Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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13 de março de 2015

Os Donos da Grana

ForbesA essa altura do campeonato você já deve saber que Markus "Notch" Persson, o criador do Minecraft, entrou para a lista de bilionários da Forbes. A notícia saiu em vários lugares. Considerando que ele vendeu a Mojang para a Microsoft por 2,5 bilhões de dólares, sua fortuna atual calculada de 1,3 bilhão não é uma surpresa.

O que menos se fala por aí é que Notch não é o único representante da indústria dos jogos na lista da Forbes. Sem ter um Minecraft na manga, sem nenhuma movimentação excepcional no ano passado, ninguém menos que Gabe Newell também entrou na lista. Também com 1,3 bilhão de dólares calculados na conta bancária.

As razões que colocaram Newell na lista podem ser resumidas em uma única palavra: Steam. A plataforma de vendas digital é líder absoluta do mercado e de grão em grão a galinha encheu o papo. Sem ter o capital aberto e com direito a metade do patrimônio da Valve, Newell está montado em uma pilha de dinheiro. Se ele quiser que Half-Life 3 seja um jogo de plataforma em 8bits exclusivo do WiiU, ele pode fazer isso e as finanças da Valve não serão abaladas.

Enquanto a fortuna de Notch tende a cair, a menos que ele volte a produzir jogos, Gabe Newell segue planejando a dominação total do mundo, com Steam Machines, realidade virtual e possíveis jogos com 3 no título.

Tigres Asiáticos

crossfire

Entretanto, ainda que você possa ser fã de Notch, de Gaben ou de ambos, você precisa encarar a dura realidade: nenhum dos dois ocupa o topo da lista da Forbes dentro da indústria dos jogos eletrônicos. Sem alarde, sem manchetes, sem capas de revista, as maiores fortunas do setor estão concentradas nas mãos de asiáticos.

Kwon Hyuk-Bin tem cerca de 2 bilhões de dólares avaliados em seu poder. O sul-coreano é fundador da SmileGate, um império de jogos online que é a maior empresa de capital privado do seu pais. Seu maior sucesso é um FPS online chamado de CrossFire, de pouca repercussão no Ocidente mas que arrecadou sozinho 1 bilhão de dólares de lucro em 2013.

Logo atrás, vem Kim Jung-Ju e família, com 1,95 bilhão de dólares avaliados. Fundador da Nexon, outro gigante da indústria de jogos da Coreia do Sul, é considerado o verdadeiro pai dos jogos online por ter lançado "Baram e Nara" (The Kingdom of the Wind) em 1994, um ano antes de Meridian 59. Desde então, forjou uma dinastia, com títulos de sucesso como MapleStory e Combat Arms.

Um pouco acima dos americanos está o chinês Chen Tianqiao, com 1,36 bilhão de dólares de fortuna, também em grande parte acumulados no mercado de jogos online através da Shanda Interactive. Apesar de ser uma empresa de capital aberto, o empresário demonstrou interesse em torná-la privada novamente. A sua produtora foi uma das primeiras a adotar o modelo F2P na China. Com o aumento do faturamento, a concorrência seguiu atrás.

Kim Taek-Jin fecha a lista dos bilionários dos jogos, com uma fortuna um pouco menor que Notch e Gaben: um modesto 1,08 bilhão de dólares. O sul-coreano fundou a NCSoft e fez fama e fortuna com a franquia Lineage e outros jogos online. Sua empresa atua em mais de 60 países.

Minecraft pode ser um dos jogos mais vendidos da História, um fenômeno cultural desta década. O Steam pode ser o alicerce de uma revolução na forma de vender e interagir com jogos. Mas nenhum dos dois supera a jogatina online, o comércio de itens virtuais e o imenso mercado de quase dois bilhões de consumidores cativos.

Ouvindo: Nobuo Uematsu - Terra

5 comentários:

Anônimo disse...

Em culturas que desprezam a privacidade e a individualidade como as asiáticas, não é nada surpreendente que os jogos online sejam a preferência nacional.

Vão gostar de se socializar assim lá no raio que os parta.

Os números milionários são uma consequência da quantidade absurda de gente que tem por lá. 1,00 x 100 (pessoas) = 100,00 mas 1,00 x 1 bilhão de pessoas = 1 bilhão de (dólar ou euro ou reais ou qualquer outro tipo de moeda do mundo que vai ser sempre uma quantia absurda de dinheiro)

Vão gostar de se reproduzir assim lá no raio que os parta também.

O pior é que esse comportamento oriental de socialização e reprodução exacerbados é reproduzido nos focos de miséria ocidentais também.

Marcos A. S. Almeida disse...

Sinceramente , me espanta o Notch nessa lista.Existem microtransações no mundo de Minecraft?Se sim, está explicado, se não, teoricamente já sairia perdendo para os asiáticos.Sem contar o quão imenso é esse mercado.A Valve ganha dinheiro com vários jogos e transações no Steam, então, teoricamente também estaria á frente do Minecraft.Então , de onde vêm todo o dinheiro do Notch? A fortuna veio "apenas" da venda da empresa ou das vendas do jogo? Continuo espantado.

C. Aquino disse...

Marcos, a Mojang era uma empresa com dois sócios e um punhado de funcionários. Não seria um exagero imaginar que Notch ficou com boa parte dos 2,5 bilhões da negociação. O que somados às impressionantes vendas de Minecraft (que nunca entra em promoção!), na verdade eu me espanto por ele ter tão pouco!

Não, não há microtransações em Minecraft (ainda). Bate na madeira.

Alexandre disse...

Crossfire é uma copia bem sem vergonha de cs, é legalzinho mas injogavel no brasil, totalmente pay to win e lotado de hackers, eu fiquei surpreso em 2013 dele ser o jogo que mais arrecadou dinheiro.

Marcos A. S. Almeida disse...

Aí Aquino:

http://pt.ign.com/half-life-3-pc/15125/news/gabe-newell-discute-possibilidade-half-life-3

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