Retina Desgastada
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15 de fevereiro de 2019

Ele Vive de Novo... de Novo!

Blood

Mais de vinte anos se passaram desde meu primeiro contato com Blood e o jogo segue me fascinando cada vez que eu o abro. E como o Mal nunca dorme, tampouco Caleb repousa. Nos últimos meses, o jogo ensaia uma merecida ressurreição.

Depois de anos de boatos e tentativas, parece que agora vai: a carcaça da Atari que ainda estava prendendo os direitos autorais do jogo finalmente autorizou que a Night Dive Studios relance o primeiro jogo em versão remasterizada para PC, incluindo suporte a Steamworks e GOG Galaxy, e talvez outras plataformas. Em um momento em que jogos FPS retrôs estão sendo lançados um atrás do outro, o horror original precisa mesmo renascer.

Enquanto o projeto oficial não emerge de sua cova, a comunidade de fãs de Blood conseguiu quebrar um segredo proibido: portar o jogo para outros motores. Embora o vetusto Build tenha cumprido sua missão com honra em tantos títulos clássicos, não há mais ninguém atualizando o antigo motor gráfico da 3D Realms, que sofre para rodar em resoluções e sistemas modernos. Portando Blood para outro motor, abrem-se as portas não apenas para computadores atuais e vindouros como também escancaram-se os portais para uma dimensão inteira de mods e novas funcionalidades.

Um destes ports é o BloodGDX, baseado em Java. Embora tenha sido o primeiro lançado (estando em modo experimental pelo menos desde 2016) e já tenha atingido estabilidade, é criticado por algumas quedas de performance (Java, né?) e, principalmente, por seu criador não ter aberto o código de sua criação, uma prática comum na comunidade de fãs.

Duke Nukem ao Resgate!

Quem espera sempre alcança e um certo NukeYKT foi além e voltou: conseguiu portar Blood para o motor Eduke32, normalmente utilizado em ports de Duke Nukem 3D. Isso significa que agora é possível rodar um magnífico jogo em um motor já conhecido, testado e modificado inúmeras vezes pela comunidade. Ou seja, o Inferno passa a ser o limite. Não apenas o motor é amplamente documentado, como o port, batizado de Nblood, teve seu código fonte liberado pelo criador. Qualquer um está livre para abrir, entender, alterar, aprimorar e contribuir para a melhoria de Nblood.

Nblood

Baixei Nblood da página de NukeYKT. Modestos 2MB que rodam o jogo com perfeição. A instalação não podia ser mais simples:

  1. Descompacte NBlood em um diretório qualquer.
  2. Copie os seguintes arquivos instalados do Blood para a pasta de NBlood:
        BLOOD.INI 
        BLOOD.RFF 
        BLOOD000.DEM-BLOOD003.DEM 
        GUI.RFF 
        SOUNDS.RFF 
        SURFACE.DAT 
        TILES000.ART-TILES017.ART 
        VOXEL.DAT
  3. Rode nblood.exe

Experimentei o primeiro mapa do terceiro episódio do jogo e, tirando uma lentidão do mouse facilmente corrigida aumentando a sensibilidade nas configurações, a jogabilidade foi exatamente como me lembrava. Esqueci apenas que portas abrindo matam instantaneamente, mas Blood não perdeu a oportunidade de avivar minha memória.

Um eventual Blood III continua tão improvável agora quanto era quinze anos atrás. Mas é bom saber que o bom e velho Caleb original continua afiado e preciso, preparado para seguir sua trilha de sangue e mortes por mais algumas décadas.

Ouvindo: Inspiral Carpets - Please Be Cruel

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