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23 de janeiro de 2021

Jogando: Bless Unleashed (Closed Beta)

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MMORPGs são uma doença. Uma doença da qual você nunca se livra realmente, apenas a coloca em hibernação. A expectativa de explorar mundos colossais, enfrentar ameaças poderosas, evoluir de zero a semideus, viver um mundo habitado por centenas ou milhares de outros jogadores é um chamariz quase irresistível. Um MMORPG ruim como Neverwinter pode sufocar esse desejo por anos. Um MMORPG bom como Defiance pode saciar esse desejo por anos.

O que nos leva a Bless Unleashed. O furor de retornar ao gênero se apoderou da minha mente justo no momento em que o jogo está se preparando para aportar nos PCs. O MMORPG foi lançado originalmente para Xbox One, depois chegou para PlayStation 4 e agora está vindo para PCs ainda em 2021. Fiz minha inscrição e a do meu filho no Closed Beta que aconteceu entre 15 e 19 de janeiro, na expectativa de, pela primeira vez, começar uma jornada em um MMORPG lado a lado com o garoto.

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É impossível não mencionar que Bless Unleashed lembra Guild Wars 2 em quase todos os aspectos, menos naqueles em que o outro jogo realmente se destacava da multidão. O que eu encontrei aqui foi um combate dinâmico, personagens belíssimos, história clichê sobre um Mal antigo que desperta e raças diversificadas (mas não muito). Por seu próprio mérito, Bless Unleashed apresenta gráficos exuberantes, compatíveis com aquilo que se espera de um título moderno, porém não vai além disso em termos de diferencial.

Assim como em Guild Wars 2, o jogo prima por um sistema de combate que depende menos de cooldown de habilidades e mais da agilidade do jogador, para esquivar de ataques e contra-atacar. O título oferece um sistema de combos que não é obrigatório ou intrusivo e ficar alternando os botões do mouse já gera um resultado satisfatório. Na prática, é um modelo até mais simplificado do que aquele que aparece nos golpes de DC Universe Online ou Warframe. Se, por um lado, não complica a vida de quem deseja apenas se divertir, por outro lado pode frustrar quem busca resultados mais efetivos em sua luta. Joguei como um Elfo Ranger, até mesmo para comparar com minha experiência anterior em outros títulos.

Assim como em Guild Wars 2, todo mundo aqui é deslumbrante, do mais modesto NPC até o mais rico dos nobres. Eu sei que, a esta altura do gênero, é praticamente uma regra obrigatória, mas ainda considero muito estranho que todos sejam jovens, no ápice de um ideal artificial de beleza. Há bastante sensualidade, mas não chega a incomodar. Se serve de algum consolo, a roupa decotada inicial de minha elfa arqueira era rigorosamente a mesma roupa que meu segundo personagem, um elfo arqueiro, usava. Em outras palavras, homens e mulheres se vestem da mesma forma, como se sentissem muito calor em pleno Carnaval.

Nessa fase beta há um glitch visual que altera a cor da pele e do cabelo do seu personagem. Meu elfo de pele negra ficava de pele rosada em vários momentos. A maga de cabelos azuis do meu filho mudava de cor de cabelo na mesma frequência.

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Assim como em Guild Wars 2, há uma conspiração em andamento. Um Mal ancestral despertou (ou está em processo de despertar) e seus agentes estão espalhados pelo mundo, semeando o caos na forma de atentados de todo tipo. Porém, enquanto em Guild Wars 2, nosso papel no grande esquema vai se construindo aos poucos, aqui somos predestinados desde o início, abençoado pelos deuses que almejam preservar a harmonia.

Infelizmente, as missões são triviais e é fácil se sentir um zé ninguém que serve de mensageiro, pelo menos nesse começo do jogo. Embora não aconteçam missões do tipo "colete 5 cogumelos" (o que me traz péssimas lembranças do início de ArcheAge), há aquele tipo em que você é solicitado para localizar fulano e fulano está dez metros mais adiante e você fica indo e vindo entre dois personagens que poderiam se mexer um pouco ao invés de me usar como telefone.

O que mais nos desanimou foi o fato de meu filho e eu formarmos um time e o jogo ignorar isso completamente. Não compartilhávamos experiência, uma missão completada por um não contava como completada para outro e, muito frequentemente, nem mesmo conseguíamos estar na mesma instância. Ao chegarmos no nível 5, desbloqueamos um tipo de missão coletiva, uma batalha de arena em dupla contra um oponente que claramente não era para ser enfrentado por dois novatos de nível cinco. Fomos massacrados.

Impossibilitados de viver uma aventura em comum, o garoto desanimou e foi para outros títulos. Eu insisti mais um pouco e percebi que Bless Unleashed não deslumbra, mas tampouco é insosso. Há bastante potencial ali, embora não tenhamos a vivacidade do mundo de Guild Wars 2, com seus eventos espontâneos e sua jogabilidade mais fluida.

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Bless Unleashed será lançado de forma gratuita e me flagro pensando se resistirei ao seu chamado ou se darei uma nova chance ao seu mundo.

Ouvindo: Dark Void - Theme From Dark Void

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