Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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11 de maio de 2008

Jogos Não Matam Pessoas, Pessoas Matam Pessoas

Theft Childhood: The Surprising Truth About Violent Video Games and What Parents Can Do Ao contrário do que certos setores obtusos da sociedade podem pensar, jogos eletrônicos não produzem assassinos. Como se o uso do bom-senso não parece ser o suficiente para corroborar esta idéia, uma dupla de pesquisadores da Escola de Medicina de Harvard acaba de lançar um livro com as mesmas conclusões. Theft Childhood: The Surprising Truth About Violent Video Games and What Parents Can Do é o resultado de uma pesquisa de dois anos com mais de 1.200 crianças do ensino médio. Os pesquisadores concluíram que jogos eletrônicos são um passatempo quase universal entre as crianças e são altamente socializantes.

Lawrence Kutner, um dos pesquisadores, explica o diferencial de sua pesquisa: "O que nós fizemos que raramente foi feito por outros pesquisadores foi realmente conversar com os garotos. Pode parecer bizarro, mas não havia sido feito."

Entretanto, a pesquisa demonstrou uma correlação entre o uso de jogos eletrônicos considerados maduros e comportamento violento. Estatisticamente, 51% dos garotos que jogavam jogos com classificação M (não recomendados para menores de 17 anos, ou seja, jogos que eles não deveriam ter acesso pra começo de conversa) se envolveram em pelo menos uma briga nos últimos 12 meses, comparados com a porcentagem de apenas 28% de jogadores que não jogaram jogos com classificação M. Mas não é claro se jogos violentos tornam as crianças violentas ou se crianças com tendências violentas são atraídas por este tipo de jogo.

Estamos falando aqui de crianças de 13 anos jogando jogos que a indústria recomenda para maiores de idade. Nada que pais responsáveis não possam controlar se dedicarem um pouco de suas vidas às vidas de seus filhos. Algo equivalente a saber "com quem ele está andando". Outra coisa, seria proibir completamente a venda deste ou daquele jogo porque um juiz determinou que ele deve estar inacessível para todos.

O livro recomenda justamente o bom-senso para julgar cada caso. "Se você tem, por exemplo, uma menina que joga quinze horas por semana de jogos exclusivamente violentos, eu ficaria preocupado, porque é muito incomum", diz Kutner.  "Mas, para meninos, (o sinal de perigo) é não jogar nada, porque parece que para esta geração, jogos eletrônicos são uma medida de competência social para os garotos".

Duvido que esta notícia chegue ao O GLOBO ou equivalente, uma vez que sensacionalismo vende mais que raciocinio lógico. Mas, antes que o Estadão diga "você leu isto em um blog!", a fonte da notícia é a agência Reuters: http://www.reuters.com/article/technologyNews/idUSN0725760620080508.

Ouvindo: Sonny Boy Williamson [II] - Sad to Be Alone

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