No futuro não haverá nada além da guerra... Em um intervalo de pouco mais de três meses, este é o terceiro jogo baseado no universo de Warhammer 40000 que tenho a honra de anunciar. E desta vez, as proporções do projeto são equivalentes ao Império dos Homens! Eternal Crusade será o primeiro MMORPG a ousar recriar a batalha perpétua e cruel da Humanidade contra todas as outras raças do cosmos e das profundezas da escuridão.
Adaptar uma obra com um lore de décadas sustentado por um estado de contínua luta, sem tempo para muita conversa, pode parecer uma escolha óbvia para a natureza do grinding infinito central para os jogos massivos de múltiplos jogadores. É fácil visualizar um horizonte coalhado de corpos de Orks, Tyranids, Eldars e Chaos Marines e um inventário formado de partes de armaduras de Space Marine e armas brutais e exageradas que acrescentam dano +100 ou algo assim. Entretanto, é uma ideia que já falhou antes e é uma visão dos MMOs que a atual desenvolvedora promete não seguir.
Das Ruínas à Glória
Entre os escombros da finada THQ jaz Dark Millenium Online, a primeira proposta de um MMORPG de Warhammer 40K. O jogo foi revelado durante a E3 de 2010, com direito a trailer e a mesma frase de efeito que ilustra Eternal Crusade hoje: "há apenas a guerra". Dois anos depois, às vésperas da crise financeira da produtora, a desenvolvedora Vigil Games declarou que iria abandonar o mundo massivo e transformar o projeto em um jogo single-player. Mas já era tarde demais para salvar qualquer coisa. Nove meses depois, a THQ declarou falência. Logo em seguida, seus estúdios foram leiloados. Ninguém comprou a Vigil Games, para desespero das viúvas da franquia Darksiders, e a desenvolvedora foi dissolvida.
Eternal Crusade não terá uma linha de código de Dark Millenium, um único gráfico ou modelo em 3D. A Behaviour, responsável pelo novo projeto, recomeçou do zero sua própria concepção do que seria um MMO digno do Imperador. Enquanto a Vigil Games pensava de onde viria o próximo salário, a Behaviour entrou em contato com a Games Workshop, detentora dos direitos de Warhammer 40K, ofereceu seus serviços e conseguiu convencer os zelosos e poderosos guardiões da marca a depositar sua confiança.
Mas, como é possível alguém entregar o desenvolvimento de um jogo, qualquer jogo, às mãos da Behaviour? Um de seus trabalhos mais recentes é o execrável Ice Age: The Continental Drift - Arctic Games. Seu currículo é até extenso, mas envolve adaptações de jogos de outras pessoas para outras plataformas, jogos baseados em filmes ou desenhos animados e produções próprias de qualidade questionável. Nenhum deles é um MMORPG e sabemos que, para triunfar neste gênero, não basta boa-vontade ou rios de dinheiro.
Para conseguir a vitória onde tantos falharam, a Behaviour está se transformando. Contratou os melhores profissionais que conseguiu encontrar, exilados e proscritos de projetos cancelados ou reformulados em todo o Canadá. Seu Diretor Criativo, David Ghozland, foi um dos designers responsáveis por The Secret World, da Funcom e The Saga of Ryzom, além de jogos single-player. Segundo o chefe do estúdio, Miguel Caron, todos na equipe são fãs de Warhammer 40K e "tem pelo menos dois exércitos cada".
Os planos para Eternal Crusade envolvem fugir da fórmula dos MMOs clássicos. Inspirados em EVE e Planetside 2, a Behaviour pretende se focar no conteúdo gerado pelo usuário. Há muitos veteranos da Funcom no grupo, removidos de EVE depois das últimas reestruturações da gigante islandesa, então eles conhecem o combustível deste tipo de jogo: alianças, conflitos em larga escala, intriga e traição fomentados pela própria comunidade. O conteúdo de PvE presente no título será gerado proceduralmente para manter as engrenagens girando sem ser carregado de missões insossas ou repetitivas. "Há apenas a guerra".
Eternal Crusade tem previsão de lançamento para o final de 2015, o que é um prazo extremamente longo para se prever qualquer coisa em uma indústria em constante revolução. Mas, com títulos como Warhammer 40,000: Armageddon e Space Hulk desembarcando antes disso, os fãs de Warhammer 40K podem ter uma certeza: há apenas a guerra e ela não para.
3 comentários:
E você ainda não sabe da maior, o Chris 'Wing Commander' Roberts terceirizou parte do Star Citizen pra Behaviour!
http://bhvr.com/es/news/2012/12/12/
Medo, muito medo...
eu não sou uma viúva mais fiquei muito chateado com o abandono da série Darksiders. Ela tinha muito potencial.
Enquanto isso, eu ainda luto para tentar jogar a série Dawn of War I e II.
=/
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