Enquanto eu praticamente tive que convencer meu filho a desinstalar LEGO Marvel Super Heroes, depois de 72 horas jogadas, aqui ele desistiu bem antes de conseguirmos destravar todos os personagens, com 18 horas marcadas no Steam.
O grande problema do jogo não é ser inferior à versão Marvel (lançada depois, com um motor gráfico superior e muitas inovações e melhorias), mas ser menos divertido que o primeiro Lego Batman. Enquanto o escopo da história melhorou significativamente e o enredo até mesmo chega a ser simpático, não apenas a segunda aventura do Batman coloca o personagem principal quase em segundo plano como também introduz uma pletora de erros de jogabilidade que confundem e irritam.
Mas vejamos a história, o grande trunfo desse LEGO Batman 2. Não contente em explorar o universo de vilões do personagem, o título insere o Superman no meio da história para deter uma aliança entre o Coringa e Lex Luthor. Ficou lá longe a doce tolice do primeiro jogo, que sequer trazia diálogos, e os roteiristas trazem aqui uma trama redonda e até interessante. Lamentavelmente, já havíamos visto (e revisto) o longa de animação, muito antes de saber que era baseado no jogo. A história coloca o Cavaleiro das Trevas em um conflito de visão de mundo com o Azulão, enquanto também apresenta uma atrapalhada versão do Robin. Enfim, o enredo salva o jogo do desastre completo, ainda que roube um pouco do brilho do Batman. Chegamos ao final com satisfação.
Quando acaba a história, o jogo desanda.
Na jogabilidade, a desenvolvedora tenta uma investida em um mundo aberto contínuo repleto de coisas para fazer e personagens para serem desbloqueados. Entretanto, acontece aqui um ensaio do que viria a ser concretizado somente no jogo da Marvel. Não há um mapa que possa ser acessado com facilidade, o número e variedade de missões é insatisfatório, a cidade de Gotham é minúscula, os personagens que você vai liberando tem pouca ou quase nenhuma variação de habilidades, os capangas dos criminosos estão por toda parte e você não consegue parar para pensar sem apanhar de alguém, cair na água pode significar morte, voar é um tormento.
Para quem joga em modo cooperativo, o título se torna um sofrimento adicional. Quando um jogador resolve trocar de personagem, trava para todo mundo. Quando um jogador acessa o mapa, trava para todo mundo. Se um jogador completa uma missão, o jogo trava por um longo tempo enquanto salva o progresso. E quando eu digo trava, eu quero dizer você perde o controle do seu personagem, mas o jogo segue, na maioria das vezes com algum capanga cobrindo seu personagem de bordoadas até matar.
É exasperante. Felizmente cada uma dessas idiossincrasias foi corrigida em Lego Marvel (e substituídas por outras falhas, mas aí não seria um jogo Lego se não as tivesse).
O veredito é que o jogo pode ser interessante se:
- Você não viu o longa animado.
- Você não jogou os títulos que vieram depois.
- Você não jogou o primeiro Lego Batman... que vence em simpatia.
- Você não joga com alguém.
Em qualquer outro caso, LEGO Batman 2 é um degrau para voos maiores da franquia, um que havíamos pulado e equivocadamente voltamos atrás.
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