Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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5 de dezembro de 2013

Jogando: Tiny and Big in Grandpa's Leftovers

"CAOS! CAOS! CAOS!"

TBGL - Nerd Yourself

O que dizer de um jogo desenhado à mão, onde você controla um garoto acompanhado por um rádio-robô que toca fitas cassete em sua jornada em busca das cuecas mágicas do vovô? Insano. Genial. E muito divertido.

Partindo desta premissa absurda, Tiny and Big in Grandpa's Leftovers (doravante TBGL) é sem dúvida um título ímpar. E independente. Seu estúdio alemão atende pelo nome de Black Pants e tenha certeza de que você vai ouvir falar dele no futuro.

O primeiríssimo nível do jogo é ambientado dentro de um "gameboy", com cores retrô e cubos no ambiente. A fuga do convencional já começa neste tutorial, onde você irá aprender a mecânica simples mas ilimitada do jogo. O jovem Tiny é um cientista e possui três gadgets que permitem que ele modifique o ambiente: um arpão para puxar, um lança-foguetes para empurrar e um laser para cortar. Não há armas e apenas um inimigo em toda a aventura, mas com estes três apetrechos, você irá instaurar... o CAOS!

Gameboy

"CAOS! CAOS! CAOS!", era o que meu filho gritava ensandecido enquanto nós reduzíamos o cenário a escombros e ruínas para conseguir chegar ao ponto em que queríamos. Na verdade, cheguei a temer pela humanidade: estaria ao meu lado um projeto de destruidor de mundos ou apenas uma criança embriagada pela liberdade oferecida pelo seu primeiro sandbox? Porque, embora a trama seja linear, os níveis em TGBL são imensos e você tem a faca e o queijo na mão para alterar praticamente tudo. Está vendo aquela torre ali? Vamos colocá-la abaixo e transformar em uma ponte improvisada. Está vendo aquela parede? Vamos cortar uma fatia e ver o que acontece. A física é magnífica e você irá testemunhar blocos colossais de rocha desmoronando enquanto você tenta encontrar um lugar seguro para escapar da destruição que você mesmo provocou.

Esqueça Red Faction, este é o verdadeiro modificador de níveis em tempo real. O que muitas vezes irá colocá-lo em situações de onde não há saída, mas basta resetar. E os checkpoints (quase) imperceptíveis são bem espalhados. Até morrer é divertido: um corte a mais no laser e o pilar onde você está é cortado e mergulha no abismo ou uma pedra gigante te esmaga. Gargalhadas insanas de pai e filho. Esta liberdade se reflete nas respostas dos puzzles: não há respostas pré-concebidas na maioria dos casos. O jogo te diz para ir até um lugar e você que dê seu jeito para fazer isso. Nem que seja preciso não deixar pedra sobre pedra.

Fatiando

Embora os níveis sejam gigantescos, o jogo é curto, com poucos lugares para explorar. Talvez seja melhor assim: os espaços que você explora (e destrói) são muito ricos e repletos de segredos para desvendar, que contam sobre a história desse mundo. E das benditas (ou malditas) cuecas. E da relação entre o protagonista, Tiny, e o vilão ladrão de cuecas, Big.

Segredos Big

Com gráficos charmosos que lembram uma história em quadrinhos (incluindo onomatopéias), senso de humor que beira o absurdo e uma jogabilidade que responde às suas ideias mais loucas, o que poderia faltar à TGBL? Uma trilha à altura. E a Black Pants entrega. Há algo de Amanita nas músicas selecionadas, há algo da cena indie do rock. E mesmo a trilha é integrada à jogabilidade, com novas faixas destravadas ao se pegar fitas cassetes em lugares improváveis. Você também pode mudar as músicas enquanto joga, afinal, seu companheiro é um rádio-robô.

O único defeito a ser citado de Tiny and Big in Grandpa's Leftovers é sua dificuldade oscilante. Uma deslizada no teclado ou no mouse e você vai cair para a morte. E nas batalhas com o vilão, o improviso é deixado de lado em prol de reflexos ágeis, o que pode irritar quem gostaria de um desfecho que puxasse mais para a inteligência. A batalha final foi relativamente complicada, por exemplo, e não deixava nenhum espaço para fugir do que era necessário ser feito. A liberdade é roubada de você no último minuto em favor de uma boss battle convencional.

O final dá a entender que a anarquia irá voltar. No diretório de arquivos do jogo, o conteúdo está dentro de uma pasta chamada Episode 1. Que retornem todos. Os gritos não podem parar: "CAOS! CAOS! CAOS!".

Ouvindo: Halo 3 ODST - The Menagerie

4 comentários:

Ed R M disse...

Parece bacana! Preciso testar uma hora dessas.

Vilas Boas disse...

Testei a demo e achei a ideia motriz do jogo fantástica! a mágica de fatiar blocos gigantescos de pedra é fascinante!

Pena que "esqueci" de comprá-lo nessa recente promoção da Steam...

Anônimo disse...

Retina desgastada, me desculpe por sair da conversa mas eu estou com um problema e talvez você possa me ajudar.
Eu comprei o jogo Another World (também conhecido como Out of This World) no Steam, instalei ele e veio a imagem do menu certinho.Eu clico na parte Play do jogo e aparece a tela inicial com outro botão escrito intro.Quando eu clico nesse botão, a tela fica toda preta e aparece uma mensagem de erro escrita anowor.exe
Tentei procurar a solução nos fóruns do Steam e o desenvolvedor disse que pode funcionar se clicar com o botão direito, ir em propriedades e e ir na barte beta.Acontece que quando eu vou em propriedades não tem a aba beta.
Eu já reiniciei o Steam, re-instalei o programa mas o problema continua.
Você sabe se existe algum modo de fazer essa aba beta aparecer no jogo (eu tenho o FFVII e lá tem a aba de beta)?

Desculpa por está saindo totalmente do assunto, mas como eu sei que você gosta de jogos antigos eu acho que vc (ou alguém que acompanha o blog e comprou esse game) possa me ajudar.

Obrigado pela atenção e mais uma vez desculpa por mudar de assunto.

Até mais!

Anderson disse...

J[a q o jogo é curto vai furar a fila de jogos, achei a proposta dele interessante.
Tenho ele aqui mais nem sei quando e onde comprei XD

Retina Desgastada

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