Retina Desgastada
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20 de fevereiro de 2022

Jogando: Friday the 13th Killer Puzzle

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Confesso que já fui fã de carteirinha de Jason Voorhees. Daqueles que desenhavam a máscara de hóquei na carteira do colégio e ficava imaginando continuações na cabeça, com todo tipo de morte bizarra, ou inventava clones que nunca seriam filmados. Durante a adolescência, assisti a todos os filmes que passaram naquela época, do primeiro ao nono. Levaria anos para finalmente ver Jason X, uma produção tão capenga (não que as anteriores não o fossem) que finalmente me dei conta de que estava livre da maldição de Crystal Lake e a franquia não tinha mais sentido para mim nem como guilty pleasure.

Até Friday the 13th Killer Puzzle. O jogo está de graça no Steam, porém, pela primeira vez em décadas, os detentores dos direitos autorais da marca (seja lá quem estiver disputando isso nos tribunais) viram outra vez a cor do meu dinheiro. Viciei tão rapidamente que, antes mesmo de chegar ao final dos oito cenários gratuitos, eu já havia comprado os quatro cenários adicionais. Se serve de consolo, o que o jogo oferece sem custo algum me pareceu pouco, mas, somados com o conteúdo pago, acabou me cansando no final.

O título é um derivado de Slayaway Camp, com mecânicas idênticas. O jogo original já era uma homenagem aos filmes slasher, particularmente a franquia Sexta-Feira 13. O que os desenvolvedores espertamente fizeram foi licenciar sua fonte de inspiração, oferecer uma amostra grátis de sua jogabilidade viciante e cobrar os incautos por novas doses e/ou apresentar seu jogo anterior. Funciona maravilhosamente bem.

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Em Friday the 13th Killer Puzzle controlamos a máquina de matança chamada de Jason Voorhees, com um toque de fofura. Ouvimos conselhos da cabeça decapitada de sua mãe, Pamela Voorhees, que trata seu pimpolho como se fosse um bebezão. Nossas vítimas tem uma aparência engraçada que mistura Minecraft e Nendoroid. Porém, o jogo exige senso de humor negro, porque o sangue corre solto em suas cenas de massacre tão exageradas que chegam ao limite do ridículo.

Entretanto, o grande chamariz de Friday the 13th Killer Puzzle são mesmo as mecânicas. Jason caminha sem nunca parar na direção escolhida e você precisa navegá-lo por cada mapa, para se posicionar diante de cada uma de suas vítimas e ainda terminar essa coreografia de xadrez diante da "garota final", depois que todos morrerem. É difícil descrever o que se visualiza melhor em vídeo. É um desafio diferente a cada mapa, com novos obstáculos e propriedades surgindo quanto mais se avança ao longo das fases.

Por funcionar por turnos, o título acaba servindo como uma boa distração depois do almoço ou qualquer tempo sobrando em um dia estressante, uma leve "chacinazinha" para passar o tempo e testar o raciocínio lógico, à prova de frustrações. É literalmente impossível travar nesse ou naquele mapa, porque Mamãe está sempre presente e pode oferecer uma pista de como resolver ou, em casos extremos, você pode jogar a toalha e pedir que ela mostre a solução completa, sem prejuízos para seu progresso, exceto, talvez, um orgulho ferido.

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Friday the 13th Killer Puzzle ainda oferece dois modos adicionais: um Desafio Diário em um "ambiente virtual" e uma maratona de matança que é apenas uma sucessão do mini-jogo de finalização (é mais difícil do que parece). Com trajes para serem desbloqueados e inúmeras armas para serem encontradas em caixas oferecidas por Mamãe, há um certo chamariz para colecionadores. Algumas armas possuem animações exclusivas de morte, que sempre surpreendem e podem divertir seu sádico interior que estava adormecido desde a juventude. Eu apontaria a trilha sonora como a cereja do bolo da experiência, atmosférica nos mapas comuns e um rock nervoso na maratona de matança.

Já posso dizer que a lenda de Sexta-Feira 13 finalmente gerou um bom produto cultural e que eu não desperdicei parte dos meus neurônios nos meus anos de formação com algo inútil. Jason vive!

Ouvindo: Morrissey - Jack the Ripper (que coincidência!)

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