Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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18 de setembro de 2015

Jogando: Tomb Raider (Primeiras Impressões)

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Fazia tempo que eu não escrevia sobre minhas impressões iniciais de um jogo. Mas sinto que Tomb Raider é um daqueles jogos em que vou me demorar mas já tenho algo a dizer.

É preciso antes entender que minha relação com a série é praticamente nula. Testei a demo do segundo jogo da franquia dos anos 90, mas não consegui sair da primeira caverna por total incapacidade de encontrar a saída. Na época eu odiava títulos em terceira pessoa com todas as minhas forças. Apesar da experiência ruim, testei a demo do terceiro jogo, onde morri repetidas vezes nos primeiros 60 segundos até desistir do demo, do terceiro jogo, da franquia.

Com o elogiado reboot de Tomb Raider, vi a oportunidade de dar uma nova chance para Lara Croft. Não me arrependi até agora.

Apesar dos horríveis eventos quicktime completamente aleatórios. Uma hora você precisa apertar uma tecla, outra hora é uma tecla completamente diferente, outra hora são o A e o D. Uma hora um toque já dá conta do recado. Outra hora, você precisa ficar pressionando repetidamente o mesmo botão. Antes de alternar para outro arbitrariamente. É insano. Eu não consigo prestar atenção na ação, somente nas instruções de qual botão devo apertar, como um macaco treinado esperando orientação.

Apesar do respawn violento de inimigos. Você pode matar os lobos de um bosque. Mas 3 minutos depois novos lobos irão aparecer. É ainda pior contra inimigos humanos: se você errar no stealth, o alarme será dado e uma penca de humanos vai brotar de todos os cantos e nem adianta tentar improvisar uma carnificina; Lara Croft vai morrer, e vai morrer muito e dolorosamente.

Apesar da fixação em usar cutscenes todas as horas e interromper o ritmo da história. Em outras cenas, a aventureira realiza manobras que eu não apenas poderia fazer, como eu adoraria fazer e ainda teria o benefício de aumentar a imersão. Mas os diretores criativos preferem me mandar sentar, cruzar os braços e me comportar porque eles tem uma historinha pra contar e não querem que eu estrague tudo com algo tão banal como jogabilidade ou controle.

Apesar de tudo isso, estou adorando Tomb Raider.

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O fator principal é que o jogo dá ênfase na exploração e na coleta de itens. Para um Explorador como eu, é a isca perfeita. O desafio de tentar adivinhar como chego em determinado ponto do cenário é muito forte e irresistível. Para completar a armadilha, o jogo estimula o Rato Coletor que também existe em mim. Ao contrário de outros jogos que implementam o sistema de coleta pelo simples ato da coleta, aqui, os itens descobertos geram pontos que podem ser aplicados para melhorar as perícias de Lara Croft enquanto itens recuperados acumulam peças para evoluir o equipamento.

A movimentação da personagem também é muito boa. É divertido pular e escalar, mesmo que não tenha nada lá em cima para pegar.

Minha impressão da Lara Croft original é que ela era rica, tinha mordomo, beleza, agilidade, nervos de aço, força, confiança para dar e vender, infalibilidade. Em suma, aquele personagem perfeito e chato que nunca funciona (até o Batman tem seus traumas e seus dilemas morais de vez em quando). A nova Lara Croft é gente como a gente, sangra, se suja, chora, tem dúvidas, sofre e come o pão que o Diabo amassou. Talvez até um pouco demais, mas os desenvolvedores conseguiram recriar um personagem mais palpável, mais relacionável.

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É quase certo que ao final desta aventura, Lara Croft saia da ilha com uma centena de mortes nas costas e muito mais segura de si do que quando começou. Mas pelo menos será uma jornada que passará pelas minhas mãos (na medida em que as cutscenes permitirem...).

2014 Acabou!

Declaro encerrada a lista de jogos que fiz para jogar em 2014. Esta lista foi baseada em recomendações de leituras e em títulos que ganharam prêmios por aí e deveria ter sido concluída, obviamente, no ano passado. Como bem apontaram, não seria possível e não foi mesmo. 

  1. Outcast
  2. The Walking Dead
  3. Paper Sorcerer
  4. Necrovision
  5. Zeno Clash
  6. GRID
  7. Dungeonland
  8. Race the Sun
  9. Sang-Froid
  10. Foreign Legion
  11. Hotline Miami
  12. STALKER Call of Pripyat
  13. The Bridge
  14. Brothers - A Tale of Two Sons 
  15. Papo & Yo 
  16. The Witcher

 

Minhas impressões iniciais do The Witcher não foram das melhores, mas senti que poderia testar o jogo novamente no futuro. Um ano depois e ainda não acho que é o momento, então, continuo adiando.

Meu novo método para decidir o que será jogado está um pouco mais complexo. É quase um Transtorno Obsessivo-Compulsivo.

