Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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17 de maio de 2016

Não Está Fácil Para Ninguém

Apreciemos inicialmente esses dois minutos de jogabilidade de Doom:

Perceba a desenvoltura do jogador, sua precisão de movimentos, a fluidez de suas ações... não, o sujeito jogando joga mal, visivelmente mal. E é um analista profissional do Polygon, que teve a pachorra de publicar o vídeo do qual as cenas acima foram retiradas como se fosse a coisa mais natural possível.

Sendo o Polygon um dos bastiões de opiniões polêmicas e um dos pivôs do infame Gamergate, cujas sequelas se fazem sentir até hoje, é claro que choveram críticas por todo lado sobre a competência do jornalista.

O que nos leva à pergunta: é necessário saber jogar bem para escrever sobre jogos?

super-meat-boy-screenshot

Meu telhado é de vidro, não vou esconder. Nesses quase vinte anos em que redescobri os jogos eletrônicos no PC conheço minhas limitações e tenho plena consciência de que estou longe de ser considerado um bom jogador. Essa auto-crítica é um dos motivos que me mantém distante dos títulos multiplayer e de gêneros nos quais não tenho a habilidade necessária. Sei que meu filho, aos 8 anos, possivelmente já é melhor em plataformas do que jamais serei. Sei que amo jogos de corrida, mas a recíproca não é verdadeira. Sei que meu ritmo em FPS é mais de devagar e sempre com malícia do que freneticamente chutando portas e fazendo o popular circle-strafing.

Mas isso não me impede de ousar analisar jogos onde minha competência é questionável. Apenas tento não esconder minha dificuldade do leitor ou deixar que os obstáculos toldem minha visão da obra. Há outros aspectos a serem avaliados em qualquer jogo, como direção visual, história, personagens, trilha sonora, mecânicas e até mesmo se a dificuldade é justa e dentro da proposta ou fruto de um desequilíbrio cometido por seus desenvolvedores. E acredito que isso também vale para jogos fáceis demais.

Assim, deixei claro que desisti de Alien Rage por causa da falta de personalidade do título e destaco que a dificuldade é um dos fatores propositais colocados ali pelos seus criadores. Assim como Alien Isolation, que também desisti e justamente pela dificuldade, ainda que louvando todos os outros aspectos do jogo.

Defendo também, desde que estabeleci minhas regras para um jogo ir parar na lixeira, que todo jogo deve ter níveis diferentes de dificuldade para atender diferentes tipos de jogador. O fácil para um é o difícil para outro e se o jogo traz um único nível de dificuldade, ele irá acabar frustrando jogadores de um lado ou de outro do espectro.

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Isso significa que defendo, sim, que Dark Souls possa ter um ajuste para reduzir a dificuldade, mesmo que isso vá contra sua proposta. Existem jogadores que podem ter interesse apenas pelo lore da série ou que tenham dificuldades motoras ou que gostariam de apreciar seus cenários. Heresia? Não, a dificuldade padrão, aquela intentada pelos seus artífices, continuaria lá, inclusive como padrão do jogo. Mas níveis mais fáceis estariam à disposição como uma opção para outros jogadores. A decisão caberia a cada um.

ATUALIZAÇÃO (18/05): Parece que avaliei erroneamente o papel da dificuldade em Dark Souls e isso coloca o jogo em uma posição sui generis dentro do cenário. De uma forma geral, minha opinião no parágrafo acima segue valendo, mas com exceções. Acompanhe os comentários depois da postagem.

Da minha parte, busco sempre jogar na dificuldade média, que geralmente reflete a intenção de seus criadores. Em raras exceções, quando o jogo é promissor mas acima de minhas habilidadades, reduzo a dificuldade em um grau. Foi a tática adotada em System Shock 2, depois de descobrir frustrado que o personagem criado não teria um grande futuro no jogo do jeito que eu estava levando as coisas. Mas não vou advogar que todos devam jogar desse jeito ou daquele outro jeito e tenho certeza de que farei o máximo para aceitar minha sina em Dark Souls, quando for chegada a hora de encará-lo.

