Quando uma continuação para Risen foi anunciada no ano passado, eu imaginei que a Piranha Bytes iria repetir (pela quinta vez) a consagrada fórmula de fantasia que eles mesmos criaram com o primeiro Gothic, dez anos atrás. Não me levem a mal, eu gosto do estilo da desenvolvedora de criar universos de fantasia cruéis e cínicos, com protagonistas debochados e colossais horrores se ocultando nos bastidores. É uma receita de bolo, mas um bolo delicioso. Entretanto, Risen 2: Dark Waters traz uma quebra de paradigma, não apenas para o trabalho anterior da Piranha Bytes, mas com as próprias regras dos universos de fantasia, escritas no bronze por Tolkien. Confira o trailer abaixo:
Piratas? Armas de fogo? Vudu? Onde eu assino?
Este novo universo claramente inspirado em Piratas do Caribe é o tipo de cenário que não costuma aparecer nos jogos eletrônicos. Para cada Monkey Island que existe, você pode encontrar dez jogos com Orcs e Elfos facilmente. Que a Piranha Bytes queira mudar de ambientação após tanto tempo seguindo os mesmos passos, é mais do que louvável. O que eu não consigo entender é como este jogo possa ser a continuação do primeiro Risen...
A história se passará vários anos após os eventos da Ilha de Faranga. Os Titãs devastaram a Terra e a Humanidade está próxima do colapso. Os mares não são mais seguros e estranhas criaturas estão emergindo para destruir os navios. O protagonista será um membro da Inquisição que deverá se unir aos piratas escondidos nas ilhas para restaurar a ordem. O herói do jogo pode ser ou não o mesmo do jogo original, não há uma confirmação ainda. ATUALIZAÇÃO (17/04): Está confirmado! É o mesmo herói de Faranga!
Considerando-se que Risen não tinha armas de fogo de espécie alguma e o vestuário e a arquitetura eram muito mais medievais, eu diria que a sequência se passa pelo menos um século após. E onde foi parar a magia "convencional"? Bola de fogo, levitação, convocar esqueletos, você sabe, o arroz com feijão do gênero? E, afinal, por que essa súbita obsessão com armas de fogo em jogos de fantasia? Dungeon Siege III tem a "bruxa pistoleira". Diablo III tem algo muito próximo, com a caça-demônio pistoleira. Guild Wars 2 já ridicularizou essa tendência.
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