Retina Desgastada
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30 de novembro de 2021

Nova Guerra

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Faltam 15 dias para o sistema solar ser mergulhado no maior conflito de sua História. É a hora da vingança de uma espécie robótica contra seus decadentes criadores e todas as formas de vida orgânica. Raras vezes nos últimos anos senti tanta empolgação com eventos ficcionais de um jogo eletrônico, mas a grande verdade é que a Nova Guerra de Warframe não é um evento qualquer.

Para quem olha do alto e vê as batalhas frenéticas de Warframe, pode ficar apenas a impressão de que são um grupo de ninjas espaciais genéricos dilacerando e destruindo inimigos em um conflito sem fim. Olhando mais de perto, é possível ver também o permanente farming de recursos, as missões repetitivas e as estranhas escolhas de visual de seus jogadores e seus personagens que parecem, às vezes, fugitivos de um desfile de Carnaval.

Entretanto...

Ao longo de oito anos, a Digital Extremes nunca parou de expandir seu universo, acrescentando não somente novas (e, ocasionalmente, inúteis) mecânicas, mas também singulares fragmentos de uma história épica. Nesse universo, a civilização humana se expandiu por todo o sistema solar, com tecnologias impressionantes, mas um espírito decadente. Nos tornamos os Orokin, uma sociedade que explora os mais fracos, prolonga a própria vida com o sofrimento alheio e almeja conquistar novos territórios. Para levar sua expansão além, os Orokin precisavam vencer o Void, o vazio cósmico do hiperespaço, uma região com suas próprias regras e hostil a formas de vida orgânicas. Estava no Void a chave para sair do chamado sistema de Origem e, efetivamente, dominar o universo.

Tentativas frustradas de atravessar o Void criaram aberrações de incríveis e assustadores poderes. Evitando ao máximo spoilers, o fruto desses experimentos somos nós. Os Tenno. Os malditos. Os exilados. Os temidos.

Para atravessar o Void, os Orokin construíram então máquinas autônomas, em um esforço para colonizar outros sistemas solares. Essas máquinas, os Sentients, conseguiram chegar onde nenhum humano jamais foi. Porém, algo alterou sua programação. Aqueles que foram criados para serem servos, agora se pretendiam conquistadores. Os Sentients retornaram para destruir os Orokin, em um conflito que ficou conhecido como a Velha Guerra.

O Passado Completa o Círculo

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Todos esses eventos aconteceram antes de qualquer jogador colocar os pés no universo. Esse é o passado do universo de Warframe. O que encontramos quando aqui chegamos são as ruínas da civilização Orokin. Com raríssimas exceções, nenhum representante dessa casta superior sobreviveu ao conflito. Séculos se passaram. Os remanescentes da raça humana, os subprodutos da sociedade Orokin, agora lutam pelas migalhas em todos os planetas, disputando poder.

Nessa nova e brutal realidade, somos acordados de um sono secular. Os Tenno foram a arma suprema que conseguiu expurgar os Sentients para fora do sistema Origem, mas também foram esquecidos. Até hoje, cabia a nós enfrentar as facções que buscam o controle de tudo, ao mesmo tempo em que investigávamos respostas para nosso passado.

Entretanto...

Desde o primeiro minuto em que ouvi falar da Velha Guerra, tornou-se evidente para mim que ela não seria a última. Quanto mais me aprofundava nos meandros da mitologia de Warframe, se tornava evidente que a influência dos Sentients ainda se manifestava por toda parte. A ameaça havia sido derrotada anteriormente, mas não anulada. Uma guerra de séculos atrás teria um novo capítulo.

Nos últimos quatro anos, a desenvolvedora Digital Extremes vinha preparando a narrativa para levar os jogadores até esse ponto. O que muito antes havia sido tão somente um sandbox de ninjas espaciais agora havia se convertido em uma jornada emocional de guerra e revelações, que mudaram completamente a percepção anterior do jogo.

É muito comum nas narrativas de ficção a sombra perene de uma grande força inimiga. Por mais que Shepard e seus aliados tenham se esforçado ao máximo em jogos anteriores, a guerra total contra os Reapers se tornou inevitável em Mass Effect 3. Tolkien ergueu uma trilogia inteira sobre esse grande mal que está voltando. Desde o primeiro livro, a franquia Harry Potter deixou margem para o retorno de Voldemort.

Esse é o momento para Warframe, a convergência final de tudo que foi feito em oito anos: os Sentient retornaram. Será necessária a aliança de todas as facções, de todos os Tenno, para derrotar um inimigo comum, uma coletividade que já colocou o sistema Origem de joelhos anteriormente.

Porém, desta vez, nós estaremos lá.

Ouvindo: Tori Amos - Sugar

Um comentário:

Davi Stanesco disse...

Dei duas oportunidades lara o warframe: uma em seus primórdios; outra em 2017. Infelizmente,não consegui enxergar o apelo que todos veem.

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