Então, é necessário saber jogar bem para escrever sobre jogos? Minha resposta é não. Da mesma forma que um jornalista não precisa fazer gol de bicicleta ou mesmo acertar um penâlti para falar de futebol ou um crítico musical não precisa compor ou tirar altos solos de guitarra para analisar um álbum.

Entretanto, se o dito jornalista se propôe a chutar uma bola na frente dos outros ou tocar uma música de sua composição... é bom estar preparado para a galhofa.

Noob!

Metallica - The Day That Never Comes

17 comentários:

Marcos disse...

também não sou o melhor dos jogadores do mundo, pessoalmente acho que a pessoa tem que ter sim alguma noção básica de como funcionam os jogos, principalmente um FPS tão clássico feito Doom pra poder criticar, poder aproveitar todos os recursos, e sim, acomodar da melhor forma possível a jogabilidade! A polygon ja foi bastante desleixada

pelo que eu to vendo, a pessoa ta jogando num controle onde não tem muita coordenação motora pra usar o analógico da mira. Além disso, muitas jornais de games tem muito mais de um analista que tem experiência em determinados gêneros de jogos, portanto não haveria motivos pra ser tão desastroso esse videos da Polygon

Shadow Geisel disse...

"Isso significa que defendo, sim, que Dark Souls possa ter um ajuste para reduzir a dificuldade..."

Há uma semanas eu concordaria com a frase acima. Depois que comecei a jogar Bloodborne (e eu estou ciente de que ele é mais fácil que os capítulos da franquia Dark Souls), eu percebi que a alma de certos jogos residem em sua alta dificuldade. Já adiantando um pouco do review que vou escrever, mas o mérito de Dark Souls não é coletar toneladas de itens, colecionar habilidades pirotécnicas ou realizar combos de 100 hits em poucos segundos.

O mérito da franquia reside na SUPERAÇÃO, no ato de conseguir avançar uma tela a mais, onde antes você era massacrado sem dó nem piedade. É aquele feeling (que muitos jogos de hoje não possuem, sem saudosismo barato) de que você conseguiu ir além. Reduzir a dificuldade, ou dar opções de dificuldade é ajustar ao jogador uma experiência de jogo que simplesmente não existe em Dark Souls. Sem os desafios gerados pela alta dificuldade, Dark Souls fica resumido a um jogo chato, sem música, diálogos e custscenes, de andar por cenários silenciosos matando inimigos de forma banal.

O mesmo vale pro Alien Isolation: os criadores do game, mesmo oferecendo várias opções de dificuldade, queriam deixar bem claro que uma experiência de encontro com um alien não pode ser algo fácil. Tanto é que, mesmo no nível mais baixo (eu joguei nele pra abrir troféus), se você topar com a criatura é morte certa. Melhor do que nos jogos de ação, que o cara fica sem munição e dá conta do alien com a coronhada de uma glock.

Resumindo o comentário gigante: nem todo jogo combina com níveis mais fáceis. E acho que um jornalista devia entender minimamente do que está escrevendo. Para analisar aspectos como jogabilidade, um jornalista deve ter certa familiaridade com o gênero sobre o qual vai escrever. O fato do carinha jogar mal no vídeo, no mínimo, é um indício de que colocaram uma pessoa inexperiente pra escrever sobre um gênero. o que não deixa de ser um erro.

Gledson A. disse...

Antes de mais nada, eu gostaria de deixar bem claro que concordo com o propósito do post de que um jornalista de jogos não precisa ser um bom jogador para ser, bem, um bom jornalista. Em uma realidade onde cada aspecto do jogo fosse entregue à um especialista para análise, daí até que poderíamos exigir um pouco de habilidade do responsável pela parte de jogabilidade porém, na nossa realidade, acho que só podemos exigir isso de competidores profissionais.

Mais umas duas coisas que eu gostaria de deixar claro antes de começar a tecer meus comentários sobre um determinado pedaço do texto é de que, sim, eu também não me considero um "bom jogador": sou um péssimo jogador em plataformas e tenho uma péssima mira em FPSs, assim também como sou horrível em jogos competitivos pois não tenho o necessário para ser bom em tais jogos ("espírito competitivo"). Portanto, sempre me afasto de qualquer coisa do tipo sempre que possível, salvo algumas exceções. A outra coisa é de que isso tudo que eu escrever é, nada mais, nada menos que minha opinião pessoal sobre o assunto. Sim, parece redundante, mas se tem uma coisa que aprendi nestes meus anos de internet é de que precisamos ser redundantes para não causar maiores problemas aos outros. Portanto, se estiver se sentindo ofendido por qualquer coisa que eu escrever, respire fundo e lembre-se: não é uma ofensa pessoal.

