Retina Desgastada
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3 de dezembro de 2012

Jogando: Breath of Death VII

Breath of Death VII - Abertura

Breath of Death VII é uma sátira a tudo de ruim que existe nos JRPGs tradicionais. Breath of Death VII repete todos os erros que existem nos JRPGs tradicionais.

Nos primeiros minutos de jogo, fiquei empolgado com outro simpático resgate da jogabilidade do passado. Não tendo passado pela febre dos JRPGs, minhas referências eram Might and Magic e Dragon Wars, dois títulos que ocuparam algumas horas da minha memória. Descobri que ainda curtia este tipo de proposta e, melhor ainda, meu filho fora fisgado pelos gráficos simplistas, pelos personagens "monstros" e pela possibilidade de ir para quase qualquer lugar no mapa. Uma hora depois, ele estava profundamente entediado com as batalhas e eu estava procurando desesperadamente um lugar para salvar.

Breath of Death VII - Tela de Combate Breath of Death VII - Cenário Destruído

Diferente de seus antecessores, Breath of Death VII não possui uma dificuldade assustadora e nem um sistema de salvamento quebrado demais. Em seis horas de jogatina, minhas aventuras se encerraram. Mas é um jogo que necessita de duas recomendações para os aventureiros: não jogue por mais de uma hora nem escolha o nível Easy de dificuldade. Na primeira oportunidade, salve e saia, porque as batalhas repetitivas enjoam rapidamente e você vai estar xingando todo e qualquer encontro aleatório enquanto caça pelo próximo checkpoint. No modo de dificuldade mais fácil, toda e qualquer profundidade tática que o jogo possa ter é desperdiçada: eu, por exemplo, não me preocupei em entender o sistema de combos, não usei as habilidades Unite em nenhum momento e venci o jogo sem precisar dar recarga alguma porque todo mundo morreu em alguma luta (ao contrário de Legend of Grimrock...).

O mais criativo de Breath of Death VII é a história de fundo: em um futuro indeterminado, a raça humana se destruiu e todo mundo na Terra morreu. Sobraram os mortos-vivos para repovoar o planeta: esqueletos, zumbis, fantasmas e vampiros formaram sua própria sociedade. Daí pra frente, é o velho esquema dos RPGs da antiga, onde um grupo se forma para investigar um Grande Mal que espreita e novos aliados se juntam ao longo da trama. Só que... não há trama. Você vai de cenário em cenário enfrentando dezenas de batalhas randômicas com as mais bizarras criaturas até encontrar o Boss e a saída para o mapa. Removendo estes combates genéricos, o enredo se resolveria em dez, quinze minutos.

Breath of Death VII - NPC Breath of Death VII - Metrô

A justificativa da desenvolvedora Zeboyd Entertainment é que tudo é uma grande piada com os clichês do gênero. Só que o humor nos diálogos ou ambientações é escasso. E a repetição se torna a piada jogável. É o equivalente a fazer uma sátira ao Domingão do Faustão com duas horas de um humorista repetindo "porrrrra, meu" a cada dois minutos. Como diversão passageira, em sessões curtas, Breath of Death VII funciona. E só.

(na verdade, eu dublava todas as falas de personagens para meu filho e anunciava os ataques especiais: "Holy Blast", "Tempestade de Gelo", "Chuva de Sangue". Depois do final, ficamos brincando na sala e lançando feitiços um no outro. Foi o melhor do jogo)

Breath of Death VII - Epitaph

Pontos Positivos de Breath of Death VII: personagens simpáticos, sistema de combate fluido, história de fundo. Pontos Negativos de Breath of Death VII: repetição, repetição, repetição.

Ouvindo: Fleetwood Mac - You Make Loving Fun

5 comentários:

Gyodai disse...

O marcador "filho de peixe" foi foda... huahuauhuauhauhuauhhauhuahuauhuahua
Repetição é praticamente inerente a qualquer jogo que tome como base a fórmula dos JRPGs. Não que seja algo agradável, mas é parte de todo. Cansa, lógico, mas eu acredito que funciona tal e qual a "atitude lixeira" de jogos como Diablo e Borderlands: é um elemento que define o gênero e as pessoas procuram por isso.
Preciso jogar esse Breath of Death VII algum dia. Tenho faz um tempão e nunca nem vi como é.

Shadow Geisel disse...

isso é algo que sempre percebo em jogos com temática de humor: quando a piada perde a graça ficam apenas os defeitos e problemas em geral.
isso se o jogo não for competente, claro.
um exemplo disso que eu vivenciei foi com o Destroy All Humans, de PS2. ele é muito engraçado e diverte bastante, mas quando passa a empolgação temos na mão um jogo curto, linear e bastante limitado.
um exemplo que vai na contramão do que eu falei é o Super Mario RPG: um dos melhores nesse gênero humor, e bem feito na medida pra satisfazer todos os tipos de jogadores (casual, pois não apresenta uma dificuldade muito alta e o hardcore, pois tem muitos extras e coisas pra fazer pra quem topar o desafio).

o triste é que tinha tanta coisa pra tirar sarro em jogos como final fantasy 7 e breath of fire que criar um jogo com uma temática dessas chega a ser um empurramento de alcoolizados de formações íngremes abaixo...

Jimmy Fischer disse...

Compei faz tempo,,,nunca joguei e acho que nunca vou jogar!

Anderson disse...

Joguei mas ainda não tive paciência de chegar ao final. Ter jogado o Cthulhu Saves The World só tornou os problemas do Breath of Death VII maiores.

A maioria dos problemas foram corrigidos, principalmente a busca pelo chekpoint. No jogo do Cthulhu da pra salvar a qualquer hora e se teleportar pra cidade mais próxima. O humor também ficou melhor, o próprio conceito de Cthulhu ser o herói já é nonsense.

Se você teve paciência pra terminar BoD VII pode ir direto pro CSTW que vai encontrar um jogo um pouco mais polido.

Breno disse...

A desculpa de indies incompetentes para seus jogos ruins é dizer que é uma parodia,haha. Tem jogo bom de rpg e estrategia em turnos pra se jogar. Betrayal at Krondor, Jagged Alliance 1/2, Temple of Elemental Evil, Master of Magic... Fica a dica...

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