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8 de janeiro de 2018

Jogando: Warhammer End Times - Vermintide

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A primeira vez que joguei Warhammer End Times - Vermintide foi durante um final de semana gratuito no Steam e explodiu minha cabeça. A atmosfera de decadência do Final dos Tempos em Warhammer, a brutalidade dos combates repletos de sangue de rato (ou Skaven, se você quiser usar o termo certo) e os belos gráficos contribuíram para afastar aquela impressão latente que estava jogando um mod de Left 4 Dead.

Infelizmente, a brevidade desse contato inicial serviu para ocultar o principal defeito do jogo: sua repetitividade cansativa.

Passado mais de um ano, finalmente não apenas adquiri o jogo através de um bundle como também separei tempo para retornar para essa guerra fim entre os últimos humanos e uma horda de criaturas repulsivas cujo número nunca diminui. Tive acesso a mapas novos com um DLC de nome impronunciável, mas que continha um castelo majestoso que outrora pertencera a barões vampiros ou algo assim. Para minha surpresa, me entediei mais rápido do que estava esperando.

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Vermintide é um título para se apreciar com moderação e que pede, implora, por uma pausa na ação para que o jogador possa admirar não somente a impressionante arquitetura detalhada de seus níveis, como também o balé violento de desmembramentos e morte de suas batalhas. É uma pena que um anule o outro: se você ficar parado admirando a paisagem, será massacrado; se se dedicar à carnificina, vai perder boa parte da devoção que os desenvolvedores colocaram nos cenários.

Apesar de trazer traços de RPG, como um equipamento que pode ser melhorado com o tempo e diferenças entre os personagens, a evolução é algo que acontece a conta-gotas e te obriga a travar dezenas de batalhas até perceber alguma mudança no seu poder de destruição, enquanto as especializações de cada um dos heróis não chegam nem perto do que você pode encontrar em um Killing Floor, por exemplo, outro título cooperativo onde legiões de monstros precisam ser derrotadas. Após uma dúzia de batalhas, já tinha visto todos os mapas e estava cansado de ver os mesmos ratos pulverizados das mesmas formas.

Vermintide também se encontra em uma espécie de dilema, guardando semelhanças impressionantes com Left 4 Dead, de onde obviamente se inspira, mas se esquecendo de copiar elementos importantes da fórmula. Não apresenta a mesma sensação de urgência e fuga desesperada do jogo da Valve, ainda que também traga um universo devastado e sem esperanças. O fato dos protagonistas serem veteranos assassinos e não humanos comuns pegos em um apocalipse também contribui para um tom diferente na experiência.

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Além disso, a desenvolvedora comete um pecado mortal, encerrando cada missão de volta à mesma taverna segura, confortável e quentinha, enquanto Left 4 Dead te empurra de abrigo em abrigo, formando uma campanha contínua até uma conclusão épica em uma batalha sufocante. Aqui, porém, as missões não estão conectadas, não passam um sentimento de enredo, nem mesmo vago, e você pode, por exemplo, proteger os poços de água de envenenamento ou coletar grãos para os famintos na ordem que desejar e essas ações tampouco transmitem qualquer sensação de progressão. A Valve acerta em seu minimalismo de louca escapada, Vermintide tenta dar um aspecto estratégico a uma situação de guerra e fracassa.

Seus criadores já estão com a continuação no forno e tiveram a coragem de não ficarem restritos aos Skaven dessa vez, acrescentando um perigoso séquito de guerreiros do Caos entre seus inimigos. Além disso, Vermintide 2 irá se aprofundar justamente naquilo que diferencia a franquia de Left 4 Dead, investindo pesado em seus protagonistas, introduzindo customização mais profunda, uma árvore de habilidades, carreiras diferentes e equipamento mais complexo, para se adaptar aos estilos de jogar de cada um. Não sei se a campanha será mais coesa, com o mínimo de ligação entre os mapas, mas torço que sim.

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Ouvindo: Aphex Twin - Spotlight

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