Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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26 de agosto de 2010

Memorabilia

Um bom fã de jogos eletrônicos não é aquele que zera o conteúdo e joga a caixa do jogo em um canto de armário. Este cara não é um fã. Ele é um jogador, no máximo um jogador que curtiu muito o jogo e que pode até tentar uma nova rodada. Um fã é aquele que mergulha de cabeça naquela história, naquele universo, com a mesma intensidade de quem memoriza a formação de seu time de futebol favorito, de quem dá polimento no carro todo fim de semana, de quem vai em convenções para conseguir um autógrafo em um livro.

Para o fã, qualquer coisa relacionada ao seu jogo se torna uma relíquia. Para estes, trago hoje três tesouros que estavam acumulando poeira em minha lista de links.

Os Cadernos Perdidos de System Shock 2

System Shock 2 foi lançado onze anos atrás pela Irrational Games, que, como eu já contei, seguiu em frente com sua vida mas nunca se esqueceu desse jogo.

A prova solene disso é que alguns dias atrás um dos desenvolvedores encontrou, em velhas caixas abandonadas, um caderno de rascunho com esboços para System Shock 2. Não se trata de um arquivo digital perdido em um disquete ou sobra de algum artbook. São ilustrações feitas a mão em um caderno de papel, como nos bons e velhos tempos em que nós matávamos árvores para construir nossas idéias. Com direito a manchas de café e tudo mais!

Em outras empresas, este material poderia ter ido para a reciclagem. Ou ter provocado boas lembranças na equipe e desaparecido em uma gaveta qualquer. Ao invés disso, eles decidiram escanear parte do material e colocar online.

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São apenas nove imagens no total e mostram um estágio bem embrionário do jogo. Mas deixaram este fã aqui bem saudoso...

Os Primeiros Ritos de Planescape: Torment

MorteNo final do distante ano de 1997, a Black Isle tinha apenas um ano de vida e um único jogo em seu currículo: Fallout. Apesar de estar terminando o desenvolvimento de Fallout 2, a empresa já estava de olho em seu terceiro trabalho. Para conseguir carta branca da gerência, foi criado um documento de 47 páginas para ser apresentado. Nada de slides em Powerpoint e reuniões enfadonhas... o documento já trazia uma identidade visual e alguns personagens delineados, apesar de roubar a tipografia de Diablo. O nome do jogo? Last Rites.

Se você nunca ouviu falar de Last Rites é por que o título seria alterado durante o desenvolvimento para Planescape: Torment. E, se você nunca ouviu falar em Planescape: Torment, o documento explica sua idéia:

"Last Rites é um RPG isométrico que se passa no cenário de Planescape da TSR.

Ele usa o motor gráfico Bioware Forgotten Realms com os artistas da Interplay fornecendo a ambientação e a atmosfera de Planescape.

O jogador cria um personagem único. Ao longo do jogo, o jogador adquire e escolhe uma série de aliados (companheiros e interesses amorosos) que se juntam ao seu time e permitem que ele bote pra quebrar com mais eficiência. O tamanho máximo do time em qualquer momento é de cinco componentes."

Em outras palavras, temos a bem-sucedida ferramenta usada em Baldur's Gate 2 a serviço da genial equipe responsável pelos primeiros Fallout, com uma história que acontece no mais estranho dos mundos de Advanced Dungeons and Dragons. Nesse exato momento, estou tomando por um profundo arrependimento de não ter jogado Planescape: Torment.

O documento original de apresentação do jogo está disponível em formato PDF em http://www.rpgwatch.com/files/Files/00-0208/Torment_Vision_Statement_1997.pdf

A Revista Maldita de Doom

VDoomoltando ainda mais no tempo, para o ano de 1996, temos uma verdadeira febre eletrônica que varreu os computadores, tomou as LANs de assalto, preocupou os pais e inaugurou a temporada de caça aos jogos violentos. Esta febre atendia pelo nome de... Doom.

Nessa época, a Marvel Comics recebeu uma encomenda da id software para a produção de uma revista em quadrinhos inspirada no título. A edição única, de apenas 16 páginas, seria distribuída de graça em uma convenção de jogos.

O resultado final foi desastroso. O "roteiro" segue a premissa básica de Doom: um solitário fuzileiro dizimando hordas intermináveis de demônios em uma colônia marciana. Pare tudo o que você está fazendo agora e dê graças aos deuses pelo personagem não dizer nada no jogo, por que o que ele fala na revista só pode ter sido escrito por moleques de doze anos semi-analfabetos chapados de crack. Não é exagero. O personagem da revista pronuncia os diálogos mais descabidos e exagerados jamais vistos, enquanto detona monstro após monstro. É um novo conceito de carnificina descerebrada.

Se você ainda não acredita no baixo-nível de Doom, a revista, o material foi escaneado e está disponível em http://www.doomworld.com/10years/doomcomic/comic.php para seu "deleite". Considere-se AVISADO.

Ouvindo: Doom Soundtrack - Into Sandy's City

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