Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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25 de janeiro de 2011

Jogando: Age of Empires II

Após uma mal-sucedida experiência com The Lord of the Rings: Battle For Middle-Earth, eu continuava com sede de jogo de estratégia. Após uma relaxante sessão de Age of Empires, parti para a tão adiada instalação de Age of Empires II. Minha última tentativa datava de 1999, quando muito empolgado tentei fazer com que o demo rodasse em uma velha máquina cansada de tanta guerra. Com problemas sérios de renderização, desisti em alguns minutos. Quase doze anos depois, aqui estou eu adorando Age of Empires II.

Age of Empires II - Tela 01

Fullgames com os dois jogos A finada desenvolvedora Ensemble Studios alterou as regras do conflito. Meu primeiro contato com o modo randômico do jogo resultou em uma fútil batalha entre minha esquadra de galeões e um castelo inimigo, com reforços em terra de uma pequena tropa de cavaleiros. Todos massacrados, enquanto a estrutura do oponente mal ficara arranhada... Enquanto isso, uma outra civilização se aproximava de minhas muralhas com o maior exército que eu já tinha visto até então. Posicionei meus arqueiros para repelir a invasão, mas o adversário ergueu um castelo do lado de minhas defesas e meus arqueiros foram mortos até o último homem. Cancelei a partida com medo. Os Castelos são invencíveis!

Estaria eu condenado a gostar de apenas um punhado de jogos de estratégia? Teria a Ensemble traído este velho veterano e criado uma aberração assassina? Será que, na verdade, eu nunca fui bom neste estilo? Pensamentos de desinstalação assombravam minha mente.

Mas eu não iria abandonar a continuação de um ilustre membro de minha lista de favoritos da mesma forma que abandonei a Terra-Média. Se a curva de aprendizado parecia áspera, procurei me lembrar de que um dia o primeiro Age of Empires também foi cruel comigo. E, apesar de minha ojeriza, tornei-me bom no jogo justamente ao sofrer executando suas missões. Sem escolhas, decidi experimentar os tutoriais de AoE II. Aos poucos, entre uma lição idiota ou outra ("como conduzir seus soldados", "como extrair madeira") eu fui conquistando confiança. Construí muralhas que suportavam a investida inimiga. Construí meu próprio castelo. Criei exércitos numerosos. E expulsei os ingleses da Escócia, recriando a História e idolatrando William Wallace. Eu não era mais prisioneiro das mentes inventivas da Ensemble. "Freeeeeedom!!".

Age of Empires II - Tela 03Mudaram as regras do conflito. Pedra é o novo ouro. O Castelo é o centro militar de seu reino, uma fortaleza quase inexpugnável, capaz de criar exclusivas tropas de grande poder destrutivo e único lugar onde se pode fabricar as temíveis Trebuchets. Você pode e, principalmente, deve montar exércitos maiores e muitos aldeões. As pequenas forças, com poucas unidades, do primeiro jogo foram substituídas por tropas maiores. O inimigo sabe como usar muralhas agora e suas defesas estão mais inteligentes. Sacerdotes perderam parte do poder de conversão que tinham antes. O consumo de recursos me pareceu mais ágil, mas os recursos naturais parecem se esgotar mais rápido. Uma floresta some do mapa em pouco tempo com a equipe certa de lenhadores... se esta progressão for autêntica, não me espanta que estejamos extinguindo a natureza no mundo real.

Por outro lado, as regras permanecem as mesmas. Os mapas com cursos de água no meio continuam fáceis de controlar com muralhas nos pontos de travessia. A Inteligência Artificial ainda não aprendeu a usar barcos para cruzar um exército em um rio... Torres ainda fazem estragos em tropas inimigas e fazendas ainda são o melhor método para se obter alimento. Tirando a necessidade de forças maiores e de se construir um exército, meu método sofreu pouca alteração desde o primeiro jogo.

Age of Empires II - Tela 02

Se o primeiro jogo conseguiu um lugar na lista de favoritos, a continuação deveria seguir o mesmo caminho. Mas a lógica não se aplica. Após sucessivas vitórias em Age of Empires II, eu percebo que o sabor está diferente. Talvez sejam os sons emitidos pelas unidades que não tem o mesmo carisma da primeira versão ou a música insossa que acompanha o título. Talvez seja a proporção exagerada das unidades, dos prédios e do próprio tamanho dos exércitos. Talvez seja o ritmo ligeiramente mais frenético do que o quase zen Age of Empires original.

Ou talvez seja apenas o tempo dedicado a ele. O primeiro título cresceu na minha simpatia ao longo dos anos, se tornando um dos raríssimos jogos que eu reinstalo e reinstalo. Uma relação destas leva tempo, algo que Age of Empires II em sua fúria imperial exige de imediato. Calma. Não é assim. Age of Empires II é um excelente jogo que segue os passos de seu ancestral, acrescenta boas novidades, mas não cativa da mesma forma.

Mas que bonito ver os Trebuchets largando rocha flamejante sobre meus inimigos!

Age of Empires II - Tela 04 Age of Empires II - Tela 05

Pontos positivos de Age of Empires II: gráficos detalhados de construções que continuam bonitos doze anos depois do lançamento, várias funcionalidades que tornam a jogatina mais prática e Castelos. Pontos negativos de Age of Empires II: peca um pouco na qualidade dos sons, centraliza muito a estratégia nos Castelos, ritmo mais acelerado. Nota final: 9.0.

(avalanche de postagens: 13/14)

Ouvindo: Theatre Of Tragedy - Siren

Um comentário:

Jundson dos Santos Silva disse...

Você jogou o modo campanha? Com Átila, o Huno?

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