Enfim, depois dessa longa introdução, quero conversar sobre a parte que o Aquino disse sobre Dark Souls:

"Isso significa que defendo, sim, que Dark Souls possa ter um ajuste para reduzir a dificuldade, mesmo que isso vá contra sua proposta. Existem jogadores que podem ter interesse apenas pelo lore da série ou que tenham dificuldades motoras ou que gostariam de apreciar seus cenários. Heresia? Não, a dificuldade padrão, aquela intentada pelos seus artífices, continuaria lá, inclusive como padrão do jogo. Mas níveis mais fáceis estariam à disposição como uma opção para outros jogadores. A decisão caberia a cada um."

Existe um pequeno problema nesta declaração, sendo ela o fato das pessoas pensarem em Dark Souls como um jogo semelhante aos padrões que estamos acostumados. Vamos deixar claro uma coisa antes de prosseguirmos: Dark Souls não é NADA parecido com o que estamos acostumados a ver. Dizer que Dark Souls é difícil é simplificar tudo o que o jogo realmente é e o que ele tenta ensinar. Sim, ensinar!

O que o jogo fez com o que conhecemos como dificuldade em jogos foi o que poucos criadores fazem hoje em dia: reinventar. Temos de uma lado todos aqueles números que representar dano, armadura, HP, stamina etc etc. E do outro temos algo que não pode ser quantificado de forma tão fácil. Temos a necessidade de adaptação. A necessidade de ser inteligente.

Isso é tudo o que o jogo te pede: adapte-se; seja inteligente.

Quando você começa o jogo (quero deixar bem claro de que estou falando de DS 1, não do 2 e nem do 3), ele te deixa bem claro que você não significa nada por aquelas bandas. A partir daquele momento, o jogo já tenta fazer uma conexão real conosco mesmo se tratando de um universo onde magia e outras coisas não humanas são reais. Ele tenta se conectar contigo através da sensação impotente de ser só mais um e depois te faz um pergunta nada sutil, mas não escrita diretamente: o que você vai fazer a respeito disso?

Durante todo o jogo somos lembrados de que não somos especiais e de que, se estamos onde estamos, é porque escolhemos sermos mais inteligentes do que aqueles que vieram antes de nós. Ou pior, de que foi através da morte daqueles que vieram antes de nós (phantoms e mensagens de outros jogadores).

[cont.]

Gledson A. disse...

De vez em quando, mais para frente, você vai pensar que todos aqueles números e status que você acumulou com o passar do tempo significam alguma coisa e vai tentar dar uma de superman para cima de um grupo de inimigos low-level. Daí você vai morrer miseravelmente porque se esqueceu de um princípio básico: você é um; eles são muitos. Não há como vencer sem usar a cabeça. Às vezes você vai precisar jogar sujo, atrair um por um, lutar devagar, aos poucos, jogá-los de um precipício, usar bombas, armas de longo alcance, magia etc... às vezes, fugir é a melhor opção também. Independente do quanto se aprofunde no jogo, a verdade básica ensinada no começo não muda: não há como vencer por força.

Escrevendo isso agora eu percebo que até mesmo o final, qualquer um dos dois finais possíveis, te deixa com um sentimento inglório e impotente de vitória. Você percebe que não conseguiu realizar nada. Que, mesmo depois de tudo, você ainda é um nada. E, sem a ajuda dos outros, até mesmo do próprio jogo, você nem ali estaria para se sentir mau por isso.

É um jogo diferente, um RPG diferente. Você não é escolhido, mesmo que todo mundo te chame por "chosen undead"... rs, eles chamam todos por esse termo, somente esperando o momento de acertar.