Até eu abandonar de vez os MMOs, eu tinha dois jogos instalados para mim no PC: um título normal e um MMO. Agora são dois jogos normais, onde um virá do Steam (minha maior biblioteca) e outro virá de qualquer outra fonte (GOG, Gamersgate, Nuuvem, jogo que já tinha no computador de DRM livre ou DRM de "distribuição alternativa não-monetária"). Com o fim dos MMOs, a fila está andando com uma velocidade impressionante aqui, como quem acompanha o blog pode ter notado.

O jogo de Steam vai se alternar entre algo que me deu vontade de jogar (como Metro 2033 Redux ou Dead Island Riptide) com algo que saiu aleatoriamente pelo SteamChecklist (como foi com Soul Gambler, com Trapped Dead - que nem vale a análise de tão tosco, e agora com Tomb Raider). Respeitando a decisão do acaso, qualquer coisa pode aparecer por aqui e todos são iguais no backlog. Espere o inesperado.

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Enquanto isso, no momento, jogo Marvel Ultimate Alliance no "slot" não-Steam. Nunca disponibilizado digitalmente, provavelmente porque a Activision não renovou a licença de uso dos personagens Marvel, jogo em uma versão com tapa-olho e papagaio nos ombros... Uma análise sairá quando eu concluir a jogatina.

E o meu garoto acompanha quase tudo que eu instalo, com algumas exceções (como The Walking Dead Season Two). Além de ter outros cinco títulos que eu só jogo com ele, porque ele não precisa seguir as regras malucas que o pai inventa.

Ouvindo: Faith No More - Last Cup of Sorrow (Bigfoot and Wildboy Mix)

8 comentários:

Gledson A. disse...

No começo ela é um pouco frágil mesmo, Aquino. Quando joguei, upei tanto o arco e flecha que ela se tornou uma máquina de matar perto do meio do jogo. Rs, era engraçado ver os caras correndo feito animais assustados da Lara Badass.

É uma pena que The Witcher 1 não tenha te fisgado ainda. Ouvi em uma análise uma vez que ele é aquele que abraça mais a questão do lore do que o segundo (creio que o terceiro reforçou isso ainda mais, mas não tenho certeza). Porém não sei se essa informação condiz como uma experiência geral.

Estou ansioso para ver o que esta nova estratégia nos trará aqui no blog.

Até mais!

Anônimo disse...

Juro que ainda mantenho a esperança de um dia ler uma análise sua sobre Tibia aqui no blog.

Thiago disse...

Posso fazer uma sugestão quanto ao The Witcher, Aquino? Leia o livro!

Eu joguei o primeiro jogo e esse universo me fisgou de tal forma que em seguida eu parti para ler os livros. Geralt é um personagem muito bem escrito e com uma personalidade bem peculiar.

Se você ainda não conseguiu criar forças para jogar o jogo, então leia o primeiro livro... Se você não gostar do livro, então pode deletar o jogo de sua lista. Rsrs

C. Aquino disse...

Gledson, acho que já cheguei na fase badass. Ela ainda sofre, mas já é tipo O Ceifador com aquelas flechinhas...

Pablo! o.O

Thiago, obrigado pela sugestão, mas eu já li o primeiro livro! Aliás, achei ótimo! http://blog.retinadesgastada.com.br/2009/12/historias-que-nossas-babas-nao-contavam.html

Thiago disse...

É, eu li o post ontem ainda, obrigado por fornecer o link. Rsrs

Leia os outros se tiver a oportunidade, tem muitos PDF/epub disponíveis... Para pessoas como eu que quer ler, mas não pode pagar mais do que 10 reais em um livro. =P

Michel Oliveira disse...

Quero saber quando você vai jogar algum RPG japonês. To esperando pra ver o que você vai achar de Final Fantasy e correlatos. Dica: fazer grinding é relaxante, pelo menos pra mim.

C. Aquino disse...

Bem, japonês legitimão, ainda não joguei nenhum. Joguei Anachronox, Septerra Core, Breath of Death VII, que se inspiraram nos JRPGs. Agora, quando jogarei um autêntico? Está nas mãos da sorte...

Éder R. M. disse...

Odiei esse novo Tomb Raider. Que, aliás, deveria se chamar "Gears of Lara" ou algo assim, já que a exploração de tumbas e locais misteriosos deu lugar a uma carnificina desenfreada. Os desenvolvedores mataram o charme que as primeiras aventuras da arqueóloga tinham e transformaram o título em um filme de ação ruim no qual você controla a heroína durante as dezenas e dezenas de cenas de ação. Além do que o jogo te carrega pela mão o tempo todo, que se dane a inteligência do jogador.

Fiquei muito, muito decepcionado, especialmente pelo jogo ter sido desenvolvido pela Crystal Dynamics que, no passado, acertou em cheio como devem ser as aventuras da exploradora com Tomb Raider Legend e Tomb Raider Anniversary, games que celebram os jogos originais sem destruir o encantamento que proporcionavam. Já esse novo Tomb Raider... não tem nada a ver com primeiros, é apenas um jogo de ação morno lançado com o título errado.

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Blog criado e mantido por C. Aquino

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