No último sábado, meu filho e eu tivemos uma felicidade rara: completar dois jogos no mesmo dia. Era algo que eu nunca tinha feito antes, até porque só costumo jogar um título de cada vez. Já com meu filho eu costumo ter sempre cinco jogos na Área de Trabalho. Considerando que os dois jogos já estavam nos dando dores de cabeça por meses, a dupla vitória foi muito comemorada...
Um destes títulos era o aparentemente modesto Gunman Clive, adquirido no primeiro Greenlight Bundle do ano passado, juntamente com Paper Monsters e outros. Com apenas 20 níveis, divididos em quatro fases, o simpático jogo do cowboy em uma busca sarkeesiana de sua amada raptada engana os incautos.
Primeiro porque este título de plataforma onde se pula e atira e nada mais é infernalmente difícil. Não sou especialista em jogos do gênero e meu desempenho é abaixo da média em qualquer título, mas sei que quando você precisa morrer trinta vezes antes de completar um nível é porque o jogo é cruel mesmo. Apenas a massiva repetição de movimentos garante o triunfo, aquela sutil capacidade zen de pular sem pensar e agachar para desviar de um tiro seguindo uma ordem imaginária que brota no fundo da cabeça. É possível calcular o momento certo de apertar cada botão e o menor desvio já produz a morte. Felizmente, há recompensas aleatórias largadas pelos inimigos e, em algumas vezes, a sorte sorri. Até você encontrar um chefe e odiar o jogo por um período que pode durar semanas.
Odeio você, chefe Locomotiva, com todas as minhas forças!
Segundo porque este jogo é lindo. A estética remonta àquelas animações rabiscadas em blocos de papel e movidas rapidamente, com um toque de minimalismo. A trilha sonora é deliciosa, com um clima de faroeste pastelão. Arte e música se combinam para emoldurar um título que transforma gansas, locomotivas robôs e alienígenas em inimigos e recupera a saúde do seu personagem usando pedaços de torta.
O Nintendo Blast fez uma boa análise da versão para 3DS (que tem algumas diferenças) e vale a leitura. Podendo ser encontrado a venda por meros trocados, é uma boa recomendação para quem busca um jogo de plataforma desafiador e artisticamente diferente. Gunman Clive também está lutando por uma vaga no Greenlight e já ganhou meu voto.
7 comentários:
Aquino, sabe dizer qual a diferença entre a versão do 3ds? Já tinha visto por lá e estava na lista de 'a serem observados'. depois da sua resenha, passou pra lista de 'a serem adquiridos' hehe =)
Esse jogo é ótimo! Finalizei ele no 3DS que possui um preço mega modesto se comparado ao disparate de preços do eShop: R$ 2,99. Vale muito a pena para quem tem o portátil da Nintendo. O jogo fez um relativo sucesso no console, superando as vendas de iOS e Android.
Merecido!
Aquino, que diabos é uma busca "sarkeesiana"?
"Aquino, que diabos é uma busca "sarkeesiana"? "
Ele tá se referindo a feminista de botequim Anita sarkesian, que recentemente fez um video sobre donzelas em perigos nos videogames.
Não foi muito feliz atribuir uma tematica milenar(cliche se vc preferir) a uma feminista que abomina esse tipo de narrativa, dizendo que incentiva a "opressão do patriarcalismo" ou algo parecido.
Obrigado pela resposta, Breno.Deixa ver se entendi: uma mulher - que espero, seja fã de jogos - está reclamando de um suposto machismo em jogos eletrônicos?É isso mesmo?
"Obrigado pela resposta, Breno.Deixa ver se entendi: uma mulher - que espero, seja fã de jogos - está reclamando de um suposto machismo em jogos eletrônicos?É isso mesmo?"
Sim, o hobbie dela é "analisar" cultura pop e brinquedos da LEGO e procurar chifre em cabeça de cavalo que ela denomina de machismo.
obrigado ao Breno pela explicação também. eu já ia comentar perguntando quando li os outros comentários.
nota: será que esse chefe Locomotiva é tão difícil assim para despertar a ira do Aquino? I Wonder... vou ver no youtube.
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