Retina Desgastada
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8 de março de 2019

Jogando: Conan Exiles - Parte 3 (A Maldição do Grinding)

Conan Exiles 59Pode-se argumentar que estou jogando Conan Exiles errado. O título de sobrevivência foi projetado desde o começo para ser uma experiência coletiva, onde um clã de jogadores com uma fortaleza colossal junta suas forças, suas armas, o avatar de seu Deus e suas feras para destroçar a base de seus inimigos, se fartar da carne de seus corpos, saquear suas posses e dançar ao som de seus lamentos. É o destaque em todos os trailers do jogo.

Entretanto, a Funcom construiu um mapa saturado de atmosfera e de mistérios, um desafiador convite para exploradores e que, apesar de tudo, também oferece um suporte relativamente satisfatório para bárbaros solitários. Esse convite lascivo, assim como o enigma que se esconde nos subterrâneos de uma cidade condenada, é uma armadilha para os incautos e, com mais de 200 horas de jogo, não posso negar que me joguei em suas garras sem cautela alguma.

Nesse meio tempo, domei meu séquito de bestas, transformei meu próprio filho em um devoto fervoroso de Crom, invadi templos profanos, desbravei regiões inteiras, confrontei inimigos horripilantes de todos os calibres, organizei massacres, construí um lar para chamar de meu,  escravizei e conquistei em minhas aventuras.

Conan Exiles 02Conan Exiles 54

Com a ajuda da Wiki oficial, desbravei seu complexo e hermético conjunto de regras. Como Minecraft, a sobrevivência aqui depende de mecânicas arcanas guardadas a sete chaves por seus criadores. Descobri a existência de uma meta final para meu obstinado exilado: a liberdade. Aprisionado nessas terras selvagens, é necessário reunir determinados artefatos, guardados por forças aterradoras, para realizar um ritual que finalmente quebrará o bracelete que o mantém confinado nessa vasta prisão e permitirá que ele abandone tudo que construiu e parta para outros horizontes, efetivamente encerrando o jogo.

Não é a forma como a maioria dos jogadores aproveita Conan Exiles, mas é a forma que eu escolhi para meu guerreiro: um sólido propósito de dominar os elementos, triunfar sobre as adversidades e arrancar a liberdade com aço e sangue do corpo frio de meus captores, se possível.

Nesse ponto, Conan Exiles esbarra em um inimigo ancestral que assombra MMORPGS desde tempos imemoriais: o temível grinding. As melhores armas, as melhores armaduras, as melhores fórmulas do jogo estão trancadas atrás do mítico Nível 60, o último patamar de evolução que seu personagem pode alcançar. Embora eu tenha conseguido obter a maior parte dos artefatos necessários para cumprir minha jornada antes de chegar no nível 60, o último deles reside em uma região onde apenas a morte me aguarda. O calor infernal de um vulcão ativo derrota meu exilado sem piedade e apenas um tipo específico de armadura ou determinadas poções talvez possam permitir que eu cumpra minha sina. E, mesmo assim, sei que uma batalha fatal se descortina depois disso, então ou eu tenho o melhor equipamento ou meu esforço será em vão.

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Estou aprisionado no nível 56 agora, tendo explorado quase a totalidade do mapa, deixado centenas, talvez milhares de cadáveres no meu caminho, derrotado alguns chefes mais de uma vez, arregimentado uma legião de feras. Até mesmo ergui uma base que nunca imaginei que faria em um jogo de espada e feitiçaria; sou Conan, o Construtor. Tudo em nome de prolongar minha estadia, em nome de atingir aquele ápice indispensável para a arrancada definitiva. E, ainda assim, contemplo o horizonte, muitas vezes, sem saber para onde ir ou o que fazer agora.

Desta forma, Conan Exiles promete uma gama de possibilidades para aqueles que chegam no seu último nível, mas há um claro desequilíbrio na reta final. Há conteúdo para entreter os novatos, sempre temerosos da morte. Há conteúdo para aqueles que já tem um certo nível, para que eles possam explorar apenas com um leve temor em seus peitos. Há conteúdo para aqueles que são poderosos e apenas desejam esmagar seus oponentes como insetos. Mas tudo cansa antes do final e o grinding se prova um inimigo muito mais devastador que qualquer outro.

Entretanto, fui longe demais para desistir tão próximo da aguardada liberdade. Que Crom se apiede dessa terra: precisará ter muito sangue derramado até que eu parta.

Conan Exiles 26

Ayreon - The Theory of Everything part 2

4 comentários:

Luiz Carlos disse...

Jogando errado? Talvez, mas com toda certeza foi o que mais personificou o guerreiro cimério. Simplesmente fantástico o jeito que você escreve, me bateu ate uma vontade de jogar, mesmo sabendo que odeio esse estilo de jogo, acho melhor me limitar as leituras e contemplação.

Marcos A.T. Silva disse...

Esses teus posts estão quase me fazendo querer jogar o Conan Exiles. :D

Anônimo disse...

Estou enfrentando essa jornada árdua com meu companheiro e hoje reunimos alguns dos artefatos que por fim darão paz a luta dos nossos guerreiros. Mas ainda não sabemos quais são todos os artefatos. Temos dúvidas em alguns e não encontro em ligar nenhum o nome deles. Seria ótimo ter uma ajuda...

C. Aquino disse...

Saiba, ó nobre escriba anônimo, que os artefatos necessários para "vencer" Conan Exiles são seis. É necessário juntar a Jagged Scourgestone Piece, Shattered Scourgestone Piece e Broken Scourgestone Piece e levar até as Sandswept Ruins para o feiticeiro lá dentro reunir esses pedaços e forjar a Heart of the Sands.

Com a Heart of Sands em mãos, é preciso ainda reunir: Tears of Two Races, The Shining Trapezohedron, Star of the Champion, Mask of the Witch Queen e Diadem of the Giant-kings.

Esses seis artefatos devem ser levados até o Altar of Chaosmouth para forjar a chave que abre o bracelete.

Tem um guia bom aqui, com a localização de todos os artefatos: https://conanexiles.gamepedia.com/The_Keystone

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