Retina Desgastada
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31 de maio de 2011

Alice Não Mora Mais Aqui

Quando o designer de jogos American McGee teve a idéia de pegar a história infantil de "Alice no País das Maravilhas" e transformá-la em uma aberração gótica com violência e loucura, ele estava na crista da onda. Era o distante ano de 2000 e o mais próximo desta estranha combinação tinha sido o Estranho Mundo de Jack, de Tim Burton, sete anos antes no cinema. A visão criativa de McGee associada a uma jogabilidade de plataforma bem trabalhada gerou um clássico instantâneo.

Dez anos se passaram. O público já viu uma versão sombria de Alice nos cinemas, pelas mãos do mesmo Tim Burton. Inclusive com recordes de bilheteria. O público já teve sua visão "moderninha" de Chapeuzinho Vermelho também. E, breve, até a sereia Ariel vai mergulhar no mundo das sombras nos cinemas. Em uma era repleta de emos e pós-góticos de todo tipo, como McGee vai conseguir causar o mesmo impacto do primeiro jogo com sua nova investida?

Com isto:

Alice (em modo Hysteria) Alice: Madness Returns traz de volta o modo Hysteria do título original, um estado de violência extrema em que a protagonista ganha força e resistência para exterminar seus inimigos após preencher uma barra que marca sua raiva. Se antes a jovem Alice ganhava chifres e uma tradicional aparência diabólica, aqui toda a cena ganha tons de preto, branco e vermelho-sangue e vai assustar seu jornalista favorito. Eu estou assustado.

hysteria-ready-to-strike Para o novo jogo, o Diretor de Arte Ken Wong declarou que não irá se focar na subcultura gótica, mas irá buscar inspiração na arte Vitoriana, onde, afinal, tudo começou. "Nós pegamos inspiração da arquitetura Gótica, da moda da época, dos artistas surrealistas, então eu acredito que aquilo que nós iremos oferecer terá um apelo eterno".

E como posicionar sua criação em um mundo que viu a série "Crepúsculo" ascender ao estrelato e converter milhares de fãs em candidatas ao dark? McGee é enfático: "Eu não acho que eu consideraria Crepúsculo Gótico". E Ken Wong retruca: "Eu não acho que nós estamos realmente pensando sobre como as pessoas irão nos ver comparado com Crepúsculo ou qualquer coisa assim. Nós estamos trabalhando duro para criar o mais divertido, mais visualmente sedutor, fantástico jogo de Alice que nós podemos." E McGee completa: "Nós maquiamos ou mudamos nossa visão para tentar nos adaptar a o que quer que esteja rolando com coisas como Crepúsculo? Não. De forma alguma." Confira a entrevista completa no VG247 (em inglês).

E, como uma imagem vale mais do que mil palavras, segue mais uma tela de Alice em modo de Hysteria:

hysteria-not-so-fresh-pepper Não. Definitivamente, não há nada de Crepúsculo aqui.

A loucura deve retornar em 14 de junho nos Estados Unidos, disponível para PC Windows, Xbox 360 e Playstation 3. Na versão para PC, os compradores também receberam um código para baixar o jogo original inteiramente grátis. Em 31 de Agosto, a Dark Horse Comics irá publicar um livro com as impressionantes artes de desenvolvimento do jogo.

Ouvindo: Machinae Supremacy - Hero

2 comentários:

Marcel C. Da Silva disse...

Um jogo "baseado" em literatura "infantil" que não será para crianças.Eu já fiquei impressionado com batman, antes um jogo destinado a qualquer público, ter uma classificação sugestiva na ESBR.Agora até Alice, devo dizer que estou curioso pra saber "No que vai dar", pois a priori eu não achava que ia ter um lado negro tão presente(e branco também, adoro monocromatizar tudo).Minhas expectativas pra esse jogo são bem altas.

Bruno disse...

Estou esperando esta continuação a quase 10 anos e é compra na certa. Ainda mais sabendo que virá com uma cópia do primeiro.

Sobre o post: mas e a trilha sonora? A música do American Mcgee's Alice era sensacional e se encaixava perfeitamente no jogo. Confesso que até cheguei a deixar o jogo rodando p/ ouvir algumas das trilhas.

Marcel, apenas te digo p/ jogar o primeiro. De preferência, antes de jogar esta continuação. Te garanto que não vai se arrepender. Mesmo que adventure não seja muito seu estilo.

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