Retina Desgastada
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25 de outubro de 2016

Habitantes da Neblina

Silent Hill - Alchemilla

Há algo de sedutor nas paisagens bizarras, nas ruas cobertas de névoa e nos mistérios que cercam Silent Hill. É a única explicação para uma série que desceu ladeira abaixo nos últimos anos ainda manter tantos fãs dedicados e ansiosos por uma chance de retorno. Alguns deles permaneceram órfãos por muito tempo e lamentaram o fim do projeto que reuniria Hideo Kojima e Guillermo Del Toro à franquia. Outros não ficaram parados durante todo esse tempo, arregaçaram e arregaçam as mangas para criar suas próprias fantasias.

E não estou falando apenas dos diferentes projetos musicais de talentos que se inspiraram nos lamentos e harmonias de Akira Yamaoka.

Notas Partidas

broken-notes

A produtora de filmes independentes espanhola Fog Films muito provavelmente busca no universo enevoado da cidade maldita a desculpa para seu nome. Essa é uma boa explicação para o fato de em um espaço de 8 anos os mesmos cineastas terem filmado dois longa-metragens sobre Silent Hill.

Broken Notes adapta quase cena a cena a história de Silent Hill 2 e está disponível na íntegra em HD no YouTube, com voz original em espanhol e legendas em inglês. O filme de 107 minutos foi produzido em 2008 e ganhou uma versão com melhor qualidade de áudio e de fotografia em 2011, para celebrar o décimo aniversário do jogo e aproveitar o lançamento da edição remasterizada para Xbox 360 e PlayStation 3.

A Fog Films tentou um financiamento coletivo em 2014 para sua empreitada seguinte no universo macabro de Silent Hill e falhou, arrecadando menos de 10% da quantia desejada. Mas eles não desistiram e From the Lost Days vai sair assim mesmo. O novo longa será uma adaptação do primeiro jogo da série quando estiver pronto. Confira o trailer abaixo:

Silent Hill 3 - O Filme

A exemplo do que aconteceu com o "filme" de Anachronox, um fã jogou Silent Hill 3 e capturou todas as cutscenes e a jogabilidade com o melhor equipamento possível, editou com profissionalismo e transformou a história toda em um DVD completo, com menu e tudo, que pode ser rodado em qualquer aparelho como se fosse um filme. Nascia Silent Hill 3 - Special Edition

Segundo o autor, foram mais de 70 horas de captura de vídeo e edição para chegar ao resultado final, que inclui diversas sequências que a maioria dos jogadores não ativa em sua primeira passagem pelo jogo, além de extras, como finais alternativos.

silent-hill-3-special-edition

Infelizmente, a única forma de se ter acesso a esse material hoje em dia é através de um arquivo .torrent publicado em 2008 e que aparentemente quase ninguém mais está compartilhando. Consegui baixar, mas demorou mais de 18 horas. Entrei em contato com o responsável por email e atualizarei essa postagem caso haja uma resposta positiva. De qualquer forma, manterei o arquivo semeando até o final de Outubro, sempre que possível.

Sem Escapatória

Em 2005, Nick Greenlee resolveu combinar sua paixão por filosofia, Silent Hill e computação gráfica em um longa-metragem. Trabalhando praticamente sozinho, ele produziu No Escape, uma história original que não segue nenhum dos títulos da série e traz a estranha jornada de um novo prisioneiro da cidade enevoada.

No Escape

O resultado final foi compilado em um DVD, também disponível via arquivo .torrent, mas é literalmente impossível baixar. Felizmente, Greenlee também liberou o filme em partes divididas para download, em formato .MOV.

Nick Greenlee sumiu da face da Terra. Iniciou uma carreira em efeitos visuais em 2009, chegou a ter um canal de YouTube (onde não publicou nada sobre No Escape) mas seu paradeiro atual é desconhecido.

Alquimia das Ruas

Mas... Silent Hill é essencialmente um jogo. Em todos esses anos, ninguém nunca tentou fazer um outro jogo baseado em seu universo? Pois foi exatamente esse o desafio aceito por Silent Hill: Alchemilla, um mod da Source Engine totalmente dedicado às estranhas ruas da cidade e seus segredos.

O projeto é quase o que se chama pejorativamente hoje de "walking simulator", uma vez que não há combates ou inimigos, estatísticas de personagem ou mesmo um inventário para ser gerenciado. Mas o horror está presente, a arquitetura está presente e Silent Hill pulsa presente em toda a glória do motor gráfico que nunca foi projetado para isso. E há enigmas que precisam ser solucionados para que a trama avance.

O mod é gratuito e deve rodar em qualquer computador dos dias de hoje. Uma vez que usa a base da Source SDK, que é gratuita, o jogador nem mesmo precisa de Half-Life 2 para revisitar o horror.

Ouvindo: Blutengel - In Winter

9 comentários:

Shadow Geisel disse...

"...uma série que desceu ladeira abaixo nos últimos anos..."

Eu gostei bastante do Downpour. Mesmo com um combate dispensável (tanto é que tem um troféu que te incentiva a não matar nenhum monstro...), foi um jogo da série que me agradou bastante. A mecânica de cidade aberta casa com perfeição a Silent Hill. Pena que o sistema de save automática seja impreciso e acabe um pouco com a sua segurança em explorar.

Anônimo disse...

