Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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9 de janeiro de 2015

(não) Jogando: Battlefield 4 - Multiplayer

Eu devia ter ouvido meus instintos. Eu devia ter respeitado meu triste histórico em jogos multiplayer. Mas não... "Joga Battlefield 4 multiplayer, Aquino, é o melhor do jogo", eles disseram. "É fenomenal", eles disseram.

Pedi conselhos no Twitter e só uma alma respondeu, sugerindo que eu tentasse o Team Deathmatch se fosse jogar sozinho ou o modo Conquest, se fosse jogar com uma turma afiada. Como a única turma afiada que eu conheço são o pessoal do Killing Floor e estes estão (provisoriamente) aposentados, o mata-mata desorganizado me esperava.

Antes de entrar de cabeça no passatempo oficial do século XXI e da geração abaixo da minha, descobri que existe um modo "multiplayer" do jogo que essencialmente é você sozinho no mapa com todas as armas e veículos para praticar. Era minha chance de experimentar várias coisas que não aparecem na Campanha.

Em dois minutos, caí de helicóptero.

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Logo em seguida, encarnei nosso distinto ex-presidente Fernandinho e dei um rolé de jet-ski.

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O ponto alto desta brincadeira foi conseguir derrubar um drone do céu. Com míssil teleguiado, também, até um sagui conseguiria.

BF 4 16

Mas aí me cansei do sandbox e fui encarar o tal do Team Deathmatch. Foi nesse momento que o Origin jogou na minha cara que eu era pobre: a versão básica do Battlefield 4 não vem com suporte a Team Deathmatch, um dos mais ancestrais modos de batalha campal online inventados pelo homem. Para jogar algo que qualquer Quake da vida já tinha, eu precisaria pelo menos do DLC China Rising.

Tudo bem, sou usuário do Free Time, não posso ficar reclamando. Mas, então, dos trezentos modos disponíveis, onde eu poderia atrapalhar menos? Onde eu poderia apenas dar meus tirinhos e ser feliz sem ninguém me azucrinando, me chamando de noob?

A resposta mais óbvia era Squad Deathmatch. Que é o mesmo que Team Deathmatch, mas tem mais e menores times em campo. Ao invés de duas equipes competindo, são quatro esquadrões se matando mutuamente e isso me parece um caos bem divertido.

Exceto que não tem ninguém jogando isso. Não há servidores disponíveis e a conexão automática do Origin demorava cinco minutos para me cuspir e dizer que eu não estava conseguindo me conectar com seja lá qual servidor na Lapônia ainda está rodando Squad Deathmatch.

Perto de mim, no Brasil, vários, vários servidores com Conquest aberto, aquele mesmo modo que me aconselharam evitar. "Deve ser um monte de clãs se enfrentando com precisão matemática, eu vou destoar", pensei. Mas quem ousa vence, esse é o lema do SAS, ainda que Battlefield 4 não tenha nada a ver com SAS.

Descobri que dá para entrar de espectador. Fui em frente.

Para quem curte e-sport ou vídeos de jogabilidade, é o paraíso. Diferentes tipos de câmera para acompanhar a ação, com possibilidade de "entrar" na visão de cada jogador em primeira ou terceira pessoa.

Dá para ver tudo de cima, como se estivesse em um helicóptero da CNN.

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Ou se transformar em um "encosto" e incorporar cada um dos jogadores, sejam bons ou ruins.

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Observando a confusão, eu vi que o Conquest é mata-mata mesmo, um Captura Bandeira frouxo onde a balança de poder oscila com frequência e tudo é desculpa para trucidar o oponente livremente. Ou seja, estava todo mundo pouco se lixando para os objetivos e o importante era largar o dedo.

Bem, largar o dedo eu sei. Ou achava que sabia. Entrei em outro servidor como jogador mesmo, dando minha cara para bat...

Dei quatro passos e morri. Nem vi de onde veio o tiro. Não desanimei. Foi sorte do outro cara, tinha certeza. Dei respawn.

Andei dez passos. Morri.

A terceira é que vale, certo? Dei respawn em outro ponto do mapa. Fui morto por um tanque.

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Não sei de onde o tanque saiu. Mas o cara viu de onde eu saí.

Insisti. Morri. Reapareci dentro de um tanque. Agora vai! Tinha outro sujeito no volante, eu estava a bordo de um blindado de dor e destruição e ninguém poderia nos parar.

