Retina Desgastada
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20 de setembro de 2017

Arcanum Vive!

arcanum-screenshot

Procurei Arcanum: Of Steamworks and Magick Obscura por um longo tempo por vias convencionais antes de finalmente apelar para a pirataria. Estava vindo de Fallout e Baldur's Gate 2 e tudo indicava que o título da finada Troika completaria uma trilogia de RPGs da minha Lista de Favoritos.

E não podia estar mais enganado.

ArcanumSeria fácil atribuir a frustração ao finalmente instalar o titulo aos bugs assustadores que insistiam em distorcer a renderização na tela ou fechar o jogo na minha cara. Lamentavelmente, a desenvolvedora deixou sua marca no gênero tanto pela paixão com que fazia suas obras quanto pela quantidade de erros que deixava no código.

Mas a grande verdade é que Arcanum era uma experiência hermética que tentava ser muitas coisas ao mesmo tempo, abraçar simultaneamente um esquema de magia com alquimia e tecnologia que ampliavam a complexidade natural de um RPG a níveis que não eram confortáveis e ainda apresentar um mundo sui generis steampunk.

Entenda: eu estava vindo de Fallout e Baldur's Gate 2, nenhum dos dois amigável em suas interfaces ou mecânicas, e ainda assim o título da Troika parecia um grimório em uma língua perdida a ser decifrado.

Desinstalei o jogo para dias melhores que nunca vieram. Mas pelo menos uma coisa permaneceu de Arcanum em minha memória: sua magistral trilha sonora, executada pela orquestra sinfônica de Moscou. A (também finada) Sierra não poupou dinheiro para tornar o jogo épico.

Essas lembranças me vieram à cabeça quando o historiador de CRPGs Felipe Pepe tuitou uma bela reprodução da trilha de Arcanum, recriada por um quarteto de cordas aparentemente amador mas muito talentoso:

Infelizmente, não consegui levantar mais informações sobre o Arcanum Vivum, que realizou diversos concertos similares entre 2010 e 2015 antes de sumir nas brumas da internet.

Com o tempo, joguei fora os CDs piratas e comprei Arcanum: Of Steamworks and Magick Obscura através do GOG.  Curiosamente, não contém a trilha sonora, embora a Sierra tenha distribuído os MP3s de graça no site oficial, quando ainda havia um site oficial. Nove anos depois, esse site da Romênia ainda possui o arquivo ZIP oferecido legalmente pela produtora.

De uma forma ou de outra, Arcanum ainda vive.

Ouvindo: Collide - Falling

3 comentários:

Amenophis disse...

Apesar d ter comprado a um tempo ainda não joguei Arcanum. Não se se vc já viu, Aquino, mas há uns patches indicados feitos pela comunidade lá no Forum do GOG. Pode valer a pena testar.
https://www.gog.com/forum/arcanum_of_steamworks_and_magick_obscura/must_have_arcanum_fan_patches_widescreen_and_more/post1

Éder R. M. disse...

Arcanum é um tremenda obra (ainda que com muitos defeitos), com várias ideias marcantes, originais e fora do convencional.

Precisamos de mais jogos assim, que desafiem o status quo e o público e entreguem algo além do feijão com arroz requentado que a maior parte dos jogos mainstream hoje em dia apresentam.

Pena que a Troika não foi longe. Seus três jogos (mas principalmente esse o o Vampire: Bloodlines) mostram que podemos sonhar com muito mais do que as desenvolvedoras constantemente nos entregam.

Luiz Carlos disse...

Faço parte do clube dos que compraram Arcanum no GOG e ainda não jogaram. Eu tava super motivado com esse estilo de RPG, que eu desconhecia ate aquele momento. Li a sua postagem sobre o baldur's gate e me iniciei por ali, totalmente encantado. Sempre fui fã do RPG de mesa, mas nunca consegui montar um grupo que durasse mais do que 2 sessões. Empolgadíssimo eu fui bd1, expansão, bd2, expansão logo em seguida fui pro planescape torment. Acabou me tomando um tempão e quando chegou a vez do Arcanum, eu quis variar um pouco. Uma hora a vez dele chega.

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