Portanto, simplificando: não existe dificuldade em Dark Souls da forma como estamos acostumados; ela está no núcleo de tudo: do lore, da jogabilidade, da experiência em si. Oferecer opções diferentes de dificuldade é, praticamente, oferecer um jogo completamente diferente em cada nível, já que isso afetaria tudo no jogo. Isso sem falar que insultaria todos os jogadores, pois a mesma não reside na habilidade de cada um, mas sim em sua inteligência e capacidade de pensar.

Uma capacidade que todos temos.

Então, não. Não acho que Dark Souls precise de níveis de dificuldade. Acredito que ele é uma exceção à regra.

Gledson A. disse...

Funfact: Quando você zera o jogo, existem 7 "camadas" de New Game+, cada uma aumentando o status dos inimigos, deixando o jogo mais "difícil". Ela não acrescenta em nada no jogo a não ser números provando que, na verdade, o jogo não é sobre dificuldade em seu termo simples, mas sim sobre estratégia.

Então, na verdade, para termos comuns de dificuldade, começamos no "easy", por mais irônico que isso pareça.

Raphael AirnMusic disse...

Preciso concordar com o Marcos, foi a mesma sensação que tive assistindo ao vídeo, de que é uma pessoa acostumada a jogar no PC e que está jogando com controle. Eu jogo dessa maneira com controle de console, mirar nas coisas é um sofrimento.

Agora, que maravilha de análise do Gledson, muito legal essa visão sobre o jogo =)

C. Aquino disse...

Diante da verve dos camaradas, sou obrigado a concordar que cometi um erro de julgamento sobre Dark Souls, muito provavelmente movido pela minha falta de experiência com a série. Imaginava um jogo difícil por ser difícil e que sua proposta seria apenas ser desafiador, quando, segundo estão dizendo, essa dificuldade está interligada com a razão de ser do seu personagem e daquele universo. Definitivamente, um caso à parte. E uma pré-concepção minha.

Suponho então que seja algo na linha de Brothers - A Tale of Two Sons, onde a jogabilidade a princípio parece ser arbitrária, depois parece ser um truque barato, para no final se revelar fundamental para a mensagem do jogo.

E, se Dark Souls é mesmo regido pela paciência, cautela e inteligência, acho que tenho os requisitos necessários para encará-lo (tinha a impressão novamente equivocada que agilidade nos controles fosse mais importante, o que me assustava). Que venha Dark Souls em 2016, então! :)

Marcos disse...

a dificuldade do DS lembra um pouco a de jogos antigos, que quando morríamos tínhamos que passar todo um trecho novamente.

O problema é que ele tende a ser muito punitivo, fazendo com que a gente perca as almas quando morremos, assumindo o risco de que se morrermos novamente perdemos permanentemente as almas que juntamos e ficaram no último lugar que morremos, acabando com todo o progresso que o personagem poderia ter naquela área.

outra coisa que eu torço um pouco o Nariz no DS é o sistema do NG+, ele tende a ser bastante desbalanceado, se levarmos em consideração que a cada nova dificuldade os inimigos ficam mais fortes e por consequência com mais vida e mais resistência, chega a um tempo que as armas que estamos usando não resiste tempo o suficiente para encarar aquele chefe enrolado por exemplo, forçando a gente a sempre ter armas extras que nem sempre são tão eficientes quanto a que ja tínhamos upado.

Em resumo, não passamos pelo mesmo desenvolvimento que o jogo passa no NG+.

Gledson A. disse...

Shadow, esqueci de dizer, mas obrigado por ter postado a sua opinião sobre o assunto. Me motivou a querer escrever algo a respeito, já que estava sem coragem (para ser sincero). E tenho que dizer que sinto uma infinita inveja (boa) por você ter jogado Bloodborne - um dos casos em que a exclusividade não é tão boa assim, eu acho.

Obrigado pelo elogio, Raphael, apesar de que fui bem simplista em falar sobre o jogo focando somente no básico em escalabilidade. Tem muito mais por debaixo do pano como as maldições, guilds, NPCs e algumas mecânicas que adicionam nessa dinâmica toda. É difícil (ha!) explicar, ainda mais para mim que só sou um jogador e não um analista profissional (sou péssimo em memorizar detalhes). Mas enfim, grato de qualquer forma.

Aquino, na minha opinião pessoal, pelo que conheço do seu histórico de jogos, acho que tu tem muito mais do que o necessário para jogar DS. Aliás, você já jogou Gothic, não!?

