Completar Might and Magic X - Legacy não favoreceu nem um pouco as chances de Trulon: The Shadow Engine de permanecer no meu desktop. O RPG modesto foi escolhido de forma aleatória, como o jogo que sucederia Wall of InSanity no canal. Pra quem não conhece o processo criativo por aqui, ocasionalmente, eu deixo a vida me levar. Isso significa que fatores randômicos decidem qual título será jogado em seguida. É uma forma justa de dar alguma chance para títulos obscuros, ao invés de sempre favorecer as opções mais badaladas do mercado.
Inicialmente, Trulon: The Shadow Engine parecia carismático. Há um amadorismo sincero em seus gráficos, o tipo de arte que eu estaria fazendo na adolescência usando o Paint, se tivesse o mínimo de talento para desenho. Não se julga um livro pela capa e, de certa forma, o espírito de Lethal: RPG War acenava para mim nesse aqui. Se fui capaz de completar aquele, inclusive devidamente documentado canal do YouTube, havia a impressão inicial de que a história se repetiria com esse.
Trulon: The Shadow Engine tem um universo steampunk em que criaturas selvagens e exóticas rondam as fronteiras das vilas e das cidades. Controlamos a filha de um caçador, que busca seguir os passos do pai e deixar a natureza mais segura para os humanos, caçando as feras mais agressivas. Obviamente, algo acontece que amplifica o volume de ataques das bestas e ainda as torna mais fortes que o normal. Investigar essa conspiração é o que fará a protagonista explorar esse mundo, conhecer aliados e se tornar a heroína que ela está destinada a ser.
Não é o melhor dos enredos, mas tampouco é ruim. De imediato, somos apresentados ao primeiro aliado, um aprendiz de mago com mais boa vontade e vigor juvenil do que exatamente poder.Um começo de simpatia se esboça, fica a promessa de um time diversificado, com personalidades variadas.
O problema de Trulon: The Shadow Engine está mesmo em suas mecânicas de combate por cartas. Não é tão equilibrado quanto deveria ser, não é tão divertido quanto prometia ser, não é tão simples quanto poderia ser. As batalhas são constantes e são o núcleo principal do jogo, com muitos confrontos entre um ponto narrativo e o seguinte.
Em condições completamente normais, talvez esse fosse um jogo que eu me forçaria a completar, nem que fosse para ter a campanha completa no canal (o único na internet brasileira, talvez?). Porém, completar Might and Magic X - Legacy não favoreceu nem um pouco as chances de Trulon: The Shadow Engine de permanecer no meu desktop. É experimentar o mais complexo dos paladares com um vinho ancestral e então se ver diante de um suco aguado de uva para as semanas seguintes.
Entrego meu futuro outra vez para as forças da aleatoriedade, rejeitando sua decisão dessa vez.
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