Retina Desgastada
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22 de abril de 2016

(não) Jogando: Alien Rage

Quando eu analisei Deadfall Adventures, tinha a certeza de que estava diante de um título genérico, que não fazia jus ao legado de Allan Quatermain. Mas, ainda assim, me forcei a continuar em frente, fosse pelos magníficos cenários, fosse pela raridade da ambientação no PC, fosse pelo charme cafona das histórias pulp do passado.

Então, ao me deparar com Alien Rage, seu sucessor na roleta-russa aleatória para derrubar minha Biblioteca do Steam, eu sabia que estava mais uma vez diante de um título genérico. Três horas se passaram e eu tentei entender o que me fazia seguir em frente desta vez.

Não era nada.

Alien Rage 01

Em Alien Rage, você controla um fuzileiro espacial, que precisa invadir uma instalação em um asteróide remoto e eliminar a resistência alienígena que ali se encontra. Nada que você não tenha visto antes em zilhões de filmes, jogos, quadrinhos e livros. Quando os roteiristas tentam inserir uma história, os clichês se acumulam ou a lógica perde: a Humanidade descobriu uma reserva colossal de um mineral capaz de suprir todas as necessidades de sua Civilização por séculos. Esse "tiberium" atrai a atenção de uma outra espécie que chega do vazio do espaço para dividir o asteróide. Mas, é claro que essa cooperação vai terminar com uma virada de mesa e os truculentos Vorus exterminando os humanos que trabalham na mineração. Cabe a você entrar lá, destruir o "unobtanium" e matar o máximo de invasores possível.

O enredo termina aí, na tela de abertura. Até existem logs que contam a verdade por trás dos fatos, mas são distribuídos a conta-gotas.

Em sua execução, o jogo não traz um pingo de originalidade: vá do corredor genérico X até o ponto marcado no mapa, abra uma porta ou pegue um elevador ou aperte um botão, entre no corredor genérico Y e continue. Enquanto isso, os alienígeas se teleportam ao seu redor e o tiroteio pega fogo.

Em três horas de jogo, tenha sérias dúvidas se não passei pelos mesmos lugares duas ou três vezes, tamanha a falta de uma identidade visual. Eu entendo que é uma estação de mineração, não um shopping center ou uma cidade normal, mas todas as áreas precisam ser rigorosamente iguais?

O tédio prevalece no tipo das armas e no visual dos inimigos, que parecem copiados de algum lugar. A sensação de déja vu é uma constante.

Alien Rage 02

Alien Rage se gaba de ser um jogo difícil, desafiador. Não há nível de dificuldade Easy. Começa no Challenging e vai subindo e eu posso garantir que o Challenging é o Hard de muito jogo que existe por aí. Suas armas, na maioria dos casos, causam cócegas nos inimigos, a menos que você acerte um headshot preciso. Mas o jogo incentiva você a matar com estilo, usando explosões, ataques físicos de coronhada ou execuções seguidas, premiando seu desempenho com pontos que podem ser acumulados para comprar habilidades. É um jogo que assume seu lado hardcore e que claramente não liga para coisas como "imersão", "enredo" ou "design de nível".

Mas o resultado final é um exercício constante de repetição: avança, os inimigos aparecem por teleporte (em bem menor quantidade que títulos de matança, como Painkiller ou Serious Sam), você recua para uma posição favorável ou usa a tática do funil. Como perfeitos idiotas, eles seguem você até uma esquina onde é possível pulverizar um a um com a escopeta alienígena, a melhor arma para combate de perto. Então você continua até o próximo combate, seguindo instruções de uma IA que fala pelo rádio (onde será que eu já vi isso?).

Três horas está de bom tamanho para saber que não quero vê-las repetidas de novo e de novo.

Ouvindo: Will Rock - Intro

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