E já passou pelos malditos macacos de System Shock 2...

Sério. Mais do que o necessário.

Enfim, quando for começar o jogo, tenta entrar em contato pela Steam. Infelizmente, a From Software não é (ou não era, não sei como estão as coisas hoje em dia) uma perita em portar os jogos e DS não saiu de seu (re)concebimento sem algumas sequelas. Seria injusto não te deixar a par disso, então aqui está:

-Blighttown, se não me engano, é um pesadelo de FPS drop;

-Você VAI precisar de mods para tornar o jogo jogável.

Para ser mais preciso neste último: DSFix para destravar resoluções, FPS (ele é travado em 30 por default) e algumas outras configurações gráficas a mais; e outro mod para regular a sensibilidade do mouse.

Se tiver um controle, use o controle. Senão, use o mod. Os ícones de ações não foram portados, fazendo com que você demore um pouco para saber o que "A" representa na tela, por exemplo. Depois de se adaptar, fica tranquilo. Quem usava o mod para o mouse dizia que ajudava pra caramba. Conheço, pessoalmente, alguém que jogou ele no touchpad. Não, não aconselho isso e não entendo como isso fora realizado. Acho que é somente uma daquelas coisas que acontecem na vida e a gente prefere não fazer perguntas.

Ao todo, é uma vergonha que um jogo considerado AAA dependa de mods para ser jogável. Ironias não faltam.

Bom jogo!

Gledson A. disse...

Marcos, em relação as almas, eu já vejo como um sistema para criar um pouco mais de tensão no jogo. Acho que, desde que a pessoa não seja tão "autoconfiante" como eu fui no NG+1 (cair do penhasco depois de matar três chefes de uma vez... duas vezes seguidas), acho que tudo ficará bem.

Tudo ficará bem...

... bem...

Enfim, já em relação ao NG+, eu concordo plenamente. É uma das coisas que não entendo o porque que colocaram; a única coisa boa naquilo é que tu pode manter seu equipamento e status, mas só é realmente bom no NG+1 e NG+2. Depois disso é bobagem continuar.

Shadow Geisel disse...

"Existe um pequeno problema nesta declaração, sendo ela o fato das pessoas pensarem em Dark Souls como um jogo semelhante aos padrões que estamos acostumados".

Gledson, essa frase captura a essência do que eu estava querendo dizer. Não vou comentar a bíblia que você lançou sobre o Retina em todos os tópicos, mas vou continuar a ler o resto.

Shadow Geisel disse...

Aquino, Dark Souls (pelo que eu vi meu irmão jogar, e pela minha experiência com Bloodeborn) realmente não tem nada a ver com agilidade nos controles. Muito pelo contrário: ele tem um ritmo bem mais lento que 99% dos jogos que vemos hoje em dia, e isso nem de longe é um demérito. Sangue frio, paciência e estratégia são essenciais nesse jogo. Seria bom ver você adentrando na saga.

Shadow Geisel disse...

Gledson, há uns tempos eu via seu comentário como uma desculpa que os fãs da série davam para amenizar os "defeitos" dos jogos. Mas jogando por conta própria eu posso confirmar que o sentimento que você descreveu em seu belo comentário/análise é esse mesmo.

Marcos, eu não achei o sistema tão punitivo assim não. Não sei se é pq o Bloodeborn é notoriamente mais fácil, mas você só perde mesmo XP quando morre sem recuperar os ecos de sangue (a XP no Bloodeborn é chamada assim). De resto tudo é salvo automaticamente. Eu comecei a jogar Fallout 4 no modo Survival, no qual você só pode salvar quando dorme em camas e o esquema de necessidades do personagem é dez vezes mais punitivo que o do Vegas, então passei a achar DS fichinha comparado a essa situação.

Gledson A. disse...

Complementando o comentário do Shadow para o Marcos, lembro-me que quando comecei a jogar DS, tinha uma certa quantidade de fãs que reclamavam dizendo que o jogo não era "punitivo o suficiente", alegando assim que DS não era um sucessor espiritual a altura de Demon's Souls, que veio antes. Pesquisando um pouco mais, percebi que diziam isso pois Demon's Souls era realmente mais punitivo, dado o fato que, entre outros detalhes, cada vez em que você morria de forma consecutiva, ele diminuía seu HP máximo fazendo com que você ficasse ainda mais susceptível a morrer novamente. Para voltar tudo ao normal, tu tinha que usar alguns itens para te tirar daquele status, o que tornava toda a experiência mais frustrante.

