Retina Desgastada
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22 de janeiro de 2024

Jogando: Warhammer: Vermintide 2

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Encerrei minha análise do primeiro Vermintide com a esperança de que a continuação introduzisse mais substância ou tempero em sua jogabilidade, fosse na forma de mais inimigos ou a prometida árvore de habilidades. Começo a análise do segundo jogo dizendo que houve uma tentativa. Infelizmente, os mesmos defeitos do jogo anterior permanecem.

Entrei nessa jornada ao lado do meu filho e, junto com ele, completei praticamente todos os mapas disponíveis no jogo base (sem comprar DLC alguma). Apenas a conclusão da infame "torre da bruxa" permaneceu como uma mancha em nossa currículo, após duas tentativas frustradas de vencer o mapa. Porém, nossa proposta era simples e direta: jogar, pelo menos uma vez, todos os mapas e seguir em frente.

Pode-se argumentar que essa talvez não seja a forma "correta" de se jogar Warhammer: Vermintide 2, um título que pretende funcionar como um serviço, em que os jogadores evoluem seus personagens, colecionam objetos, customizam seu visual e vivem aquele universo. Pode-se argumentar que nossa proposta soaria tão absurda quanto jogar Overwatch com a limitação de somente testar cada mapa uma vez. Exceto que Vermintide 2 não é Overwatch, nem de longe.

O que me fez prosseguir em Killing Floor insanamente, acumulando mais de 300 horas, ou Warframe, onde a contagem de horas já chegou nos quatro dígitos? São títulos que também podem ser considerados repetitivos, com um número bem limitado de mapas e inimigos. O que os diferencia da experiência de mutilar ratos humanoides é o fato daqueles jogos serem divertidos. O que define "diversão" irá variar de indivíduo para indivíduo, entretanto, nem eu, nem meu filho, víamos muito estímulo para continuar encarando Vermintide 2 além do minimamente necessário para poder dizer que "completamos".

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Porém, a sina do escritor é tentar colocar em palavras o indizível. Então, qual é o problema da franquia Vermintide? Por um lado, temos a falta de coesão. Não há uma ordem cronológica de eventos. Os constantes diálogos servem apenas para costurar alguma coerência nos mapas que, no entanto, não passam a sensação de se estar vivendo uma história. São missões soltas com pouco ou nenhum impacto em uma guerra muito maior. Vermintide implora por uma campanha que não vem e nunca virá: não é sua proposta. Ele é um clone de Left 4 Dead e seus desenvolvedores estão em paz com isso. Ainda assim, o vislumbre de seu potencial está ali e isso ia me incomodando missão após missão.

Seu sistema de evolução é lento, terrivelmente lento, e pouco recompensador. Houve um avanço em relação ao primeiro jogo, mas ainda está muito longe do senso de progressão de personagem de um Killing Floor. Meu herói com nível 20 era imperceptivelmente superior ao ponto em que ele começou, mesmo evoluindo o equipamento simultaneamente. A customização de visual é uma arapuca para incentivar o jogador a gastar moedinhas ou ficar preso em infinitas partidas. Com o agravante do jogo ser em primeira pessoa, ou seja, o próprio jogador nunca terá a oportunidade de apreciar como seu personagem ficou estiloso(a).

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A variedade de inimigos se dilui diante da constante legião de Skaven. Talvez o único mérito no quesito inimigos sejam os mini-chefes aleatórios, que realmente impressionam quando aparecem, mas que também são uma novidade que se esgota bem rápido.

Warhammer: Vermintide 2 tentou, mas preferiu jogar no seguro, mantendo diversas características do primeiro título, incluindo seus defeitos. Por quinze horas, milhares de inimigos tombaram debaixo de minhas lâminas ou das flechas de meu filho. Porém, não há qualquer incentivo para ir além.

Ouvindo: Taking Back Sunday - What's It Feel Like To Be A Ghost

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