Shadow
Queria que downpour tivesse saido no pc, assim os mods teriam melhorado a qualidade gráfica do jogo.

C. Aquino disse...

Não joguei Downpour, justamente porque não saiu para PC, mas, até então não tinha ouvido boas críticas a respeito.

Shadow Geisel disse...

Quando um jogo é bom, gráficos são o de menos. Sobre o Downpour, ele é bom, mas é um jogo mediano. Eu gostei bastante da fórmula de várias quests em uma cidade aberta. Também tem umas escolhas que você faz, inédito na série. Eu escrevi sobre ele em 2012. Acho uma visita obrigatória pra quem é fã da série, nem que seja pra dizer se gostou ou não.
Meu texto: http://maisumblogdegame.blogspot.com.br/2012/11/um-lugar-chamado-silent-hill.html

Clean Water disse...

Bem... De Silent Hill, joguei apenas o 1, que inclusive achei excelente. História inteligente e profunda, assustador, tem alma de survival horror ao invés de simples shooter como a maioria dos outros "jogos de terror".

Pena que meu PC não roda o Silent Hill que tem na Steam. T_T

Gledson A. disse...

Aquino, primeiramente, obrigado pelas dicas sobre os filmes e obrigado pelos seeds (consegui terminar de baixar o SH3 Movie hoje e já deixei semeando aqui também).

Silent Hill é uma franquia ótima mesmo, uma pena que a Konami enlouqueceu a ponto de cancelar Silent Hills, mas fazer o quê, né, nem tudo são flores nesse mundo. Da franquia, me lembro de ter avançado bem no 1, mas não a ponto de zerar, porém consegui terminar o 2 a alguns meses atrás graças ao advento da pirataria. Infelizmente, por serem jogos clássicos, foi MUITO fácil tomar spoilers sobre eles e isso me desmotivou imensamente a jogá-los por muito tempo. Tentei jogar o 3, porém sempre avançava demais na história e desistia; tentei umas cinco vezes antes de desistir por completo. O 4 eu até joguei o começo, mas os fantasmas foram um grande "No, no!" para mim. Tentei alguns outros exclusivos através dos emuladores, mas só o primeiro que funcionou bem, infelizmente.

Acho interessante como a trilha sonora realmente causava opressão em mim, sempre me fazendo pensar duas vezes antes de continuar a jogar.

Shadow, não cheguei a jogar Downpour, mas achei muito interessante na época em que foi lançado. A temática de mundo aberto ia ser um prato cheio para mim, se o jogo não fosse exclusivo. Eeee Konami.

Não sei a posição do pessoal aqui quanto aos filmes de Silent Hill, aqueles oficiais, mas achei interessante a referência que eles fazem ao Downpour e ao Origins no segundo filme (que é uma interpretação do terceiro jogo). É bem sutil, mas bem legal de se ver.

Shadow Geisel disse...

Os filmes não são ruins, mas pra mim só ficam naquele patamar de "melhor filme de game até agora". O primeiro é o melhor, com boa direção e cinematografia bem fiel aos jogos. Pena que fizeram uma bagunça total com os personagens (Harry virou uma mulher, a mulher de Harry virou Harry, e o Harry é interpretado por um ator que podia, fácil fácil, interpretar James Sudderland do SH2). Pra piorar, o enredo é chupado de O Chamado, coisa que não precisava (SH tem uma história bem mais interessante que esses filmes de terror japoneses). O segundo filme que eu vi é aquele que arrumaram um par romântico pra Heather (Hollywood, sabe como é: tem que ter uma história de amor, mesmo que não se encaixe em lugar nenhum do enredo). Não tem graça nenhuma, e ficou bastante clara a bagunça que fizeram com os elementos da série. SH nos cinemas não chega a ser tosco como Resident Evil, mas pra mim deviam parar de fazer os filmes.

Rabisco Virtual disse...

A neblina tem seu charme. Há algo na identidade visual de Silent Hill que chama minha atenção, apesar da bizarrice, é algo que cativa, semelhante ao conceito do clássico Hellraiser.

O único título da franquia que consegui terminar foi o 1º, os demais acabei desistindo por um motivo ou outro. Porém Alchemilla me desperta interesse, um dia vou passear por lá.

Concordo com o Shadow , deveriam deixar Silent Hill de escanteio nos cinemas. Vejo esse universo de uma forma muito intimista, e se torna estranho quando tentam transformar o "algoz de tantos cag@ços" em uma aventurona recheada de romance. Se estivéssemos na década de 90, capaz que o segundo filme de Silent Hill passasse na Sessão da Tarde, ou no Cinema em Casa.

Aquino, valeu por Broken Notes, vou desbravar nesse fim de semana.

Existem uns quadrinhos sobre Silent Hill bem interessantes...um passarinho me contou que podem ser encontrados num tal de HQ.. cof...cof...vertigem...cof...cof...

Gledson A. disse...

Rs, só para ressaltar, não quis dizer que os filmes eram bons (estão mais para matar a curiosidade do que para um filme bom, infelizmente), mas só quis falar sobre a referência no final, que achei interessante mesmo.

Resident Evil é um caso peculiar. Geralmente eu ficava nervoso quando via um erro abismal nos filmes, mas depois que vi que a principal tinha poderes de telecinesia, eu desisti.

¯\_(ツ)_/¯

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Blog criado e mantido por C. Aquino

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