Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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3 de novembro de 2019

Surge Doctor Horuz!

Mais de cinco anos se passaram desde que Kryta chegou aqui em casa de forma turbulenta. Mais de cinco anos sem trocar de computador, embora vontade não faltasse e upgrades tampouco. Oportunidades surgiram e se perderam diante de meus olhos frustrados, me provando que a vida é o que acontece enquanto você faz planos.

Kryta

Entretanto, trocar Kryta era mais do que apenas obter uma máquina com desempenho superior ou acompanhar a grande corrida do PC: significava passar o bastão para frente, permitir que meu filho finalmente completasse sua independência "gamer" herdando um PC que me conduziu por tantos anos. Comprar um PC para mim era praticamente comprar um PC para ele. Esse blog viu essa criança crescendo e agora, aos doze anos, uma promessa feita para ele tempos atrás precisava ser cumprida.

Então, me empenhei em dobro, estabeleci um fluxo de trabalho e entrada de capital que me permitisse, em dois meses, juntar o valor de uma nova máquina ligeiramente superior a boa e velha Kryta. Minha mãe contribuiu com um valor para agradar filho e neto. E parti para a luta nessa sexta-feira.

Luta era o termo certo.

Nem Tudo São Flores

Relendo a saga de Kryta de cinco anos atrás que, por sua vez, também relembra o desastre que foi Indigo, o computador anterior, começo a desconfiar que estou condenado a jamais ter uma máquina nova que não tenha sido forjada em lágrimas e ranger de dentes.

De início, foram mais de duas horas para montar o computador novo na loja. Ele simplesmente não dava vídeo na tela em nenhum teste. Depois de trocar a placa-mãe duas vezes, a fonte e até o processador, na terceira GPU o vendedor percebeu que as GPUs estavam ruins. Nesse meio tempo, vaguei sem rumo aguardando uma solução, comi a pior coxinha de galinha que o Centro do Rio de Janeiro pode oferecer e contemplei a possibilidade daquilo tudo ser somente o prenúncio de tormentos piores.

Ainda assim, saí da loja com a máquina funcionando, cruzei um metrô surpreendentemente vazio e cheguei em casa com a sensação de dever cumprido. A emoção do abraço agradecido de meu filho, sua cara de espanto, tudo isso serviria para compensar o que aconteceu antes. E tudo que aconteceu depois, porque não faltaram mais obstáculos pela frente.

ASUS

A ideia era simples: ao computador novo seriam acrescentados meu HD anterior e minha GPU anterior. Todo resto permaneceria intocado. O computador antigo receberia o HD novo e uma velha GPU que estava guardada havia mais de um ano. Procedimentos simples de serem executados, mas repletos de imprevistos: cabos faltando, mal-contato e até parafusos insuficientes. Um homem previdente vale por mil e descobri nos meus trinta anos de cabos e peças sobressalentes guardados que tinha tudo que precisava, ou quase tudo.

Com as duas máquinas transplantadas, configuradas e funcionando, fui descobrir que um adaptador wireless USB nem de longe é tão estável quanto a boa e velha placa de rede e cabo tradicional. Levou horas para fazer o download do primeiro jogo no PC que agora é do meu filho.

Ainda assim, jogamos Realm Royale por 20 minutos. Foram os melhores 20 minutos de jogo desse ano, pai e filho coordenando avanços e ataques e chegando no quarto lugar na batalha de duplas do Battle Royale. Tenho certeza de que teríamos conquistando o primeiro lugar em nossa primeira batalha juntos, era o mínimo que o universo me devia após tantos percalços. Mas não conseguimos, porque o universo não havia desistido: em 20 minutos, a placa Radeon R7 240 de Kryta queimou e desceu para o Inferno reservado a todas as placas AMD desse plano material.

R7

A placa que eu havia guardado na caixa por mais de um ano. A placa que tinha me dado problemas de superaquecimento antes com Overwatch. A placa cujo valor eu tinha abatido do meu orçamento para o PC.

A placa que havia me deixado na mão.

Enquanto isso, o PC novo também sofre com o calor. É óbvio que o processador novo gera mais calor do que o anterior e eu eventualmente irei precisar de uma ventoinha adicional. Por enquanto, ele segue aberto com um ventilador em cima.

Diga Seu Nome, Doctor Horuz!

Antes mesmo de todos esses obstáculos, o PC novo já tinha um nome: Doctor Horuz. É o nome do meu novo personagem em DC Universe Online, que voltei a jogar ao lado do guri. É um jogo antigo, mais antigo até do que Guild Wars 2, que deu nome a Kryta. Porém, a escolha representa um dos objetivos de tudo isso: poder jogar ao lado do meu filho, não mais um simples co-piloto de teclado ou alguém com quem divido a tela, um convidado em meu mundo. A partir dessa compra (e tão logo seu PC tenha uma placa decente), somos iguais, caminhando lado a lado.

Doctor Horuz

Configuração inicial:

A olho nu, a mudança mais perceptível foi em Witch Hunt. Não que o jogo rodasse lento na configuração anterior, mas a diferença foi gritante com o novo processador (a GPU já estava sendo usada antes).

Planos para o futuro próximo: comprar uma GPU para a boa e velha Kryta, metros e metros de cabo de rede para plugá-lo direto no roteador, um fone de ouvido com microfone para nos comunicarmos. Planos para o futuro não tão próximo: mais 8GB de RAM para Doctor Horuz e um drive SSD.

Ainda há muita coisa para ajustar nas duas máquinas. Ser dono de um PC é padecer no Paraíso e agora padecerei em dobro. Ainda assim, tenho plena convicção de que essa é uma jornada que irá valer a pena.

Ouvindo: Final Fantasy XIII-2 - The Ruler of Time and Space

2 comentários:

Marcos A.T. Silva disse...

Bacana. E o melhor de tudo é poder jogar com teu filho. Sinto muito pelos problemas enfrentados por aí com a GPU, mas bola pra frente. Logo logo você consegue outra. E que venham muitos bons momentos de jogatina.

Marcos A.T. Silva disse...

Aquino, e você pensa em fazer um novo upgrade quando, agora, mais ou menos? Fico curioso com essas coisas. :)

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Blog criado e mantido por C. Aquino

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