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O cara era bom no volante e no canhão. Matou dois com truculência e até conquistou um ponto estratégico ou algo assim. Eu girava a metralhadora e tentava acertar alguém. Meus tiros acertavam tudo, menos outros jogadores.

Destruíram o tanque.

Reapareci em outro lugar, exposto, humilhado, cansado, confuso e querendo dormir.

Com apenas um dia restante de gratuidade para Battlefield 4, decidi que não valia me especializar. O tiroteio frenético e divertido fica para os demais, eu me recolho aos meus zumbis e minhas campanhas e sigamos assim.

Ouvindo: Orbital - Doctor Look Out

12 comentários:

Fagner "Stigmata" Pelicioni disse...

Bem, eu jogo Battlefield multiplayer desde seus primórdios, época que ainda nem existia campanha para esse jogo. E vou lhe dizer uma coisa sobre ser muito inferior aos outros players, acho que um bom jogador de multiplayer online, seja qual for, nasce, envelhece e morre com seu game, ou seja, a maioria do pessoal começa a jogar logo no lançamento, e vai aprendendo e praticando desde o dia que o jogo é lançado. Então, é quase sempre certo de que "novos" players demoraram BEM mais pra se adaptar aos veteranos, que dão headshots a 500mts de distancia correndo, ainda mais quando se entra absolutamente sozinho nesse mundo, o que é o seu caso. O fato é que compreendo que a culpa por seus desastres em experiências multiplayers não serem integralmente culpa sua heheheh, acontece isso com muita gente, o que acaba causando muitos traumas por aí no que poderia ser uma experiência sem igual. São poucos os casos daqueles que chegam atrasado no game e permanecem firmes e brigando ombro a ombro perante a outros guerreiros ahahaha. Não desista ainda dos multiplayers!

Michel Oliveira disse...

Lembro quando eu ainda jogava BF3 e resolvi sair do Team Deathmach padrão pra tentar Squad Deathmach. O cenário eram algumas ruas destruídas de Paris e o grupo adversário tinha seguro dois pontos no mapa.

Um era um edifício de onde um sniper matava qualquer um que mostrasse a cabeça. O outro era um beco. No primeiro não tinha jeito, tentei de todas as formas matar o desgraçado do sniper mas parecia que ele tinha a visão além do alcance dos Thundercats. No milissegundo em que eu mostrava a cabeça ele me acertava. Mas não liguei muito porque quase todo o meu grupo morreu ali.

Aí fui tentar tomar o beco que parecia ligeiramente mais fácil. Mas tinha uns três caras ali com metralhadoras e também moendo qualquer um que passasse.

Não sei o que me deu na hora, mas resolvi usar rifle de longa distância - um troço que nunca uso porque acho um porre. Me arrastei até atrás do beco e deitado comecei a atirar nos desgraçados. E sabe-se lá como eu consegui matar os filhos da puta, tomei a posição e consegui suportar os segundos suficientes pra que mais gente do meu grupo chegasse e consolidasse a posição.

Por fim, conseguimos matar o sniper do prédio também. Mas esse deu mais trabalho.

E esse foi meu único momento de triunfo num FPS multiplayer. Tentei jogar o Conquest também, mas eu sempre me fodia tentando pilotar um helicóptero ou um caça.

Deu até vontade de reinstalar o BF3 aqui...

RonanKtytw™ disse...

Que dureza, Aquino.

Vivi uma situação semelhante no CoD BO2, trágico, não conseguia seguir matando mais de um, ou com muita sorte dois, logo vinha um cara de sei lá onde e me matava com um único tiro (enquanto eu descarregava pentes de munição pra matar um).

O desânimo foi tão grande que pensei em parar de jogar, mas logo comecei a compreender melhor umas táticas que meu amigos me passaram, fui progredindo, aprendendo os pontos fortes e fracos das armas e... bem... ainda não sou um ótimo jogador, apenas tenho meus momentos de "sanguinário".

Bom espero que não desista dos multiplayers, desejo-lhe mais sorte com os próximos jogos, abraços! o/

Shadow Geisel disse...

faltou uma coisa nesse post: o marcador "humor". rsrsrsrs

Anônimo disse...

Aquino eu te entendo... é por isso que até hoje eu ainda entro no ZDAEMON para jogar partidas online de DOOM.

