Retina Desgastada
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1 de dezembro de 2023

(não) Jogando: Soulstice

Soulstice Screenshot 2023.11.20 - 22.34.22.85

Soulstice abre com um grande despejo de lore. Conhecemos a origem desse mundo especial e as forças que ameaçam arrastá-lo de volta para o Caos. É uma apresentação grandiloquente que servirá para dar o tom da aventura que se inicia. De cara, também somos apresentados a uma batalha avassaladora entre ruínas flutuantes. É o ápice do jogo, uma prévia do que está por vir, antes da narrativa puxar o freio do mão e nos devolver para o ponto onde tudo começou.

Novamente,o jogo deslumbra com a apresentação de uma majestosa cidade portuária consumida pelas chamas e assombrada por uma fenda na realidade que se abre no céu noturno. Cada pixel dessa cena inicial convida para uma jornada que será devastadora e intrigante. E então, surgem os problemas.

O principal defeito de Soulstice está na câmera. O jogador não tem qualquer controle sobre a direção para onde se olha. O que não seria tão irritante se sua jogabilidade nervosa em terceira pessoa não gritasse por uma câmera que gira sob nosso comando. O que não seria tão irritante se seus criadores não optassem por uma câmera distante demais da personagem, em uma tentativa de se enquadrar o máximo de sua arquitetura colossal na tela. Eu entendo que os mapas são belos (ainda que repetitivos), mas não há necessidade de se focar mais nele do que no caminho para onde eu desejo seguir. Era comum o jogo sair de um menu ou de uma cutscene com meu personagem apontado na direção errada e eu só perceber minutos depois, diante da falta de pontos de referência mais próximos.

Soulstice Screenshot 2023.11.20 - 22.42.08.26

Eu poderia relevar minha insatisfação constante com a câmera se a jogabilidade não apresentasse um elemento que não suporto. E aqui é uma questão totalmente pessoal: eu detesto combos. Tenho respeito e até admiração por quem consegue se adaptar a essa mecânica de apertar determinadas teclas na sequência correta, entretanto, me sinto engessado diante dessas solicitações e costumo ignorar os combos em todos os jogos onde eles existem, mas não são fundamentais (como Warframe ou DC Universe Online). Por razões óbvias, sou um desastre em qualquer jogo de luta, sem jamais ter executado um Hadouken.

Essa deficiência que é só minha poderia ser compensada se Soulstice tivesse um sistema de evolução diferente. Aqui, o que pode ser desbloqueado para as personagens são novos combos. Não um ganho de dano natural nas armas, não uma barra de vida maior, não algum tipo de armadura ou algum tipo de barra de "mana" maior. Apenas novos combos que eu não executaria ou mesmo memorizaria.

Em prol da trama intrigante e das protagonistas carismáticas, prossegui com todas as minhas forças. Até eu perceber que a história estava avançando devagar demais, entremeada por sucessivas batalhas muito parecidas. Eu poderia ativar as assistências de combate, como bloqueios automáticos, mas isso limitaria minha participação a apenas balançar as armas sem muito critério. Eu poderia até mesmo ativar combate automático, mas isso me limitaria mais ainda a condição de mero espectador. Eu poderia, é claro, aprender a jogar com combos, depois de tantas décadas negligenciando essas mecânicas.

Ou eu poderia desinstalar Soulstice e seguir em frente para outro título. Esse texto é o documento assinado de minha decisão.

Ouvindo: Thomas Newman - Desert Storm

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