Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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26 de junho de 2013

Uma Vez Que Todo Crítico Musical é um Músico Fracassado...

... seguindo a lógica, sou forçado a concluir que todo crítico de jogo gostaria de fazer seus próprios jogos. Supondo que a primeira afirmação seja verdadeira, é claro. E, de fato, existem algumas bandas formadas por críticos e Jim Rossignol (do Rock Paper Shotgun) e seu Sir, You Are Being Hunted estão aí para provar que é possível criticar e colocar a mão na massa ao mesmo tempo. Ou não.

De qualquer forma, imagino que todo mundo que curte este estranho mundo dos jogos eletrônicos já tenha pensado em alguns conceitos que dariam um título interessante. Eu sei que eu já passei por isto. Para que estas ideias não fiquem trancadas na minha cabeça sem chance de sair, dou a minha cara para bater e apresento alguns exercícios de imaginação. Se você pegar uma delas, transformar em um jogo de verdade e ficar rico, me mande pelo menos uma cópia gratuita. Mas, se o Metacritic for abaixo de 80, não me responsabilizo.

Free Fall

A proposta aqui é fazer um RPG de "mundo aberto" um pouco diferente. Toda a aventura se passaria em um cemitério de espaçonaves destruídas orbitando ao redor de um planeta desconhecido. Para se locomover entre os escombros, o jogador usaria uma movimentação similar àquela vista em Dead Space nos lugares sem gravidade. Seria possível flutuar em quase qualquer direção, mas, se chegar próximo demais de uma determinada altitude, irá ser puxado pelo campo gravitacional do planeta e morrer. Se subir demais, sairá da faixa permitida, mergulhará no espaço profundo e morrerá também. O jogador teria que prestar atenção a um mostrador gravitacional para vagar pela área segura. Naturalmente, alguns escombros estariam bem próximos dos limites, para aumentar o desafio. Fragmentos errantes em alta velocidade podem aumentar o perigo. Ou algum tipo de inimigo que sobreviva ao vácuo. Pense em Morrowind, Gothic ou Risen, mas em três dimensões e sem chão para pisar na maior parte do tempo.

shipyard

Dentro dos restos de espaçonaves existem bolsões de diferentes civilizações alienígenas, hostis ou não, tentando sobreviver a esta armadilha de fuga quase impossível, a exemplo de Star Trek: Elite Force, mas com liberdade de ir e vir. Como um bom RPG, haveria facções diferentes com objetivos diferentes, comércio, NPCs e saqueadores. Áreas aliadas poderiam ser conectadas por "pontes" improvisadas. O protagonista seria o último humano da tripulação de sua nave destruída. Esse estranho ecossistema seria revelado ao jogador da mesma forma que se abre para o personagem. Ninguém sabe ao certo o que provoca a destruição das naves que se aproximam deste planeta, mas é certo que a armadilha existe há séculos. Eventualmente, o protagonista terá que coordenar um esforço coletivo das raças aliadas para montar uma nova nave de partes das outras e desativar o que quer que esteja na superfície ameaçando o sucesso da missão.

FPS - First Person Soccer

O conceito é um jogo de futebol onde não se controla um time, mas um único jogador. Em campo, a perspectiva seria em primeira pessoa, com alguma mecânica que permita controlar a bola, desviar dos marcadores, fazer e receber passes, e mirar no gol de forma quase instantânea. Como um Tony Hawk da bola, seria possível fazer combos como matar no peito e lançar, dar chapéu ou mesmo efetuar uma bicicleta matadora. Quanto mais famoso o jogador, maiores as chances da marcação ser acirrada. A torcida também pode se alegrar com sua chegada no jogo ou cobri-lo de vaias, de acordo com o seu desempenho. Seria possível definir a posição do personagem do campo e seu papel no time: ataque, defesa, meio de campo.

FPS Não, você não ficaria o tempo todo olhando para os pés: essa é só uma imagem ilustrativa

No modo carreira, o protagonista começaria nas categorias de base e iria subindo na hierarquia de seu clube, até chegar ao time da primeira divisão. O ápice do jogo seria sua convocação para a seleção e sua consagração na Copa do Mundo. É possível que o jogo tenha elementos de RPG, como atributos que podem ser incrementados com os pontos obtidos em cada vitória. Seria assim permitido ao jogador construir um craque mais forte, mais resistente, ou mais veloz, ou com um gingado inacreditável. Customização de aparência seria um gancho a mais, podendo manter seu personagem com uma aparência elegante ou inventar penteados bizarros que se tornarão mania. Seria possível também escolher o time ao qual ele pertence, de um amplo leque de opções, com direito a participações especiais de jogadores de verdade.

