Desde o sucesso de Castle Crashers aqui em casa, eu estava de olho em um novo beat'em up onde eu pudesse controlar o personagem e meu filho apertar os botões de pancada indiscriminadamente. De preferência com muito humor. Por um tempo, Arson & Plunder atendeu a esse desejo.
No título, você controla dois personagens: a elfa com poderes incendiários chamada de Arson e o orc distribuidor de bordoadas chamado de Plunder. Para quem não entende inglês, seus nomes casam maravilhosamente bem com suas habilidades. A chave da jogabilidade aqui é que, por um acidente de teleporte, os dois protagonistas ocupam involuntariamente o mesmo espaço e você tem que alternar entre eles para usar seus poderes.
É uma fórmula parecida com a de Three Dead Zed, mas aqui não há nenhum traço de puzzles e, na prática, na maioria das vezes tanto faz como tanto fez se você escolhe só jogar com a Arson ou só com o Plunder. É uma questão de estilo. Alguns chefes caem mais fácil com o poder deste ou daquela, mas essa é a única diferença.
Parte do charme do jogo está no humor. Os protagonistas se detestam, para começar. São de raças rivais que disputam uma floresta mágica. A chegada dos humanos arrogantes obriga a aliança. Outra fonte de humor é a quebra da quarta parede e frequentemente os personagens fazem referência ao fato de estarem participando de um jogo. Existe até um final falso antes da metade da aventura!
Infelizmente, seria melhor se o final falso fosse o verdadeiro. Teria sido um jogo curto, mas divertidíssimo. Arson & Plunder sofre de dois problemas que se agravam quanto mais ele dura: é repetitivo e a dificuldade escala rápido.
Enquanto Castle Crashers acrescentava novidades a cada nível (e era infinitamente mais engraçado em sua anarquia), Arson & Plunder é aquilo mesmo o tempo todo: um jogo de bater e bater bem simplista. Não há armas, armaduras, poderes novos para desbloquear ao longo da jornada. Nem um mudança significativa no tipo de inimigos.
E a dificuldade... começa como um passeio no campo e sobe rápido para lutas de vida ou morte que não permitem erros. Castle Crashers tem seus momentos tensos (aquela maldita colina à luz do luar!), mas no geral funciona só esmagando botões. E, quando não dá certo, é só fazer um pouquinho de grinding e subir seus níveis. Em Arson & Plunder, sorte e sincronia são fundamentais para escapar dos ataques e desfechar golpes precisos em vários minutos. Deve ter gente salivando ao ler esse parágrafo, mas posso garantir que na verdade o fator diversão cai nesses momentos. Em contrapartida, o título tem cinco níveis de dificuldade e certamente nosso erro foi ter escolhido o nível 3, quando o 2 poderia ter sido bastante satisfatório.
Arson & Plunder foi comprado através do Gamersgate, em um pacote indie, mas já foi aprovado no Greenlight e em breve estará disponível no Steam. Os desenvolvedores prometem um modo cooperativo online para dois jogadores, o que deve mudar bastante a dinâmica e amortecer a dificuldade.
É um título simpático, claramente feito com a melhor das intenções, mas que não ressoou bem comigo e meu filho e acabou abrindo espaço para o retorno de Minecraft.
Mas isso é uma outra história.
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