Uma águia de metal dá um grito de triunfo e abre suas asas. Nelas, a bandeira dos Estados Unidos. A voz mais impostada do universo brada o nome do jogo: Broforce. Só na abertura, seu nível de testosterona já sobe 150%, brota pelo no peito e bate aquela vontade de pedir uma Caracu com ovo, colocar um óculos espelhado e um palito na boca e partir pra matança truculenta.
O título da Free Lives é ao mesmo tempo sátira e tributo ao cinema de ação, à estética do macho man, aos anos 80 e ao militarismo norte-americano. Em Broforce, é possível entrar na pele de personagens icônicos como Rambo, Juiz Dredd, John McLane, Blade, Dirty Harry e Ellen Ripley e causar uma quantidade absurda de caos e destruição em repúblicas obscuras nos mais diferentes recantos do mundo, para combater a expansão do terrorismo e a propagação do Mal (o que se torna literal nas últimas fases).
Exagero é a tônica do jogo, onde tudo pode explodir, onde a morte pode acontecer em um piscar de olhos e cada fase termina com uma contagem em que os cadáveres abatidos se alinham. O resultado, é claro, é hilário, principalmente para quem curte humor negro. O enredo é bem simples, mas tem suas reviravoltas, com a tal Broforce sendo obrigada a encarar oponentes cada vez mais poderosos e absurdos quanto mais se avança. Prepare-se para algumas surpresas...
Depois de passarmos pelo derivado gratuito The Expendabros, era claro que o guri e eu iríamos curtir Broforce. Eu apenas não imaginava a intensidade. A jogabilidade rápida e feroz, a variedade de heróis, os cenários completamente destrutivos, o humor desvairado e o nível exato de desafio foram a fórmula perfeita para meu filho chegar até o chefe final jogando sozinho, chegar até o chefe final jogando comigo e depois ainda iniciar uma terceira campanha só de passatempo. Isso sem mencionar a ampla oferta de mapas criados pela própria comunidade que ainda renderam horas de diversão e o modo de combate pai x filho. No total, foram 45 horas dedicadas ao título, que passaram voando.
Infelizmente, nenhum de nós passou do chefe final. Não faltaram tentativas. Dezenas e dezenas de tentativas. É um mapa gigantesco com dois estágios árduos até chegar no último oponente. Atravessar os desafios e contemplar a magnitude do último boss já é uma tarefa hercúlea em si só, daquelas para se lembrar anos depois. Felizmente, diante do chefe final, há um checkpoint, mas isso também que significa que é preciso dedicar um bom tempo para fazer valer o esforço ou repetir todo o mapa no dia seguinte, já que não é possível reiniciar desse ponto.
Em Broforce, a morte vem rápida e é preciso resgatar um prisioneiro para que seu companheiro de luta assuma um novo bro, aleatoriamente. Cada início de fase também traz uma troca de personagens, o que gera um dinamismo agradável ao jogo, embora determinados heróis sejam mais adequados contra esse ou aquele desafio. Com um cenário maleável, é possível inventar novas formas de combate e novos caminhos, mas também é possível ficar travado sem acesso ao destino porque um certo alguém com dedo nervoso no gatilho explodiu os blocos que permitiam chegar ao final.
Com gráficos simplistas mas charmosos, a Free Lives conseguiu gerar um jogo que roda suave e muito rápido. De qualquer outra forma, Broforce não funcionaria do mesmo jeito. O que falta em pixels sobra em pequenos detalhes e possibilidades de interação, além de uma grande quantidade de eventos acontecendo simultaneamente, como explosões, sangue jorrando, cilindros de gás passando disparados e outras pequenas catástrofes. A trilha sonora traz guitarradas distorcidas na conclusão de cada nível, que caem como uma luva nessa montanha-russa de adrenalina.
Onde quer que a liberdade esteja ameaçada, onde o Mal periga triunfar, a Broforce estará pronta para despejar bala, músculos, lâminas e águia americana. Que venha uma continuação!
2 comentários:
esse jogo é fantástico, zerei 100% os modos campanha
Murica!! Fuck yeah!!!
Postar um comentário