Crime Wave

Pistoleiro Como em PayDay, um time de quatro ou cinco bandidos realizam roubos ousados e enfrentam a polícia. A diferença: todos os criminosos são super-vilões do terceiro escalão da Marvel ou da DC Comics. O título pode ser um mata-mata cooperativo, com um jogador assumindo o controle de um super-vilão ou mas prefiro pensá-lo como um título mais tático, a exemplo de Freedom Fighters ou Mass Effect, onde um único jogador controla todos os envolvidos e os posiciona no cenário. Estaria disponível uma longa lista de personagens, com diferentes poderes, e caberia ao jogador escolher a combinação que melhor se adapta ao seu estilo. Destruição? Resistência? Furtividade? Domínio do espaço aéreo? Pistoleiro, Capitão Bumerangue, Espantalho, Mulher Gato ou Garra Sônica, Constritor, Batroc, Escorpião seriam bons exemplos de personagens.

Na medida em que o time de ladrões vai avançando na história, seus crimes vão se tornando mais arriscados. Mais policiais responderão aos chamados, como em GTA, incluindo a ajuda de helicópteros, carros blindados, Mechs ou esquadrões especiais. Mais cedo ou mais tarde, o grupo vai atrair a atenção também de super-heróis do terceiro, segundo e até primeiro escalão da editora. Como se foge de um Superman ou de um Homem de Ferro? O jogo poderia terminar com a equipe presa, mas o dinheiro das operações escondido em algum lugar. Em caso de sucesso comercial e uma inevitável sequência, a mesma ideia poderia ser aplicada a operações secretas sancionadas pelo governo americano, no estilo do antigo Esquadrão Suicida, publicado pela DC Comics. Crime Wave 2: Black Ops?

Land of the Giants

O seriado Terra de Gigantes passou no Brasil nos anos 70/80 para sumir da programação sem deixar rastros. Apesar de também ter sido criado por Irwin Allen, é bem menos famoso que seu primo bem-sucedido Jornada nas Estrelas. Na trama, os passageiros e tripulantes de uma nave espacial comercial atravessam uma estranha nuvem em órbita da Terra e terminam aterrissando em uma versão alternativa do planeta, onde tudo e todos são 12 vezes maiores que seu tamanho normal. Como se não bastasse o problema da altura, o regime neste mundo paralelo é totalmente autoritário e tem gente querendo capturar os "pequeninos" para estudos nada ortodoxos. Como seriado, eu não gostava (eu tinha uns oito anos de idade, poxa vida!). Como jogo, pode dar um caldo.

Cozinha Gigante Acho que eu já publiquei esta imagem antes...

Um adventure focado no drama dos envolvidos em sua sobrevivência neste mundo colossal pode funcionar. Mas eu apostaria em parkour. Teríamos a mesma mecânica de um Mirror's Edge, em cenários que seriam reproduções de ambientes cotidianos ampliados 12 vezes, incluindo fugas desesperadas de gatos gigantes, ratos gigantes, pássaros gigantes e humanos gigantes. Quem pratica "skate de dedo" já percebeu o potencial de transformar qualquer superfície em um playground. Outro bom exemplo deste tipo de ambientação é o adventure Bad Mojo, onde o protagonista é transformado em uma barata e precisa escapar das armadilhas do mundo microscópico. Some a isto uma boa trama e um mundo aberto literalmente gigantesco e podemos ter um desafio interessante.

Ouvindo: The Lillingtons - Alien Girl

3 comentários:

Gledson A. disse...

A ideia do FPS parece promissora. Cuidado para nenhuma EA Sports te roubar a ideia, Aquino. Rs.

Marcos A. S. Almeida disse...

Sem a pretensão de querer ser crítico de jogos e nem "melar" suas idéias , eis aqui minhas impressões:

- Lutar contra o cenário nunca foi uma boa idéia , apenas NPCs "inteligentes" bastam;

- A idéia do FPS praticamente já existe no PES , chamado de "Rumo ao estrelato".Só não é visão em primeira pessoa (talvez ficasse "injogável") , mas é em terceira , bem próximo .Infelizmente não achei nenhum vídeo nessa visão,parece que só o meu filho joga desse jeito!

- O único entrave seriam os direitos autorais, mas porque não heróis "genéricos"?

- A idéia de ambientes e seres gigantes vs pequeninos sempre foi atrativa. Terra de gigantes, Viagem insólita , Querida encolhi as crianças são exemplos no cinema.Realmente falta isso nos jogos.

Marcus Gonzallez disse...

Cara... Eu quero jogar Crime Wave agora!!! Vai sair pra pc ou só pros consoles next gen? Pego na Steam no lançamento!!!

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