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3 de novembro de 2023

Jogando: Bang-On Balls: Chronicles

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(publicado originalmente no Gamerview)

Bolas saltitantes são um dos primeiros brinquedos da infância de muita gente. Daquelas que você taca na parede e ela ricocheteia, bate no chão, pula alto e não para de quicar. Bons tempos… Bang-On Balls: Chronicles parte de uma premissa absurda: e se o mundo fosse habitado somente por bolas saltitantes com olhos? O resultado disso é um divertido caos, que evoca a bagunça de um Goat Simulator, porém sem bugs de Física ou com um pouco mais de objetivos.

A desenvolvedora Exit Plan Games joga tudo para o ar e convida a jogador a explorar diferentes mundos abertos, com múltiplos caminhos e atalhos. Esses cenários guardam segredos bem guardados, referências, zoação sem limites e muitos, mas muitos itens para colecionar e customizar seu personagem. Bem vindo a coloridas sessões de bagunça organizada.

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Indo Audaciosamente Aonde Nenhuma Bola Foi Antes

Bang-On Balls: Chronicles não nos apresenta qualquer história, mas existe, pelo menos um fio condutor. Controlamos aqui o que parece ser um ator amador em busca de sucesso, que circula pelos diferentes estúdios de uma produtora de filmes. É a desculpa perfeita para colocar o jogador explorando uma invasão viking nas terras britânicas, uma base de lançamento espacial durante a Guerra Fria, um arquipélago pirata e outros cenários igualmente desconectados. Curiosamente, uma vez cruzado o limiar dessas produções, passam a valer as regras daquele universo. Ou seja, cuidado com as armas dos vikings, cuidado com a segurança da base espacial, cuidado com os soldados da Coroa espanhola e por aí vai.

Eu disse que todos nesse mundo são bolas? Pois é. Todo mundo, incluindo animais, são esferas mais ou menos fofinhas, que empunham apetrechos sabe-se lá como e caminham saltitando ou deslizando. É como se alguém na Pixar tivesse surtado de vez e criado um universo bizarro de esferas 3D. Ou como se o executivo de uma fábrica de bolinhas procurasse o produto ideal para divulgar seus produtos. A ampla variedade de cosméticos desbloqueáveis reforça essa última hipótese, com a vantagem de que o jogador não precisa gastar um centavo de microtransação. Aqui, basta jogar, coletar moedas e comprar ou descobrir itens novos.

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Desta forma, Bang-On Balls: Chronicles pode funcionar como um collect-a-thon para os mais aficionados, que terão oportunidade esmiuçar cada cantinho dos mapas, cada salto complicado, em busca de liberar tudo que o jogo tem a oferecer. Ou o jogador pode simplesmente se concentrar nos objetivos principais, que já são bastante longos e desafiadores, para liberar o mapa seguinte e avançar no jogo.

Bang-on Balls: Chronicles É Tão Divertido Quanto As Bolinhas Que O Inspiraram…

... e igualmente tão limitado quanto elas. As mecânicas são todas apresentadas logo de cara, com minúsculas variações dependendo das armas encontradas. Você salta, você bate, você salta, você bate. Com mapas gigantes, pode ser cansativo se jogado por muito tempo seguido e um pouco repetitivo. Para complicar, o salvamento não funciona como se espera. Cada nova sessão se inicia de volta ao estúdio principal e o jogador precisa andar de novo até o cenário em que estava e o ponto onde parou (que pode não ser encontrado com facilidade, já que os mapas são bastante complexos). Todos os inimigos derrotados, exceto os mini-chefes, também ressurgem.

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Mas, quem sou eu para avaliar? É evidente que Bang-On Balls: Chronicles não se leva a sério. Os objetivos estão ali apenas para adicionar uma camada extra de motivação, o que já é mais do que muitos títulos de puro sandbox costumam oferecer. Se for para reclamar, eu reclamo da música nada marcante. Um título tão divertido como esse merecia faixas mais presentes, mais energéticas, mas recebeu músicas bem apagadas.

A Física pode não ajudar muito quando se deseja aquele pulo exato para se obter aquele item interessante flutuando em um lugar de difícil. Ainda assim, é menos estressante do que Goat Simulator, o exemplo que sempre volta à minha cabeça.

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O charme do jogo está em sair por aí sem rumo, quebrar tudo, criar um visual bacana para seu personagem, quebrar mais coisas e, eventualmente, focar nas missões principais para ir para o próximo cenário. No meio disso tudo, há batalhas de chefes que podem envolver um puzzle ou outro mais complexo, mas geralmente se resolvem com bater e saltar mesmo.

A produtora Untold Tales tem investido em jogos simpáticos e divertidos, como Biped e o recente Pizza Possum. Bang-On Balls: Chronicles se junta ao time oferecendo entretenimento, cores, bolas saltitantes e a oportunidade de usar a bandeira do Brasil . É a oportunidade para sacramentar o huehue sem maiores consequências.

Ouvindo: The Birthday Massacre - Falling Down

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