.

ArcheAge - Nacnar

Por ironia do destino, escolhi um Elfo, uma raça cujas habilidades incluem um tempo maior prendendo a respiração embaixo d'água e maior velocidade de natação. Pensava no meu filho, que é obcecado por mergulhar em todo jogo que vê. Lamentavelmente, não encontramos uma única massa aquática que tivesse alguma coisa embaixo da superfície além da própria água. Nada de peixes, nada de algas, nada de monstros, absolutamente nada. Talvez nas batalhas navais, essa habilidade faça a diferença. Ou não.

A impressão que fica é que ArcheAge é focado no jogador de último nível, aquele que geralmente reclama de falta de conteúdo em outros MMOs. Há guerras para travar, casas para construir, Guildas para formar e rotas comerciais para proteger.

Mas, para o noob, para aquele que tem pouca experiência em MMOs, ou está nos níveis mais baixos de ArcheAge, sobra uma recepção fria e a promessa de aventuras no futuro distante. Um futuro que deixo agora para os mais entusiasmados.

ArcheAge 03

Ouvindo: Rammstein - Du Riechst So Gut

Um comentário:

Edgar Menezes disse...

Ia experimentar mas agora nem me empolgo hehhehe.

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Blog criado e mantido por C. Aquino

Outcast - A New Beginning