Estreou no último dia 20, no Brasil, a adaptação cinematográfica do jogo Max Payne. Infelizmente, entre as responsabilidades do trabalho e as responsabilidades de ser pai de um garoto pequeno, não tenho condições de conferir o resultado no cinema e vou ter que esperar o lançamento em DVD. Entretanto, o filme obteve resultados expressivos em termos de bilheteria nos Estados Unidos, ainda que a crítica especializada não morra de amores pela adaptação.
O que poucos sabem é que a novela do filme começou dez anos atrás. Tudo aconteceu quando o produtor Scott Faye viu uma renderização do personagem principal no estande da 3D Realms, durante a E3 1998. Conversando com os desenvolvedores, Faye se encantou com o novo estilo de narrativa que eles estavam tentando criar naquele jogo embrionário e se comprometeu a adaptá-lo para o cinema. Como quase tudo que envolve a 3D Realms (Duke Nukem Forever?), a idéia demorou muitos anos para se concretizar...
Quando o jogo saiu em 2001, Scott Faye pegou algumas cópias de PS2, uns vídeos das cutscenes do jogo, colocou tudo embaixo do braço e foi atrás de um estúdio que aceitasse colocar dinheiro na mesa. Encontrou a boa vontade da 20th Century Fox.
Encontrou também o roteirista novato Beau Thorne. Nas palavras de Faye, o trabalho de Thorne foi fundamental para manter as principais características do jogo original. E logo foi escalado o diretor John Moore para conduzir a adaptação.
Fazendo Laboratório
O diretor Moore, ainda que tivesse o hábito de jogar em seu Playstation 2, confessa que Max Payne não era o seu tipo de jogo. Por mais que tentasse, continuava morrendo repetidas vezes. Por razões profissionais, acabou contratando um garoto de 17 anos para completar o jogo na sua frente. Em suas palavras: "foi como pagar alguém para f*** sua esposa pra você". Não há, contudo, informação sobre de onde John Moore tira suas metáforas.
O astro do filme, Mark Whalberg, que faz o papel principal, foi pelo caminho contrário e preferiu não jogar Max Payne, por temer ficar muito fissurado nos aspectos de jogabilidade. Para ele, o roteiro era denso o suficiente para que conseguisse trabalhar sua interpretação. Entretanto, admite que deu uma olhadinha no jogo, pois seria impossível deixar de fazê-lo.
A atriz Mila Kunis, que faz o papel da "parceira" de Payne, afirma que jogou Max Payne na época do lançamento, mas que não é muito boa com jogos movimentados. Ela prefere RPGs(!) e cita World of Warcraft. Seu companheiro de cena, o ex-rapper Ludacris, também lembra de ter jogado em 2001, mas lamenta não ter tido mais tempo para dedicar ao jogo, entre uma turnê e outra. Ludacris, que faz o policial Jim Bravura, disse que amou o jogo e que o filme é ainda melhor!
Com tanta gente envolvida que sabe onde está se metendo, espera-se que Max Payne seja, pelo menos, mais fiel às suas raízes do que outras "adaptações" (como Doom, por exemplo). Escalar Ludacris, negro e com seus trinta e poucos anos, para o papel de um personagem que, no jogo, tinha 60 anos e era branco, sinaliza que algumas "liberdades criativas" foram tomadas.
O êxito financeiro de Max Payne, o filme, não redime Hollywood pelos constantes erros, mas pode garantir uma continuação. Para quem duvida, espere sentado os créditos finais e veja a cena secreta...
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O site "Um Blog no Planeta Mongo" publicou uma série de papéis de parede do filme que são melhores que o material oficial. Confira abaixo:
Um comentário:
Ótimo o texto sobre Max Payne. Parabéns pelo blog e muito obrigado pelo link.
Francisco
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