Retina Desgastada
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28 de fevereiro de 2021

(não) Jogando: Far Cry 5 - Lost on Mars

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Se a primeira impressão é a que fica, então Lost on Mars, o último DLC da minha maratona de Far Cry 5 deveria ser uma jornada de ficção-científica absurda com fortes doses de humor de quinta série ou o exato oposto do que foi a campanha principal e suas pesadas consequências no coração de uma América fundamentalista. Apesar de eu conseguir enxergar a reviravolta dessa aventura marciana a anos-luz de distância, confesso que os diálogos desavergonhados estavam me entretendo.

A primeira impressão desaba uma hora depois sob o peso de combates repetitivos demais contra o mesmo tipo de inimigo, usando o mesmo tipo de arma, no mesmo tipo de cenário, de novo e de novo.

Lost on Mars transporta Nick Rye, o simpático dono do único serviço de transporte aéreo de Hope County, para o espaço sideral em uma cena de abdução impagável. O que já era inusitado se torna hilário ao sermos reapresentados ao atrapalhado Hurk, desta vez com uma nova configuração corporal.

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Juntos, Rye e Hurk são a única esperança da Terra para deter uma ameaça alienígena em Marte na forma de criaturas aracnoides que escavam por baixo do solo. Assim, Lost on Mars é o filho perdido de Vermes Malditos com qualquer outro filme B marciano que você já tenha visto e não há problema algum nisso. As belas paisagens exteriores me fizeram desejar um jogo completo da franquia em território alienígena ou, pelo menos, que a Ubisoft usasse sua manjada fórmula de mundos abertos em outros planetas.

Infelizmente, se esse DLC é uma amostra do que poderia ser esse jogo desejado, talvez seja mesmo melhor que certos sonhos não se realizem. Como um eventual protótipo, essa aventura naufraqa na absoluta falta de variedade. É um problema que eu já tinha percebido em Hours of Darkness e Dead Living Zombies, mas essas expansões tiveram a sorte de me pegarem mais descansado. Depois de dezenas e dezenas de horas, admito estar meio exausto de Far Cry 5 ou mesmo seu motor gráfico, por mais exuberante que ele seja.

Falta às poucas armas de Lost on Mars a pegada e o impacto dos outros DLCs, assim como falta carisma a seus oponentes. Destruir aranhas-vermes alienígenas não é tão divertido como deveria ser. As melhores partes dessa aventura acabam sendo os momentos de plataforma, usando os jatos propulsores, que acrescentam uma verticalidade inesperada à franquia.

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A ambientação em Marte não ajuda tampouco e dá pouco espaço para seus criadores inventarem marcos geográficos ou mesmo uma mudança de ambiente. Temos aqui terreno pedregoso, areia e montanhas estéreis até onde a vista alcança, com construções recicladas de qualquer Mass Effect da vida.

Mantive o jogo estagnado na minha área de trabalho por semanas, adiando o retorno, até me dar conta de que o melhor caminho seria mesmo me despedir finalmente de Far Cry 5 e liberar espaço no SSD. Talvez se tivesse seguido outra ordem em relação aos DLCs, Lost on Mars não fosse abandonado pelo caminho. Ou se meu filho tivesse embarcado cooperativamente comigo. Ou se fosse mais curto. São muitas variáveis na mesa mas a verdade é que essa expansão não faz justiça a sua primeira impressão.

Ouvindo: The Cure - Disintegration

Um comentário:

Marcio Santos disse...

Sua análise bateu muito com os mesmos pontos que notei na jogatina, realmente pra mim não fechou com chave de ouro, mas tudo bem o 6 vem aí e vamos ver o que nos aguarda, parabéns pelo conteúdo do blog!

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