Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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16 de agosto de 2010

Trailers e Mais Trailers!

Como agradar gerações de fãs? Esta é a pergunta que assombra esta seleção de trailers recentes. Enquanto a indústria dos jogos eletrônicos é constantemente acusada de inovar, o desafio passa a ser conduzir continuações que, ao mesmo tempo, cativem um novo público e deslumbrem a base conquistada, com o equilíbrio certo de novidade e tradição.

Extreme Ultimate RPG

Gothic 4 Arcania: Gothic 4 está com um trailer novo (que não dá pra embutir no blog). Não sei qual é a data em que este vídeo foi lançado, mas é a única opção agora no site oficial (que sofreu alterações no visual). Quem acompanha o Retina Desgastada sabe que a série Gothic é favorita da casa, mesmo com o dúbio Gothic 3 não correspondendo às expectativas. Existe também uma relação de amor e ódio com este quarto e ainda não lançado capítulo. O primeiro sentimento é porque é o mundo de Gothic, oras! Shadowbeasts, Myrtana, Orcs e Swampsharks! Paisagens vastas e já familiares a este veterano da prisão de Khorinis. O segundo sentimento nasce da desconfiança, uma vez que Arcania às vezes parece ter vergonha de pertencer à saga, por que está sendo desenvolvida por outra empresa e por que o Herói Sem Nome parece que se tornou um vilão...

Agora, este trailer joga mais lenha na fogueira. O que se passa na cabeça da polêmica Jowood para colocar uma música meio-eletrônica meio nu-metal no trailer de um RPG de fantasia? Eu não tenho nada contra este tipo de som, muito pelo contrário. Mas, abandonar as orquestrações características da série (e do gênero como um todo) assusta nos primeiros segundos do vídeo. Ver o trailer ser acompanhado por palavras de ordem como "Insane Character Customization" e "Intense Combat" também arrepia a espinha de qualquer fã. "História envolvente" não tem, não? A despeito dos gráficos de tirar o chapéu e da aparição das criaturas clássicas de Gothic repaginadas, ficou um gosto estranho na boca.

Ao Infinito E Além!

Ken Levine e o pessoal da Irrational Games produziu no passado o brilhante membro da minha lista de favoritos System Shock 2. Era a peregrinação de um herói solitário pelas ruínas de uma utopia, enfrentando criaturas mutacionadas saídas de pesadelos, enquanto vai adquirindo novas habilidades e evoluções para suas armas e descobrindo registros do que aconteceu. Foi uma jornada inesquecível rumo ao horror. Impedidos de produzir um terceiro capítulo da série, a Irrational não se deu por vencida e criou o aclamado Bioshock, com a mesma premissa básica. Se talvez tenha faltado criatividade a eles, sobrou talento e Bioshock conquistou seu espaço próprio.

Depois, veio Bioshock 2. Sem Levine.

Agora, virá Bioshock Infinite, com a série retornado a um de seus principais seus criadores:

É o tipo de vídeo que faz um fã pensar o que teria acontecido se Levine tivesse carta-branca da toda-poderosa EA Games para fazer System Shock 3...

O Futuro Não é Mais Como Era Antigamente

Respondendo ao Bruno, definitivamente é uma experiência completamente diferente assistir ao trailer de gameplay do próximo Deus Ex, agora que eu sei o que Deus Ex é:

A Nova York futurista está lá, com uma vivacidade, uma pulsação que era impossível de se obter em 2001. Grandes capotes, óculos escuros, atitude de bad boy. O novo protagonista é J.C. Denton para o novo século, com mais pixels, com melhores texturas, mas é ele. Rotas alternativas por dutos, camuflagem termóptica, uma besta acoplada ao pulso... o que seria de Deus Ex sem estes elementos?

Mas, por outro lado, algo não está em seu devido lugar. Seria o nosso novo herói um pouco focado demais em lâminas e mortes exageradas? Pirotecnia, saltos colossais, tiroteios desenfreados, não estaria faltando um pouco da sutileza original? Este não é o J.C. Denton da forma que estou jogando. Torço para que estes elementos sejam todos opcionais, assim como os lança-foguetes e minas explosivas do primeiro Deus Ex, que eu mantenho distância sem arrependimentos.

Se eu entendi direito, este é um jogo de escolhas: cada um jogará Deus Ex da forma que lhe for mais conveniente, discreto ou brutal, mortífero ou humanitário. Que Human Revolution me permita derrotar aquele grande robô ameaçador do final do trailer com inteligência e não granadas voadoras saindo de meus braços, por mais impressionantes que elas sejam. Que Human Revolution permita.

Ouvindo: Skinny Puppy - T.F.W.O

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