Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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27 de maio de 2016

Cápsula do Tempo

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Desde meu último relato sobre Outcast, o jogo e eu prosseguimos em nossa relação de amor e ódio. Em uma das ocasiões, depois de ficar totalmente abandonado na dimensão alienígena ou, melhor dizendo, mais abandonado do que já me encontrava, sem nenhuma ideia de que direção seguir, experimentei portais ao acaso, apenas para ser massacrado pela oposição inimiga do outro lado. Forçando muito a sorte, um equipamento de invisibilidade e correndo sem olhar para trás, sobrevivi em outra região. Quis o destino que ali fosse mesmo o lugar onde deveria estar. Eu acho.

Em outra oportunidade, recebi a incumbência de descobrir quem estava roubando o dinheiro de um comerciante. Identificar o larápio não foi difícil. Difícil, novamente, foi descobrir o que fazer com essa informação. Tentei dar "voz de prisão" no bandido, confrontá-lo com seu crime. Mas a opção de diálogo não aparece. Tentei denunciar o culpado ao comerciante. Mas a opção de diálogo não aparece. Parti para a ignorância e moí o gatuno de pancada quando ele tentou roubar outra vez. Foi meu pior erro. Dali para a frente, todos na cidade passaram a ter medo ou raiva do protagonista e percebi que tinha estragado minha aventura.

Meu último ponto de salvamento era bem lá atrás.

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Outcast te apresenta um universo pulsante de interações, uma dimensão palpável com personagens intrigantes e um herói cheio de sarcasmo. Mas é de uma época em que usabilidade era uma palavra que não existia e navegar pelos controles é um suplício. Os gráficos voxelizados, de uma tecnologia que nunca decolou, não ajudam na impressão geral. O sistema de salvamento exótico complica sua jornada.

Resultado: você não joga Outcast. Você enfrenta Outcast.

Consumido pela indecisão sobre se deveria continuar insistindo ou largar (pela segunda vez!), fui agraciado com a notícia de que um remake está chegando no início do ano que vem.

Novo Fôlego

Outcast - Remake

A equipe de desenvolvimento original recuperou os direitos da marca há alguns anos atrás e vem lutando por um financiamento para refazer o jogo com gráficos modernos e ajustes na jogabilidade, preservando o que o título tem de melhor: seu charme, seu universo e sua história.

Outcast - Remake 02Mas agora, os desenvolvedores da Appeal conseguiram um contrato de publicação com a produtora Bigben e garantem que Outcast - Second Contact, o novo nome do projeto, será mesmo lançado no começo de 2017.

"Outcast atingiu um sucesso além de nossas expectativas e nós temos um grande orgulho de vê-lo permanecer como um clássico para muitos jogadores hoje", declarou Yves Grolet, um dos seus criadores originais. "Nós estamos usando agora o mesmo time e a mesma paixão para trabalhar no remake que os fãs vem pedindo por anos. Nosso objetivo é mostrar o quão moderno o jogo é com gráficos de ponta e jogabilidade melhorada, enquanto mantém o charme do original que conquistou tantos jogadores".

Então, eu tenho duas alternativas: prosseguir socando ponta de faca na versão original (que nem é tão original assim, já que é a recente atualização 1.1) ou aguardar mais um pouco e retornar a Adelpha com o remake.

Escolho salvar meu progresso de agora, por via das dúvidas, e manter-me na espreita de novas notícias.

Desta vez, não é uma despedida de Outcast. Mas um "até breve".

Ouvindo: Oasis - The Nature of Reality

3 comentários:

Luiz Antônio disse...

Para mim não tem coisa frustrante em um jogo do que ficar controlando o personagem sem saber o que fazer nem para onde ir. Isso e retries que obrigam a ver a mesma cutscene trocentas vezes (dependendo do nº de mortes) e/ou muito distantes do ponto onde o personagem morreu são receitas certas para um rage quit definitivo seguido de desinstalação.

Comprei Outcast na promoção de Natal da Steam e tava cheio de expectativa sobre esse jogo mas... Pelo jeito ele vai continuar mofando na minha biblioteca. :(

Pelo menos me poupou o tempo do download e da tentativa.

Abçs

Shadow Geisel disse...

Potencial para uma nova franquia de mundo apocalíptico? Um concorrente que faça a Bethesda e seu Fallout pensarem duas vezes antes de remover elementos da série? Apenas um projeto mal sucedido de Kickstarter? Um remake que vai desonrar o original e enfurecer os fãs? Time will tell...

Éder R. M. disse...

Luiz Antônio, eu lhe peço: tente o jogo por vc mesmo, não confie cegamente nas palavras de outra pessoa.

Sabe, tenho a impressão de que o Aquino está de má vontade com esse jogo, que, na minha opinião é um dos melhores action/adventure com um toque de RPG já criados. Na época (joguei ele em 2001!) lembro que achei revolucionário, especialmente pela novidade (pra mim, ao menos) de controlar a câmera de um jogo em 3ª pessoa com o mouse quanto pelo impecável (até então) efeito de água que, claro, exigia uma máquina deveras potente. O fato de ser de mundo aberto, porém com uma história extremamente coesa só colaborou para o meu maravilhamento.

Se vc está perdido sem saber o que fazer/quem localizar, Aquino, é pq não está prestando atenção nos diálogos do jogo (que, verdade seja dita, podem ser um tanto longos). É mto fácil se achar no mundo pela descrição dos personagens (ainda mais que o tal mundo aberto nem é tão grande assim) e, para localizar um NPC específico é só perguntar sobre ele para qualquer outro NPC que ele indicará a direção na qual se encontra o NPC em questão, não importando a distância entre eles ou o posicionamento de ambos. E a descrição muda de acordo com a distância! Primeiro, se for mto longe, o NPC para o qual vc pergunta diz apenas a direção (sudeste, por exemplo). Depois, mais perto, o NPC aponta com o dedo. E se estiver mto perto, ele diz "Fulano está logo ali". Enfim, pode ter ficado confuso de entender, mas é um sistema fantástico que, felizmente, não utiliza uma seta mágica apontando para o local/NPC, mas sim reforça a exploração e descoberta do mundo. Ou seja, é o anti-Skyrim e sua seta de localização onisciente. :D

Dito tudo isso, recomendo demais o jogo, que, diferente do que sugere Aquino, envelheceu mto bem. De qualquer modo, o remake está aí no ano que vem. Só espero que não usem a seta onisciente de localização e mantenham a exploração do título original, que é insubstituível e poucas vezes foi superada em jogos com toque de RPG ou de mundo aberto.

Retina Desgastada

Blog criado e mantido por C. Aquino

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