Décadas depois do fiasco do longa-metragem live action, a Nintendo perdeu o medo de ser feliz e autorizou uma nova adaptação de sua marca mais famosa para os cinemas. A gigante japonesa tinha a vantagem de ser literalmente impossível piorar o que já foi feito e, mesmo assim, preferiu não correr absolutamente nenhum risco. Fez uma parceria com a mediana Illumination Entertainment (que foge de ousadias e vive de extrair leite da mesma franquia) e colocou o próprio Shigeru Miyamoto, criador do Mario, para supervisionar o projeto com olhos de águia.
O resultado não poderia ser diferente: uma das maiores bilheterias de animação da História do cinema e o maior faturamento que uma adaptação de jogo já teve.
E, muito provavelmente, o principal defeito de Super Mario Bros. O Filme é sua completa falta de criatividade ou ideias fora da curva que pudessem atrapalhar seu sucesso. Cada detalhe da obra é milimetricamente calculado para maximizar a resposta do público, desde a quantidade quase exagerada de referências ao universo do personagem, passando pelo empoderamento monumental da Princesa Peach, passando pela mensagem edificante de amor fraterno e chegando na decisão absurda de substituir as músicas clássicas dos jogos por sucessos manjadíssimos da cultura pop, já usados à exaustão em várias outras produções.
Isso significa que eu não gostei do filme? Não. Não há quase nada para não se gostar no filme. Porém, tampouco existe qualquer elemento excepcionalmente bom que o destaque, até mesmo na filmografia morna da Illumination. Faltou o "toque Nintendo", que felizmente preza por inovar aqui e ali, seja com consoles que ninguém imaginava que fosse dar certo, seja com mecânicas alienígenas em jogos do Mario (como um chapéu que possui corpos ou uma mangueirinha de água). O que tivemos nessa adaptação foi uma Nintendo mordida de cobra.
Desta forma, removido o fator nostalgia ou deslumbramento de quem cresceu ao lado desses personagens, o que sobra é um longa satisfatório, uma adaptação simpática, porém sem alma. Esperava muito mais e o filme entregou somente o básico. Que a inevitável continuação dê mais coragem para os envolvidos e traga criatividade para as telas.
Um comentário:
Ainda, sim, é melhor adaptação do que a série lixo The Last of Us que você gostou tanto, transformou Joel num velho fraco, doente, burro e a Ellie numa sociopata, chata e irritante, tirou todos os infectados, tensão, sobrevivência e ação do jogo, etc.
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