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19 de julho de 2019

(não) Jogando: Pigsy's Perfect 10

Enslaved - Pigsy 02

O hilário Pigsy, praticamente uma piada auto-depreciativa ambulante, chega tarde em Enslaved - Odyssey to the West, aparecendo somente no terço final da aventura de Trip e Monkey. Ele funciona como um respiro, um contraponto cômico na jornada épica, e ocupando o lugar de Zhu Bajie na adaptação da fábula chinesa. Se ele tem pouco espaço no título principal, ele é a estrela isolada de "Pigsy's Perfect 10", a expansão escondida nos menus de Extra da Premium Edition do jogo.

Nessa aventura solo, nosso rotundo protagonista tenta combater a solidão que o consome criando a companhia robótica perfeita, construída a partir de sucata e inspirada nos pôsteres de revistas masculinas que ele coleciona avidamente. Falem de clichês, mas nosso porco chauvinista é uma referência direta ao personagem do século XVI, que também era glutão, propenso a preguiça e obcecado pelo sexo oposto. Tecendo comentários constantes que revelam sua personalidade digna de risos, Pigsy entretém em seus quase monólogos e dá a tônica leve da expansão. Ao seu lado, o fiel, mas mudo, Truffles, uma robozinho flutuante que é o verdadeiro cérebro do time e se comunica por expressões faciais.

Enslaved - Pigsy 04

Uma visão especial destaca os inimigos e elementos do cenário

Enslaved - Pigsy 08

As animações das cutscenes entram no clima da aventura e são um espetáculo separado

Com uma atmosfera bem distante do tom pós-apocalíptico e dramático de Enslaved, "Pigsy's Perfect 10" destoa mesmo é na jogabilidade. Se no título principal somos uma máquina de músculos, agilidade e destruição com um herói mítico, aqui somos frágeis, extremamente frágeis, encarando perigos com engenhosidade e cautela. Como vimos anteriormente, as principais armas de Pigsy são uma corda-gancho que lhe permite chegar rapidamente em vários lugares, e um rifle sniper. Desta forma, a mobilidade no jogo é mais rápida e tem menos impacto na aventura, enquanto os combates se tornam uma questão de vida ou morte.

Ao seu arsenal, Pigsy tem adicionadas ferramentas que lhe permitem atrair a atenção dos inimigos, paralisá-los temporariamente para destrui-los ou não, plantar explosivos em pontos chaves do cenário e uma mina que faz a lealdade de um robô mudar de lado temporariamente. Entretanto, esses itens não são opcionais e não podem ser evoluídos. Ao contrário do jogo principal, que pode ser jogado de diferentes formas em diferentes fases, aqui é necessário o uso inteligente e ponderado de todos os recursos para solucionar determinados mapas, o que sacrifica a fluidez. Os momentos que exigem furtividade (e são muitos) acabam sendo mais frustrantes do que desafiadores.

Enslaved - Pigsy 11Enslaved - Pigsy 14

Um problema que se manifestava em Enslaved, aqui se torna ainda mais inconveniente: a câmera. Sendo um jogo em terceira pessoa, não é sempre que temos o melhor ângulo à nossa disposição. Embora em uma parte dessa expansão tenhamos o uso genial da visão de um inimigo para aumentar a tensão da cena, em várias outras fases a câmera estranha apenas atrapalha, dificultando saltos que deveriam ser executados no momento certo.

Desisti do jogo próximo do final, após vários outros momentos anteriores de irritação. A mira sniper do jogo é confusa (aperte botão direito do mouse para ativar, C para aproximar, SHIFT para atirar), a recarga é lenta e o braço de Pigsy não é firme o suficiente para você acertar os inimigos na velocidade que você deseja. Com inteligência e abusando de outros recursos, consegui burlar essa dificuldade em outras fases. Entretanto, "Pigsy's Perfect 10" pega você pelo pescoço em uma parte sem cobertura, com inimigos vindo de diferentes direções, onde a velocidade do tiro é crucial. Cansado de sofrer para continuar ao lado do simpático Pigsy, dei por encerrada nossa parceria.

Ouvindo: Story Of The Year - Dive Right In

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