Retina Desgastada
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26 de outubro de 2013

Jogando: Warhammer Online - Age of Reckoning (Parte 2)

Eu deveria ter saciado todo o meu desejo de jogar Warhammer Online em primeira tentativa. Mas, obviamente, os limites impostos pelo free trial deixaram aquele gosto de "por favor, deixa eu jogar só mais um pouco, moço". Não seria louco de pagar pela inscrição de um título que teve seu cancelamento anunciado para 18 de dezembro, então, tomei o caminho mais óbvio: criei outro personagem.

Warhammer Online 42

Se a campanha do Caos era sombria até a raiz da alma, seria o mundo de Warhammer mais agradável jogando pelo lado da Ordem? Criei uma personagem High Elf, em uma classe que possuía um pet porque meu filho é audiência garantida e pets são um chamariz irresistível para o garoto. Para meu espanto, vejo que ela começa suas aventuras no lado oposto do mapa onde meu repulsivo Goblin havia começado as dele. Apesar de algumas estradas diferentes, é rigorosamente o mesmo continente, de um outro ponto de vista.

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Enquanto o Goblin enfrentava aldeões, cavaleiros e algumas feras ocasionais, Mensanlarna é apresentada logo de cara a um gigantesco ciclope que aparece quebrando árvores no meio da mata em sua primeira missão aberta ao público. Os inimigos são mais assustadores e brutais, por razões óbvias. Enganei-me ao acreditar que o tom lúgubre seria reduzido ao lutar do lado dos mocinhos: há vilas destruídas, pessoas desesperadas, traidores, famílias desfeitas, pragas, aberrações que não deveriam visitar o mundo dos mortais, um moinho girando em chamas no horizonte e nem um único pingo de esperança. Mesmo com as vitórias nas missões, os comandantes e líderes de aldeia são unânimes em afirmar que esta guerra está perdida, que não há condições de vencer o avanço das forças do Mal. Um comandante de guarnição chegou a gritar que todos deveriam fugir por suas vidas enquanto era tempo, antes de recobrar o juízo. Warhammer Online é um jogo macabro.

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A jogabilidade é idêntica do lado da Order, embora eu tenha ficado com a impressão que o pet, um War Lion, é bem mais resistente que o Squig que meu Goblin controlava. Idêntico também é o vazio, a ausência de jogadores online, se não for ainda pior. Raros foram os momentos em que lutei ao lado de alguém. Com a proximidade da data fatídica, menos pessoas estão se juntando ao MMORPG ou ele sempre foi assim nos últimos meses? Jamais saberei.

Quanto mais a High Elf mergulhava em direção ao território controlado pelo Caos, mais soturno ficava o ambiente e mais fortes ficavam os monstros. Em minha batalha final, já no nível 10, o máximo permitido sem fazer uma assinatura, enfrentei uma horda de mortos-vivos em uma fortaleza que afundava em direção às profundezas sabe-se lá do quê. Seus soldados tentavam desesperadamente conter o seu trágico fim. A alegoria perfeita para minha jornada e para o próprio Warhammer Online.

Warhammer Online 33 Quando o título se juntar à crescente lista de mundos perdidos, estarei lá desta vez, para testemunhar a derrocada final.

Ouvindo: Forever Slave - Gasoline

5 comentários:

Marcel C. Da Silva disse...

Sua narrativa do jogo, me fez pensar exatamente do estado atual do jogo, o fim iminente à vista e a ordem de recuar já foi dada. Uma pena, nunca é bom um jogo com potencial ser fechado.

Isaac Moreira disse...

Eu não sou muito de jogar MMO's (mais devido ao PC ruim do que a gosto xD) mas algo que eu faria num mundo desses é tentar mandar um "últimos jogadores! Uni-vos!" e passar os últimos minutos na maior concentração possível para uma última batalha de apocalipse kkk

Meio OFF-Topic: Sempre ouço falar dos livros do mundo Warhammer. Eles são bons? Rola essa desolação todo também?

C. Aquino disse...

Isaac, geralmente nas horas finais de um MMO muitos jogadores se logam para um último adeus, justamente em um momento em que há poucos servidores de pé. O maior inimigo é o lag mesmo... ainda não aconteceu um MMO ser desativado em grande estilo, infelizmente.

Sobre Warhammer, ele começou como um jogo de tabuleiro, um wargame, depois ganhou livros e jogos. Warhammer 40K é uma série independente que transpõe as forças do Warhammer de fantasia para um futuro de ficção-científica no ano 40.000(!). Nunca li ou conheci nada de Warhammer antes de Age of Reckoning, mas já conhecia a versão 40K (incluindo alguns livros) e recomendo fortemente: é um universo ficcional ímpar, justamente por não se permitir muito otimismo, apesar de todo o heroísmo de seus protagonistas.

Michel Oliveira disse...

Aquino, não sei se vale, mas no caso de MMO sendo desativado em grande estilo posso citar a primeira versão de Final Fantasy XIV.

No fim do ano passado, eu acho, a Square chamou os jogadores para um último evento antes do fechamento. Uma batalha final contra o exército imperial invasor da história. Parece que foi basicamente todo mundo enfrentando hordas enormes de inimigos numa área determinada até que o jogo pára e passar este vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=39j5v8jlndM

Depois todos os servidores foram fechados para que o jogo fosse refeito, pois recebeu muitas críticas na época.

Esse evento serviu como justificativa para as enormes mudanças de design que fizeram nele. Hoje o jogo está na versão 2.05.

C. Aquino disse...

Michel, mas aí não conta como um final de verdade... foi um reboot programado disfarçado no contexto. Bem, pela descrição foi épico e com certeza melhor do que simplesmente desligar os servidores depois de uma contagem regressiva qualquer.

E, pelo visto, tirei a sorte grande: Warhammer Online virou F2P de verdade para quem já tinha uma conta. Pelo menos, até o desligamento. Fiquei tentado a voltar a jogar com Mensanlarna... ver o que resta enquanto ainda dá tempo.

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Blog criado e mantido por C. Aquino

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