Na semana passada, eu estava tão desanimado que só consegui postar uma imagem e nada mais. Era o ápice de um desgaste que vinha crescendo após 27 semanas seguidas sem sair de casa, recebendo notícias ruins pela internet e testemunhando a civilização rumando para o abismo como lemíngues. Havia fôlego para alguns meses, uma perspectiva de se jogar Ark e Minecraft até cansar e sair do outro lado de volta à normalidade, mas nenhuma dessas previsões se viabilizou.
O próprio Quarentena se tornou tão formulaico quanto os dias que pretendia relatar. Alguns parágrafos de abertura com momentos do cotidiano, mas quase sempre com a constatação do pior do espírito do humano. Uma quebra de ritmo com tudo aquilo que meu filho e eu jogamos ao longo da semana, seguido pelos filmes que assistimos, um relato do que eu estou jogando pelo Gamerview e algumas considerações finais. E mesmo essa receita de bolo estava se tornando cansativa para mim, principalmente no Domingo, quando, livre da pressão de se entregar conteúdo em dia de semana, o choque da realidade é mais forte.
Até quando irá essa quarentena? No que depender de mim e dos que aqui estão comigo, irá até onde for necessário ir. Até a vacina. Até o apocalipse. Até as autoridades nos arrastarem para fora, literal ou figurativamente. Nos trancamos com menos de dez mortes por dia. Não há motivos para sair com quase mil vitimas diárias.
Mas Quarentena termina por aqui. No início, me questionei qual seria a função do gerador de conteúdo quando tudo mais parece estar indo pelos ares. A função deste profissional (ou amador) continua sendo a mesma: levar informação e/ou entretenimento para quem precisa. Ambos os elementos são necessários para a sociedade, principalmente em momentos de crise. Então, é claro que o blog continua e já há um "substituto" semanal no forno para o que Quarentena tentou ser.
Para os que conseguem, fiquem em casa, fiquem bem. Para os que precisam sair, tomem cuidado, fiquem bem.
Vai passar.
Um comentário:
Eu confesso que, se não fosse obrigado pelo trabalho (por razões que desconheço, entregar cartas, de repente, se tornou um serviço essencial aos olhos dos nossos governantes), eu não teria saído de casa em nenhum dia. Já sou caseiro por natureza, e se minha saúde (e da minha família) está em jogo, aí é que eu não sairia mesmo. O sentimento é totalmente compreensível, visto que não temos previsão de quando tudo isso vai passar, se é que vai. Mas os posts cumpriram seu papel. Agradeço pelos relatos.
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