Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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14 de agosto de 2019

(não) Jogando: Space Fuss

Space Fuss

Os Deuses da Aleatoriedade às vezes gargalham de minha sina. Desde que adotei a infeliz ideia de pegar jogos ao acaso da minha Biblioteca, já fui contemplado com grandes obras como Tomb Raider ou Fallout: New Vegas, mas nem só de bons títulos vive o homem e um acervo que já passou da ordem de mil jogos certamente contém mais jogos medianos (ou, vamos admitir, ruins) do que jogos indispensáveis. Por conta disso, já me vi analisando Clutch ou Afterfall: InSanity. Depois que o acaso de certa forma colocou o belíssimo Ys Origin em minhas mãos, o universo necessita de equilíbrio e aqui estou com Space Fuss.

Conceitualmente, Space Fuss é divertido: você controla um mendigão espacial. O planeta Terra é apenas uma lembrança na galáxia e a Humanidade vive agora entre os escombros, tentando ganhar o pão de cada dia. Qualquer ramificação sociopolítica que poderia haver aqui é descartada de imediato e aparentemente está tudo bem viver em uma caixa de papelão no meio do vácuo sideral, ao lado de um verme zoiudo. O problema, ou fuzuê espacial, para traduzirmos o título, acontece quando uns arruaceiros de outras raças cismam com seu personagem e roubam a caixa de papelão que ele chamava de lar. Munido de robôs, mascotes alienígenas, mísseis, minas e outras traquitanas, nosso adorável vagabundo mal-ajambrado irá até os confins do universo para dar um piau nos malandros e recuperar sua dignidade, digo, sua caixa de papelão.

Embora politicamente incorreto, o clichê do mendigo barbudo raivoso não é o verdadeiro entrave de Space Fuss. Todo o resto é que é. O jogo nem tenta esconder suas origens em dispositivos móveis e essa versão para PC traz gráficos simples, mas até que charmosos, e botões de interação gigantescos.

Sua falta de complexidade mecânica, até mesmo para um jogo de celular, compromete a "ação estratégica" prometida na descrição. Basicamente, você convoca incessantemente quatro tipos de robôs flutuantes para atacar seus inimigos, que faz a mesma coisa. Há uma hierarquia de dano que posa como estratégia: robôs do tipo 4 causam muito dano no tipo 3 que causa muito dano no tipo 2 que causa muito dano no tipo 1 que causa muito dano no tipo 4. Na teoria, você deveria esperar o momento certo para contra-atacar com o robô adequado, mas na hora do vamos ver, o que manda é a velocidade com que você enche a tela com uma seleção sortida de máquinas.

Space Fuss 02

Nenhuma das telas é minha. Nem me preocupei em capturar telas.

Enquanto isso, é possível utilizar power-ups no campo de batalha, como mísseis e minas flutuantes, mas eles tem pouco impacto na jogabilidade. Uma terceira ferramenta é seu pet, que pode disparar raios nos inimigos, desde que você o controle diretamente. E aí reside uma grande diferença em relação a plataformas móveis: em uma tela touch eu posso controlar o pet e convocar robôs ao mesmo tempo com dois dedos, mas no PC isso não é possível.

Juro que tentei ser estratégico o máximo possível, mas ficou logo claro que arremessar um volume maciço de robôs em cima do inimigo é a melhor saída. Os robôs possuem habilidades especiais que podem ser ativadas de tempos em tempos, mas, comigo, o botão nem sempre funcionava, mesmo estando acesso. O resultado é um caos e os desenvolvedores daltônicos de Space Fuss insistem que suas tropas são vermelhas e as tropas inimigas são azuis, quebrando um paradigma de décadas de jogos eletrônicos.

Depois da quinta batalha vencida, com todas as lutas praticamente iguais, ficou claro que:

  1. Space Fuss é bem curto;
  2. Eu não tenho interesse em terminar Space Fuss.

Roda a roleta, vamos ver o que o acaso irá colocar no meu caminho.

Ouvindo: Milhouse - Funk do Nerd

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