Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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21 de janeiro de 2010

EVE: Ame ou Odeie

Conheci uma vez um sujeito que era viciado em EVE Online. Por incrível que pareça, ele era meu chefe. Ele jogava no escritório e fazia questão de mostrar para todo mundo "como era fantástico o jogo". Em seus estágios finais de dependência, ele chegava em sua sala, ligava o jogo e só desligava na hora de ir embora (ou não). Se algum cliente ligasse, perguntando por ele, a ordem era dizer que ele não estava. Não sei até onde essa história foi, por que a empresa fechou as portas. E não, EVE não foi o motivo do fechamento (havia motivos ainda piores...).

Apesar dos gráficos impressionantes para a época, e que impressionam até hoje, eu fiquei com a desconfiança de que aquele MMORPG não deveria fazer bem para a sanidade mental de ninguém. O nível de dedicação que o jogo exigia não era para mim, assim como o da maioria absoluta dos títulos do gênero. Seu grau de complexidade é perfeito para profissionais de informática habituados a planilhas de Excel, configurações de servidor, programação pesada ou para físicos nucleares. Como bem ilustrou o Blog MMO, resumido na figura abaixo:

eve-curva-de-aprendizado EVE é realmente um jogo estranho. Contrariando tendências do mercado de MMORPG, em EVE você NÃO vive em um mundo de fantasia. O título é pura ficção-científica. Você NÃO tem um  avatar. Aliás, até tem, mas ele não é importante. O importante é a nave que você pilota. A história não é exclusividade dos desenvolvedores, mas fartamente modificada pela própria comunidade de jogadores. Guerras, golpes, alianças, eleições, falcatruas, traições e falências são controladas como no mundo real e fomentadas por pessoas reais. Como jogador de EVE, você pode ir dormir como um milionário presidente de corporação e acordar falido.

Apesar de toda essa imersão/simulação de realidade, algumas coisas não mudam em relação a essa exótica criatura chamada "gamer". As facções do universo do jogo que foram criadas pela desenvolvedora ostentam pomposos nomes como "Império Amarr", "Estado Caldari", "Federação Gallente", "Serpentis" etc (veja a lista completa). Por outro lado, as facções e alianças criadas pelos próprios jogadores mandam a verossimilhança literalmente pro espaço e, assim, temos aberrações como "Legião da xxMORTExx", "Sexo, Drogas e Rock n' Roll", "Basicamente Inofensivo" e "Caos Sistemático". Para ser justo, existem algumas que tentam manter o clima de epopéia cósmica e adotam nomes mais sérios, como "A Iniciativa" ou "Frota Solar". Existe um mapa, atualizado constantemente, que mostra a área de influência de cada facção dentro do jogo. Recentemente, o "Enxame de Capangas" (Goonswarm) venceu seu antigo rival, o "Bando de Camaradas", e assumiu o controle de uma vasta extensão do universo.

A Beleza Está nos Olhos de Quem Vê

Como eu disse, nunca experimentei EVE. Pode ser que suas "particularidades" sejam facilmente superáveis. Pode ser que o jogo seja mesmo fantástico. E viciante. Muito viciante. Por enquanto, é melhor manter distância.

Mas existe algo que eu nunca vou esquecer daquelas tantas vezes que eu vi o jogo rodando no laptop do meu chefe: seus gráficos. Havia algo de hipnótico no vazio estelar. Havia algo de voluptuoso no layout daquelas naves. Havia majestade nas estações espaciais e nos portais de teleporte.

Apaixonados pela beleza de EVE, um grupo de russos (sempre são russos...) criou uma série de artes mesclando elementos do universo do jogo com objetos e situações do mundo real. O resultado fascina:

EVE - ArtEVE - Art 02EVE - Art 03EVE - Art 04

Todas as doze imagens podem ser encontradas em diversas resoluções para download na página do projeto.

Ouvindo: Ladytron - Runaway

Um comentário:

NevesZerg disse...

Transforme a palavra EVE em WOW (World of Warcraft), nao com belos graficos de EVE, mas viciante como. Tenho varios amigos sem vida social (real).

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Blog criado e mantido por C. Aquino

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