Tem gente que tem a vida modificada por um livro lido na adolescência, um filme visto na faculdade, um amor perdido na vida adulta, uma conversa especial. No caso do australiano Ryan Tyack, 17 anos, o que mudou sua vida foi o jogo Age of Empires.
Tyack é a grande promessa olímpica no arco e flecha e liderou a delegação de seu país, mais de 600 atletas, durante a abertura do V Festival Olímpico Australiano da Juventude, em Sydney. Apesar da pouca idade, o jovem arqueiro já conquistou um título mundial em sua categoria e foi reserva durante a última Olimpíada, na China.
Aos dez anos de idade, Ryan Tyack não saía de frente do computador, jogando partida após partida de Age of Empires. Até o dia em que sua mãe deu um ultimato, para ele fazer algum esporte e conhecer outros garotos. Ele não se deu por vencido e decidiu que, se tinha mesmo que fazer algum esporte, que estivesse ligado ao jogo. Na dúvida entre esgrima e arco e flecha, uma vez que Age of Empires apresentava espadachins e arqueiros, Tyack escolheu o caminho que o levaria a uma inesperada carreira de sucesso.
É interessante observar que, provavelmente, há quinhentos anos atrás, um jovem desses seria fascinado pelas histórias dos grandes guerreiros de seu reino, brincaria com seus amigos na floresta, receberia uma bronca de sua mãe, entraria para o exército (ou para uma força mercenária) e se tornaria um arqueiro mortífero. Os dias de hoje permitem que talentos como esse despertem de forma virtual e amadureçam de forma mais nobre, em simulações esportivas, sem que ninguém saia ferido no processo.
(E palmas para mãe, que não apenas controlou o tipo de jogo que o filho teve acesso aos dez anos, como também soube identificar uma obsessão e agiu de acordo, canalizando a energia do filho para uma atividade mais concreta.)
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