Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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20 de junho de 2014

(não) Jogando: Evoland

Evoland

Evoland é um meta-jogo que é um bilhete de ida e volta pelo trem da nostalgia dos RPGs eletrônicos do passado.

Evoland é um samba de uma nota só que, apesar da bela execução, é desprovido de alma ao contrário daqueles que homenageia.

Como isso é possível?

Movidos pela paixão de uma era perdida (e que não vivi), seus desenvolvedores criaram uma mecânica que simula a estética e a mecânica dos clássicos antigos. Você começa a jornada em monocromático, com um único movimento. E, gradativamente, ao encontrar baús, você desbloqueia evoluções do mundo, como cores, som, trilha sonora, novos movimentos, pontos de vida, 3D etc. Nesse aspecto, é um rápido passeio pela História de todo um gênero. Pena que não se detém por muito tempo em suas eras, veloz como uma retrospectiva de fim de ano da televisão.

Evoland 02

Cegos pela paixão de uma era perdida (e que, repito também, não vivi), seus desenvolvedores não se preocuparam em capturar a mesma atmosfera de deslumbramento e encanto destes mesmos clássicos. Quem se perdia horas e horas em jogos portáteis monocromáticos certamente não o fazia porque eles eram justamente monocromáticos e tecnologicamente limitados, mas por que, apesar disso, eles traziam mundos e aventuras. Lamentavelmente, não é o que se vê aqui.

Mimetizar fórmulas nem sempre repete resultados. Evoland acredita em seu truque e, de fato, ele é inédito. Mas desperdiça essa inusitada mistura de mecânicas em uma jornada apática e um enredo pífio. É um belo exemplo daquilo que é chamado de "síndrome de lista de afazeres", onde a mecânica não se encaixa com o design.

Evoland 03

Evoland é um jogo curto, dizem que é possível de ser completado em três horas. Em duas horas de jogatina, meu filho e eu já estávamos nos perguntando o que estávamos fazendo ali e qual era nosso propósito naquele mundo. Deixamos de lado por meses. Esse texto é seu tiro de misericórdia e um pranto pelo o que ele poderia ter sido, mas desistiu, envaidecido consigo mesmo.

Ouvindo: AlienHand - Before the Battle (NoBeat-Remake)

4 comentários:

Shadow Geisel disse...

uma boa ideia desperdiçada. nas mãos competentes de empresas como Square, Capcom ou Atlus, poderia ser o próximo Kindgom Hearts.

Vilas Boas disse...

Concordo com o Geisel,

A ideia é realmente interessante e eu a comprei, fiquei vislumbrado com o fato de poder jogar ao longo das eras dos games...

Pena que uma vez jogando a "mágica" se desfez, realmente o salto da era 8 bits para 32 se dá de maneira muito corrida!

Enredo, estória? teve alguma? zerei passando batido por esse detalhe, só terminei esse jogo pq se comecei eu termino qualquer jogo (se eu aguento 1h do jogo, consigo terminar).

OBS: zerei em 3h

Michel Oliveira disse...

É por isso que eu digo. Quer entender a história do gênero? Jogue os clássicos.

Eu recomendo Final Fantasy 6 e 7 que são os mais tranquilos da geração 16 e 32 bits.

Marcos disse...

eu quase comprei o jogo, mas fui vendo gameplays e o jogo não me agradou.

O jogo tem uma proposta boa, mas muito pouco aprofundada, esperava até que referencia-se de maneira mais saudosista os elementos dos jogos do passado, ou até contasse uma história, por mais simples que fosse do por que que aquilo esta acontecendo. Mas o jogo consegue ser bobo até nisso.

Infelizmente é um jogo que passa batido com uma experiência facilmente esquecível

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