Em 2009, escrevi sobre as artes conceituais de Turok e o assunto serviu de gancho para eu falar sobre a franquia inteira, incluindo sua origem nos quadrinhos. Turok, o reboot criado pela Propaganda Games em uma série caracterizada justamente por uma sucessão de reboots, segue sendo como o último suspiro do índio guerreiro matador de dinossauros, para o bem ou para o mal. Já se vão cinco anos desde que o personagem apareceu nas telas dos jogos. Cinco longos anos.
Como se fosse para colocar sal na ferida, agora emergiram na internet as artes conceituais de Turok 2, o finado projeto de continuação nas mãos da mesma Propaganda Games:
Infelizmente, a Propaganda Games teve vida curta, muito curta. Formada por ex-integrantes da EA Canadá, seus fundadores saíram dos braços tentaculares de um gigante para cair nos braços tentaculares da gigantesca Disney Interactive Studios. Neste momento, a licença de Turok ganhou uma nova vida depois de ter afundado junto com a falência da Acclaim. Mal sabia a Propaganda Games que a maldição indígena tinha várias formas.
Após o lançamento do novo jogo, que chegou a vender mais de um milhão de cópias, a equipe começou imediatamente a trabalhar na continuação. Em Turok 2, o protagonista retornaria ao misterioso planeta em processo em terraformação e entraria em choque com dinossauros, mercenários, bizarros tigres de dentes de sabre e até Orks!
Mas um milhão de cópias não significavam nada nas planilhas do gigante e a Disney tinha outros planos para seus funcionários. Um deles era um um jogo inspirado na franquia da vez da Disney, Piratas do Caribe. O outro estava relacionado com o produto transmídia que a empresa tinha no forno: Tron: Evolution. Turok 2 foi colocado na geladeira e depois cancelado.
O jogo dos piratas era ambicioso, talvez um projeto grande demais para uma desenvolvedora recém-formada. Alguém na Disney decidiu que era muita areia para o caminhão da Propaganda Games e resolveu demitir mais de 100 profissionais. O que sobrou da desenvolvedora foi remanejado para concluir o jogo baseado em Tron: Evolution, cuja equipe também tinha sofrido demissões. Tron: Evolution não foi bem-sucedido no mercado e, no ano seguinte, a Disney Interactive fecharia diversos estúdios, incluindo a Propaganda Games.
Enquanto isso, Turok segue trancado em um grande galpão deserto nos fundos da Disneyland, cercado de franquias mortas, aguardando a hora certa de renascer e dizer: "I AM TUROK".
4 comentários:
Infelizmente Turok acabou criando muitos descendentes ruins. depois do Turok 2 Seed of Evils, as outras sequência não tinham aquele brilho anterior. Foi-se o tempo em que relacionar quebra-cabeça com FPS fazia sucesso, Salvo Portal, onde você não dá nenhum tiro
Verdade Marcos, saudade desses jogos que tinham ação E puzzles que não se reduziam apenas à "encontre a chave".
Em relação à Disney, eu tô de mal com ela, já que ela também fechou o estúdio Junction Point, criado pelo Warren Spector, que, apesar de ter, na minha opinião, emitido algumas opiniões equivocadas ao longo dos anos em algumas entrevistas, ainda é um ídolo para mim, por ser o diretor de projeto do fabuloso-além do-que-as-palavras-podem-descrever Deus Ex (o primeirão, o inesquecível, o clássico :-) ).
Ainda sou muito fã da trilogia do N64, mesmo o terceiro sendo o piorzinho, ainda não perdeu o poder de ambientar muito bem as situações. Até o multiplayer Rage Wars tem suas qualidades A mitologia destes era muito rica e as HQs que lia só serviam pra aumentar o amor pela história do jogo. E a trilha sonora, aahh, eu escuto até hoje. Esse conceito novo eu achei genérico demais, não entendi a jogada. Será que é muita responsa continuar a história do original?
Talvez Turok seja uma metáfora das mudanças dos FPS. Cada jogo conta de uma descendente na linhagem do Turok, então infere-se o envelhecimento ruim desta série tentando se adaptar aos fps dessa geração.
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