Marcos A. S. Almeida disse...

O grande problema é que a curva de aprendizado pra se tornar um bom jogador nesse tipo de jogo é muito longa.É preciso investir paciência e tempo.Conhecer o mapa em que está jogando, conhecer os "respawn points", as classes , as armas e outros , são requisitos imprescindíveis pra jogar bem. Quase que desisti de Red Orchestra - da grande Tripwire - por conta disso , mas como a segunda guerra mundial é um assunto que me atrai bastante , decidi investir tempo e não me arrependi.Se você gosta , sugiro que faça o mesmo.A chance de viciar é grande , mas têm que gostar de mata-mata.

Anônimo disse...

É exatamente por isso que eu só jogo a campanha (como se estivesse assistindo a um filme de ação interativo), desinsta-lo e esqueço do jogo.
Todas as vezes que me arrisquei em partidas multiplayer vivi experiências semelhantes a essa, com exeção do Sniper Ghost Warrior onde ao menos eu tinha um tempinho (bem pequeno mesmo) para pensar e, as vezes(muito raramente), acertar alguém, antes de ser atingido por um headshot.

Luiz

Obs.: Ri muito (e me identifquei) lendo o artigo.

Valter Machado disse...

Aquino a única maneira de alguém se dar bem no multiplayer é essa: teimosia infinita. Na época em que comecei a jogar Call of Duty Ghosts eu sempre acabava morrendo três ou quatro vezes mais do que matando. Somente depois de algumas dezenas de horas (literalmente) que minha pontuação começou a ficar positiva.

Fausto Albertoni disse...

Battlefield 4 possui uma longa... (pausa) looooooooooonga curva de aprendizado, nas primeiras tentativas eu mal conseguia compreender a interface do jogo, quem dirá fazer algo em campo. Porém as coisas mudam com o tempo.

Mês que vêm, completo um ano de Battlefield, e depois de entender sua mecânica posso dizer que é uma de minhas paixões.

A Origin possui alguns problemas, além dos problemas gerados por outros jogadores que algumas vezes são a personificação da hostilidade e desorganização. É difícil, mas migrar entre os pelotões durante a partida até achar um organizado, pode ser interessante, e tornar tudo mais estratégico.

A ultima coisa que eu recomendaria em Battlefield online seria um"mata-mata" para experimentar o clima do game. Conquista, Obliteração, Investida...Modos mais estratégicos, jogados nos servidores "corretos" pode ser uma experiência única.

Sobre o helicóptero, posso dizer que sua pilotagem é difícil...chega a ser mais "realista" que a mecânica proposta pelo simulador Arma II. Agora, imagine como eu me senti na posição de aprendiz de piloto, com o coração na boca, e ouvindo a esposa dizer "amor, abre o vidro de azeitona pra mim?"

Anônimo disse...

Que coisa não, acabei de tentar jogar online de batllefield 4 que meu cunhado tem no ps4 e porraaa, todo mundo me matava e nem via de onde vinha o tiro, eu acho mesmo um porre é ter que "liberar" armas e habilidade nesses multiplayers, o cara ja é novato e ainda tem que começar com as piores armas?!!!???!!! tunho killzone 3 há anos e nunca joguei o multi dele, ate que meu irmã pegou ele e pacientemente abriu varias armas e habilidades, quando eu fui jogar ja dava pra fazer umas carnificinas, e não é que foi bem mais fácil e consigo me dar bem no jogo??!!!! de veria ter uma modalidade como equality, onde todos tem as armas e habilidades no mesmo nível .

Fausto Albertoni disse...

Ao amigo anônimo, digo que as armas primárias não são uma limitação tão grande, a maior dificuldade é falta de "feeling", pois leva tempo até estar familiarizado com o game.

E existem servidores onde todos são limitados as armas iniciais, não importa o nível do jogador, ou os desbloqueios adquiridos anteriormente. É comum ver jogadores experientes com armas iniciais, principalmente Snipers e Engenheiros.

Mas uma coisa é fato, a curva de aprendizado é longa, confusa e até enfadonha, mas como disse um outro colega "com teimosia infinita" é possível superar esses obstáculos e criar algum apreço pelo jogo. Porém, cada um tem a sua vibe e é normal não haver "química" em relação a alguns jogos. srrsrs...

Artes disse...

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK ri mt, mds ... KKKKKKKKKKKKKK

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