Retina Desgastada
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27 de maio de 2019

Jogando: Rock of Ages 2

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Joanna D'Arc é louca de pedra que não pode ver um Deus que já quer sair tretando em seu nome. Ramsés é um #vidaloka que curte descer pirâmide de tobogã. Atlas é um desastrado vagabundo que não quer mais trabalhar para Zeus. Adão e Eva são personagens de Pokémon. Com esse elenco insano, mais as figuras históricas de Baba Yaga, Van Gogh e uma girafa flamejante, os chilenos da ACE Team nos convidam mais uma vez para mergulhar em suas mentes perturbadas, controlando uma rocha gigante em uma mistura de Tower Defense e corrida de obstáculos.

É difícil imaginar a concepção desse jogo sem o consumo de substâncias psicodélicas, mas esse é o universo dos criadores de Zeno Clash 2 e outros tantos títulos que desafiam os limites de um determinado gênero. Em Rock of Ages 2, você precisa destruir a porta do castelo inimigo antes que o inimigo destrua a sua. Para isso, você precisa controlar uma rocha de proporções ciclópicas através de um mapa lotado de armadilhas e tropas espalhadas pelo inimigo, determinadas a atrasar ou destruir sua rocha. Enquanto sua nova rocha é construída, você espalha as suas armadilhas e tropas pelo caminho do oponente. E é isso.

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Como se essa mecânica inusitada não fosse mérito o suficiente para divertir, Rock of Ages 2 usa e abusa de animações para apresentar seus oponentes, versões bizarras de figuras históricas ou mitológicas que tem diferentes motivos para se irritar com seu personagem. A Ace Team aqui pega carona no nonsense de Monty Python e, com o perdão do trocadilho, não deixa pedra sobre pedra. Não é todo jogo de estratégia(?) que traz vacas adesivas ou um leão pendurado em um balão durante as partidas ou cita Salvador Dali nas cutscenes.

Em outras palavras, Rock of Ages 2 é deliciosamente debochado, aliado a uma jogabilidade que não chega a ser frustrante, mas é bastante desafiadora. Quem curte planejar suas estratégias, vai amar a variedade de unidades com os mais diferentes efeitos na bola adversária e a constante decisão entre atrasar o inimigo (e tentar vencer por ser mais rápido) ou destruir suas rochas (e vencer na brutalidade). Os oponentes e suas rochas exóticas apresentam abordagens diferentes para cada mapa, que também variam em nível de dificuldade. Alguns mapas exigem bolas mais ágeis, outros são basicamente mais retos, outros testam a resistência de sua rocha. Os amantes de velocidade também não irão se decepcionar na árdua tarefa de acelerar nas retas, (tentar) frear nas curvas e ainda saltar por cima dos obstáculos, tentando chegar na maior velocidade possível no portão adversário para maximizar o impacto.

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Completei a campanha com meu filho a passos de tartaruga, mas sempre com diversão. A tela dividida funciona muito bem, mas um bug em uma das corridas fez com que a tela dele ficasse negra e ele não pudesse esmagar nossos inimigos e concluir a fase. Para um título com tantos elementos acontecendo e uma física tão inusitada, um único bug está de muito bom tamanho.

O mapa é relativamente aberto, com diferentes caminhos para os combates, então é possível contornar uma luta mais dura para outro dia, depois de desbloquear unidades ou rochas melhores. Há três "chefes" de fase em Rock of Ages 2, em que a jogabilidade muda completamente e o título sequer lhe diz o que precisa ser feito, mas são batalhas bastante fáceis e é possível intuir o que precisa ser feito: acerte algo com sua rocha.

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É possível jogar de forma competitiva, em batalha convencional ou corridas, mas o guri rapidamente se cansou de me vencer constantemente. O tempo passa, o mundo gira.

Combinando estratégias e estilos diferentes de jogar (ele prefere as rochas rápidas e saltadoras, eu prefiro as rochas lentas mas robustas), foi um deleite triunfarmos na campanha cooperativa. Avançamos sobre o mapa da Europa e invadimos o Egito no final. Se as últimas lutas estavam aquém do clímax que esperávamos, pelo menos as animações entregaram a conclusão que Rock of Ages 2 merecia: insana e hilária.

Ouvindo: Black Sabbath - The Sign of the Southern Cross

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