O jogo The Culling of the Cows foi alvo de piadas no Código Fonte na seção semanal que escrevo sobre promoções de jogos às sextas-feiras. O título foi oferecido de graça pelo Indie Gala por um tempo. Um longo tempo. Eles tinham 250 mil chaves para despachar e, aparentemente, não existem 250 pessoas no mundo interessadas no jogo, quem dirá 250 mil. Semanas se passaram. Que viraram meses. Até o Indie Gala se tocar que era melhor remover a promoção do ar.
É claro que eu peguei uma chave para mim. É claro que o jogo não vale o preço.
A mesma aleatoriedade que colocou a boa surpresa Rig N' Roll na minha tela, agora me oferecia o primeiro fiasco do ano.
The Culling of the Cows é um jogo sobre zumbis, mais especificamente vacas zumbis. No papel de um fazendeiro e sua indefectível espingarda, você enfrenta onda após onda de bovinos mortos-vivos sedentos de sangue.
Os gráficos não chegam a comprometer a experiência e usam e abusam de podreiras para vender seu peixe, no caso, suas vacas. Mutantes. Zumbis. Não é muito claro, mas visualmente o jogo funciona como uma versão animada daqueles quadrinhos podreiras que as editoras alternativas americanas produzem aos borbotões. Tosco, mas adequado à atmosfera.
Entretanto, o pecado fatal de The Culling of the Cows é tentar se vender como um Tower Defense, quando, na verdade, é um jogo de tiro bem arcade, onde é muito mais importante movimentar o fazendeiro e atirar na hora certa do que exatamente posicionar qualquer elemento no mapa. Agilidade e presteza no gatilho dão a tônica em uma jogaibilidade simplória que enjoa rápido. Com 27 minutos de jogatina, já tinha destravado 4 dos 5 achievements disponíveis.
Na primeira fase, você só enfrenta um tipo de vaca. Na segunda fase, entra em cena uma vaca mais rápida. Na terceira fase, surpresa!, é introduzida uma vaca mais rápida ainda. Criatividade passa longe e acredito que a única mudança no visual dos pobres bovinos é a cor do sprite.
The Culling of the Cows é o típico jogo que nasceu na plataforma ou na época errada. Faria sucesso em sites de jogos de Flash e um port para dispositivos móveis poderia melhorar sensivelmente a conta bancária do seu desenvolvedor, com anúncios e customizações para o fazendeiro. Talvez, nesses casos, ele encontrasse seu público. Como está, eu e o Indie Gala aprendemos a duras penas que nem de graça vale o seu tempo.
Um comentário:
Devemos ficar gratos à produtora do jogo, por nos dar mais um exemplo do que não fazer em um game.
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