Em Dark Souls eles nem colocaram isso, deixando somente a questão de recuperar as almas perdidas. E, pessoalmente, acho que tomaram a decisão certa, já que Dark Souls se tornou o jogo que trouxe tudo o que o seu antecessor tinha, mas de uma forma mais justa e acessível à um público não tão hardcore, reinventando assim a forma de se abordar a dificuldade em jogos. Claro, fãs sempre irão reclamar, mas sou grato pela From Software ter tomado essa decisão.

"Gledson, há uns tempos eu via seu comentário como uma desculpa que os fãs da série davam para amenizar os "defeitos" dos jogos."

De fato, Shadow, é bem comum pensar isso mesmo, até porque, quando gostamos de algo, não é estranho tentar maquiar os defeitos do mesmo dando outro sentido para determinado problema. Confesso que não entendia quando me diziam que o jogo era justo em seus desafios, ao mesmo tempo em que via a trupe do "git gud" enchendo o saco de todo mundo. Aconteceu que o jogo era só uma pérola que a maioria estava tentando julgar através do espectro antigo de dificuldade, afastando potenciais jogadores. Sorte que as coisas convergiram para o contrário.

Shadow Geisel disse...

Eu confesso que não sou fã da série. Pelas coisas que eu já falei em meu blog, acho que a impressão que fica é a de eu sou hater, quando na verdade são apenas coisas que eu falo pra enfeitar os textos. Não tenho tempo nem pra me dedicar às coisas que eu gosto, quanto mais perder tempo odiando algo rsrsrsrsrs.

Eu gostei muito do Bloodborne (não adianta, meu cérebro não consegue acertar a escrita desse nome!), mas não sei se jogaria os jogos antigos. O DS3 com certeza eu vou jogar, quando meu irmão comprar pra PS4 (é claro!).
Mas pra resumir a saga DS, eu acho que é uma franquia quePRECISA existir na indústria de jogos da atualidade. Eu não a compreendo em sua totalidade, mas não quero que ela seja alterada em sua raiz, pois é justamente isso que a faz se destacar do restante. Infelizmente, parece que DS3 será o último, e que a From Software dará início a outro projeto. É uma boa forma de encerrar uma série, com dignidade e saindo por cima. Melhor que fazer como Resident Evil...

De qualquer forma, não me espantaria se o novo projeto da empresa tivesse uma pegada parecida com a série DS.
P.S: mesmo reconhecendo a qualidade da franquia, ainda não me arrependo de ter trocado o Demon's Souls pelo Fallout 3. :)

Marcos disse...

Demons Souls era sufoco, mas o peso ficava mais em algumas áreas, principalmente quando ela não tinha atalho, ficava na dúvida se ficava com raiva de não ter chegado no boss ou de ter que ficar de cara com aquela tela de loading longa, por que o jogo era de início de geração.

Por outro lado, tinham chefes bem bobos, tirando o Man Eater e o FlameLurker. De resto era bem calmo.

Me lembro que fiquei com uma cara de cu quando matei de forma tão fácil aquele dragão gigantesco depois do FlameLurker, fiquei pensando que o desafio seria igualmente apertado que nem o último boss.

Lucs disse...

Sou mais um pra falar de Dark Souls:
A dificuldade de Dark Souls é variável, tem como explorar o sistema pra facilitar a aventura sem precisar de uma opção "easy" no menu, coisas que estão lá mas você não precisa fazer/usar pra ganhar (e eu nem recomendaria pra uma primeira experiência)

Primeiro que morrer não é tão punitivo e ainda tem uns aneis de uso único que anulam as perdas da morte.

Você pode: chamar outros jogadorES (como summons) pra te ajudar na sua aventura, fazer umas corridas suicidas em lugares que você não deveria ir ainda para pegar itens, evitar áreas e desafios inteiros usando atalhos,se aproveitar da IA limitada dos inimigos, usar glitches em itens...

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