Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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22 de novembro de 2018

Jogando: Conan Exiles - Parte 2 (Surge o Senhor das Feras)

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Desde minhas impressões iniciais sobre Conan Exiles, muita água correu por esse rio que corta o mapa e muito sangue correu pela lâmina de minha espada. Boa parte do medo que perseguia minhas jornadas deu lugar a uma audácia que beira o barbarismo e lugares antes inexplorados aprenderam a temer minha chegada. Contrariando minha determinação inicial, escravizei outros humanos, NPCs desafortunados aprisionados nesse mesmo exílio, desafiei o perigo, adicionei mods e até me dediquei à fina arte de decorar minha modesta, mas selvagem, residência.

Entretanto, a maior alteração de todas foi realizada pela Funcom. Tive a felicidade de estar na época certa para desfrutar a atualização dos Pets, uma mudança que alterou radicalmente minha relação com o jogo. De um guerreiro solitário condenado à sobrevivência em um mundo injusto, tornei-me um senhor das feras, cercado de bestas aterradoras sob meu comando.

Não há como negar que o grande inimigo a ser derrubado aqui é Ark, o mamute solto entre os jogos de sobrevivência, e sua ménagerie inigualável. Em termos de variedade, certamente Conan Exiles ainda está muito longe de superar o rival, mas a implementação de um sistema de animais domesticados é um acréscimo mais do que bem-vindo.

Primeiro que esses animais possuem uma quantidade de pontos de vida vastamente superior a qualquer aliado humano que você possa recrutar no jogo. Com um aliado elegante e poderoso como uma pantera negra ao meu lado ou mesmo um titânico rinoceronte, quem ousaria se colocar em nosso caminho? Segundo que eles podem ser utilizados para transportar seus itens nas expedições, uma obsessão que carrego comigo desde o primeiro ano de Minecraft. Para que ter um mapa de proporções colossais se não é para colocar o pé na estrada, ver o que ele tem a oferecer e saquear o máximo possível até nem conseguir andar direito?

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Outra novidade inesperada foi que meu filho demonstrou um forte interesse no tal "jogo do Conan" tão logo aqueles animais todos que antes apenas vagavam por ali ganharam a possibilidade de se tornar nossos monstrinhos de estimação. Essa é a obsessão dele, desde nosso primeiro ano de Minecraft...

Conan Exiles segue sem um objetivo claro, mas a busca por novos animais e, principalmente, novos filhotes, nos levaram aos cantos mais distantes, indo literalmente do extremo oeste ao extremo leste do quilométrico mapa. Descobrimos bestas amedrontadoras, assombrações e outros perigos de gelar a espinha. Mas também descobrimos mercadores escondidos em cantos remotos, um culto à Mitra em um oásis, uma cidade inteira de exploradores neutros e... Conan, em pessoa, relaxando em um bar.

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Embora eu quisesse apenas testar todos os animais possíveis e permanecer com os mais eficientes, meu filho insistiu para colecionar todos. O que acabou influenciando a construção de um segundo estábulo e me obrigando a alterar a configuração do jogo, porque eu estava praticamente gastando metade do meu tempo em cada sessão apenas "caçando" humanos para dar de comida às minhas feras. Eu, que havia jurado não descer ao canibalismo no inicio de minha jornada, agora não via problema algum em despedaçar meus oponentes a golpes de machado para que meus pobres animais não passassem fome. Com a mudança nas configurações, não preciso me preocupar com tanta intensidade, mas a dieta permaneceu a mesma.

Com a insistência do guri, deixei ele solto em algumas sessões. Se antes ele acordava mais cedo do que eu para desfrutar de Fortnite ou Pokémon no meu PC, agora ele desperta para explorar terras que eu nem vi. Enquanto trouxer aço para meus baús, criaturas para nossos currais e carne humana para Baguera, Balu, Laracna, Diablo e o resto dos bichos, este acerto está valendo.

O garoto demonstra ainda mais audácia que o pai. A aranha gigante da qual eu fugi? Ele a matou com uma astuta mistura de ataques à distância usando o arco e flecha, um tigre suportando o dano maior do inimigo e golpes vorazes da espada de duas mãos. Os lobos que nos perseguiram semanas atrás? Ele invadiu seu território e saiu de lá com três filhotes que crescem saudáveis em nossa base.

Crom ficaria orgulhoso.

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Ouvindo: Inkubus Sukkubus - Take My Lust

3 comentários:

Douglas disse...

Olá tudo bem? Sou fã de Conan dos quadrinhos e possuo todos os hq. "Namoro" esse jogo faz tempo mas vi muitos comentários negativos por isso ainda não comprei. Mas agora lendo sua análise fiquei muito tentado em comprar. Sei que comparar jogos é difícil pois cada um tem qualidades e defeitos. Skyrim foi um jogo que gostei muito, jogando várias semanas seguidas. Em virtude disso pergunto: Conan bebe da mesma fonte de Skyrim? Como gostei de Skyrim a tendência é gostar de Conan? Obrigado.

C. Aquino disse...

Douglas, não joguei Skyrim para fazer uma comparação direta, mas conheço o estilo de RPG da Bethesda. Então, fica o aviso: Conan Exiles NÃO é RPG. Não há missões elaboradas, NPCs para conversar, um propósito claro. É um jogo de sobrevivência, mais próximo de Minecraft (guardadas as devidas diferenças) ou 7 Days to Die, The Forest. Se sua meta é explorar o território e desbravar mistérios, Conan Exiles atende bem, ainda que não haja uma meta específica. Se a sensação de se perder por aí é atraente, por Crom!, mergulhe nesse jogo. Mas fica o aviso: uma parte do tempo você vai dedicar a quebrar pedra, cortar madeira, caçar carne, para ter uma base que sustente minimamente suas "excursões". Se prefere um objetivo central, conspirações, muitas masmorras, então, magias, FUS-RO-DAH, esse jogo é meio vazio nesse sentido.

Douglas disse...

Obrigado C. Aquino. Gostei do que li. Vou aguardar a próxima promoção da steam e vou comprar. Um abraço.

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Blog criado e mantido por C. Aquino

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