Retina Desgastada
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11 de janeiro de 2013

Jogando: Castle Crashers

Castle Crashers 04

O ano mal começou e Castle Crashers já é forte candidato a Melhor Jogo Infantil de 2013 do Retina Desgastada.

Na superfície, o produto da The Behemoth parece um "joguinho" de flash como muitos outros, um Beat 'em up onde esmagar os botões em sucessão é a lei. Você pode falar em combos desbloqueáveis, estratégias para usar magia e escudo nas horas certas ou tabelas de armas e animais de companhia, mas a verdade é que meu filho martelou os dois botões de ataque o tempo todo e nós vencemos o jogo. O recheio deste bolo é outro.

Castle Crashers é diversão em estado puro, entregue na forma de uma jogabilidade extremamente simples, mas viciante, e complementada com humor vazando por todos os poros. Não há um minuto da história em que pelo menos um sorriso não permaneça no rosto, isso quando não é substituído pela gargalhada. Inimigos e protagonistas fazem hilárias caretas quando atingidos, situações bizarras se sucedem, armas inacreditáveis aparecem. Vencemos o jogo usando um pedaço de carne congelada como porrete, para se ter uma ideia do nível de insanidade. Os monstros, chefes de fase, estão entre os mais engraçados que já tive o prazer de enfrentar. Em contraste, a sequência dos créditos é gloriosa ao extremo, mostrando o herói triunfante retornando pelo mesmo caminho que veio, com a última princesa resgatada em seus braços e atravessando regiões repletas dos cadáveres dos derrotados. Para, na cena após os créditos, soltar toda a loucura uma última vez.

Castle Crashers 01 Castle Crashers 02

Teoricamente, Castle Crashers foi desenvolvido para ser jogado de forma cooperativa com até quatro jogadores. O sistema de criar ou participar de sessões é simples e direto, permite mostrar armas, animais e níveis que jogadores mais novatos ainda não conhecem e funciona muito bem. Mas também é perfeitamente possível jogar sozinho até o final. Se você estiver travado em alguma fase mais complicada, pode-se entrar online, escolher aquele desafio e vencê-lo com a ajuda de companheiros. A vitória é transportada para o modo single-player. Usamos este recurso duas vezes, uma para vencer o jogo de vôlei (?!) no palácio do deserto, insuportável para se jogar no teclado, e outra vez para a fase Full Moon, carregada de inimigos. Curiosamente, vimos o final primeiro em uma campanha de outro jogador e só duas semanas depois conseguimos chegar lá por nossa própria conta. O sistema de evolução também se beneficia do modo multijogador, uma vez que se ganha pontos de experiência ao inflingir dano aos inimigos, não ao derrotá-los, permitindo que jogadores de baixo poder de ataque possam ganhar alguma coisa ao se aliarem a jogadores destruidores de inimigos.

Castle Crashers 05 Nobody_joe, do Neogamer, correndo do monstro

Tive a sorte dupla de nem precisar pagar pelo jogo: ganhei pelo Twitter em uma promoção do Neogamer. E, desde que instalei, o "jogo do cavaleiro" vem sendo um dos favoritos do meu filho, que continua pedindo para jogar de novo diversas partes, mesmo eu explicando para ele que a história já terminou. Estou aprendendo com o garoto o significado de replay value. Para aqueles realmente determinados a jogar para sempre, existem muitos itens e diferentes personagens a serem desbloqueados, além de um nível de dificuldade chamado de Insane, para desafiar os mais profissionais.

Castle Crashers 06 Loja de armas do modo Insane. "Não, obrigado. Vou ficar com meu pedaço de carne".

Castle Crashers 03 Os desenvolvedores são gente fina e fazem uma pontinha no jogo...

Castle Crashers saiu primeiro para os consoles, anos antes de chegar ao PC, e poderia facilmente ser um título de navegador. Mas, não se deixe enganar, por trás dos gráficos desenhados à mão, existe uma chama de desenho animado e um estilo único que merecem ser conhecidos. Vale destacar também a excelente trilha sonora, cômica em algumas partes, épica em outras, totalmente desenvolvida por usuários do site Newgrounds, paga pela The Behemoth e liberada de graça para download. Como se o jogo em si já não fosse simpático o suficiente, todo o faturamento dos DLCs (Blacksmith Pack e Pink Knight Pack) é destinado a instituições de caridade.

Este ano, Sonic vai ter que correr mais um pouco para tirar o cavaleiro azul da cabeça do meu filho...

Ouvindo: The House Of Love - The Girl With The Loneliest Eyes

9 comentários:

Jimmy Fischer disse...

Interessante, mas bem salgadinho para um titulo "indie".
Não vai sair um "pontos positivos e negativos" do jogo?
A dificuldade é boa ou o jogo é infantil mesmo, tipo, facil demais?

C. Aquino disse...

Jimmy, o preço está meio salgado mesmo. Eu compraria em promoção, não pelo preço integral de 25 pratas. Fique atento, porque por metade disso vale muito a pena.

A dificuldade é boa e, se achar que é moleza, tem outros níveis, incluindo o Insane. Pode encarar outros jogadores na Arena também e ficar só no PvP.

Breno disse...

"mas a verdade é que meu filho martelou os dois botões de ataque o tempo todo e nós vencemos o jogo."

Queria ver ele fazer isso em jogos como cadilaques e dinossauros, o justiceiro, final fight, vendetta, capitão commando entre outros...

Breno disse...

Só agora eu percebi, o jogo tem a tag rpg, haha. O genero ta tão descaracterizado que qualquer coisa que tiver "niveis" ou desbloqueaveis é considerado um rpg.

Jimmy Fischer disse...

Joguei muito todos esses nos arcades Breno, parece que esse gênero morreu mesmo(beat n' up), a gente chamava de "briga de rua"...

Lucs disse...

é dos mesmos criadores de Dad'n me,né?
Um jogo em flash bem legal.

Breno disse...

Pois é Jimmy, a popularidade dos Street Fighters da vida juntamente com a onda 3d fizeram o genero perecer. Na verdade o genero briga de rua ainda vive, mas somente em 3d hj em dia, com excessão de projetos feitos por fãs que nem o street of rage remake. Pra mim, jogos como God of War e God hand são brigas de rua em 3d...

Raphael AirnMusic disse...

Aquino, talvez te interesse ler isso aqui, o autor de 'Home' também jogou os 3 mass effect em sequencia -> http://benjaminrivers.tumblr.com/post/36857761293/thoughts-on-mass-effect-my-six-months-as-commander

Aliás, aguardo sua resenha de 'Home'. O jogo pode ser curto - você pode terminar em uma hora e pouco - mas certamente vai te deixar pensando nele por bem mais tempo depois de terminar. Já entrou pra minha lista de favoritos.

Shadow Geisel disse...

esse castle crashers parece ser bem engraçado mesmo. o veado correndo com uma mancha marrom no traseiro me faz rir comigo mesmo até agora.

"O genero ta tão descaracterizado que qualquer coisa que tiver "niveis" ou desbloqueaveis é considerado um rpg".

kkkkkkkkkkkkkkkk. rindo pra não chorar... :(

uma coisa eu não entendi: o que Street Fighter tem a ver com a derrocada dos jogos de briga de rua (Jimmy, acho que esse termo surgiu por causa da ambientação do Double Dragon, o maior representante do gênero)? o próprio Cadilac citado por vc é da Capcom. isso é o mesmo que dizer que guitar hero matou os jogos de dança (estilo bust a groove).

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Blog criado e mantido por C. Aquino

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